Para estimular a economia de água, as empresas que operam o sistema de abastecimento em Santo André e São Caetano preparam descontos para quem reduzir o consumo. As medidas foram anunciadas ontem depois de reunião entre representantes da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) e de autarquias municipais da Grande São Paulo. A estatal já havia anunciado programa semelhante no início do mês.
O superintendente do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), Sebastião Ney Vaz Júnior, enviará na segunda-feira ao prefeito Carlos Grana (PT) minuta do projeto de lei que autoriza o bônus. “O desconto será de 30% no valor da conta de quem economizar 20% no consumo, com base na média dos últimos 12 meses”, explica.
Para que a redução seja efetivamente aplicada, a Câmara Municipal precisa aprovar o texto. Ainda não há data estimada para que os vereadores apreciem o projeto. Segundo Ney Vaz, a previsão é de que, se aprovado, o desconto seja vigente até abril, após o término do verão. Apesar das medidas de contenção, Santo André é abastecida pelos sistemas Rio Grande e Rio Claro, que registram volume armazenado de 90,6% e 94,4%, respectivamente.
Em São Caetano, o diretor- geral do DAE (Departamento de Água e Esgoto), Welington Kalil, se reunirá na segunda-feira com o prefeito Paulo Pinheiro (PMDB) para apresentar projeto de bonificação aos munícipes.
Ainda não foi definida a porcentagem do desconto a ser oferecido. “Estamos fazendo simulações para estudar os valores. Por exemplo, o bônus que São Paulo está dando pode não surtir efeito em São Caetano. Cada cidade tem um perfil de consumo diferente.” O município é totalmente abastecido pelo Sistema Cantareira, que ontem apresentava apenas 20,4% do volume total – o menor nível desde 1974.
A Prefeitura de Mauá divulgou nota ontem informando que a Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) descartou possibilidade de racionamento imediato na cidade, que é abastecida pelos sistemas Rio Claro e Alto Tietê – este com situação mais preocupante do que o primeiro: 42,6% da capacidade.
Em Diadema, a população já sente os efeitos da falta d’água. A Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) iniciou racionamento nos últimos dias. A medida é chamada oficialmente de manobra setorial, que consiste em interromper o fornecimento em alguns bairros para fazer com que a água chegue em outras regiões. O objetivo, segundo a companhia, é garantir que as casas nos locais mais altos sejam abastecidas. A lista dos bairros afetados é divulgada no site da empresa (www.saned.com.br). A companhia alerta que, caso o problema se agrave, adotará rodízio três por um: três dias com fornecimento normal e um dia sem.
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