o lago artificial de Sobradinho está com apenas 34% do volume total.
As metas e os truques
Como expõe a alta na inflação, o uso de artifícios contábeis não disfarça a dificuldade do governo para cumprir os objetivos centrais de uma política econômica estável.
Matéria da Revista Veja n. 2356, edição de 15 de janeiro de 2014
Uma conta apenas adiada
O baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas e a consequente necessidade de uso intenso da geração termelétrica, mais cara, pelo segundo ano seguido, vão transformar a energia elétrica em uma das principais fontes de pressão sobre a inflação e, 2014. É um cenário distinto do visto no ano passado, quando a queda média da tarifa de energia foi de 15,7%.
A redução só foi possível graças a dois fatores: a renegociação, imposta pelo governo, dos contratos com as empresas do setor e a decisão política de adiar o repasse aos consumidores do custo da geração termelétrica, utilizando o Tesouro para bancar a conta.
As empresas distribuidoras de energia estimam que os gastos adicionais com o uso da fonte térmica chegarão a 3,2 bilhões de reais neste ano, um custo que, em tese, será repassado ao consumidor. O governo não anunciou se vai repetir, integralmente, a manobra de 2013, mas o cenário é improvável.
Há o risco de rebaixamento da nota de crédito do país por causa da deterioração das contas públicas. A LCA Consultores estima que a energia deve ficar 5,4% mais cara em 2014, o que faria o conjunto de preços de serviços e produtos administrados pelo governo subir 4,3% (em 2013, a alta foi de apenas 1,5%).
Cenário Agreste
A represa de Sobradinho, a maior do Nordeste, está com 41% de sua capacidade.
Sobre o assunto:
Previsão dos níveis dos reservatórios brasileiros em 2014
Matéria editada no Jornal Nacional de 30/01/2014
COMENTÁRIOS
João Suassuna - Pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, Recife
A questão do preenchimento volumétrico dos reservatórios nacionais é um dos motivos pelos quais nos posicionamos contrários ao projeto da transposição do rio São Francisco. O descompasso na caída das chuvas no nosso País, se tornou uma constante. Notem na matéria do Jornal nacional, de 30/01 último, o problemão que teremos pela frente.
A represa de Sobradinho, construída no leito do Rio São Francisco, segundo a matéria da Veja, encontra-se, com apenas, 41% de sua capacidade preenchida. É muito pouco para se esperar de um reservatório que tem a função de regularizar as vazões do Velho Chico. Imaginem os senhores: o projeto da transposição nem sequer começou a funcionar, e o rio já apresenta situações inusitadas como essas. Não foi por falta de aviso. Ao iniciarem o projeto, as autoridades irão por em risco todos os investimentos feitos no sistema elétrico nacional.
Os riscos de apagões são enormes. Se perguntarem a qualquer técnico da Chesfe sobre essas questões, eles irão responder que a Chefe trabalha com uma margem de segurança que não traz nenhum problema ao regime hídrico do rio e, portanto, a geração de energia da região está garantida. Gostaríamos de saber, no entanto, que raio de " margem segurança" é essa que está obrigando às autoridades acionarem as baterias de termelétrica do País, com consequências desagradáveis ao bolso do consumidor, já tão sacrificado. Vamos acordar gente!
Para melhor compreensão desses assuntos, procurem adquirir o nosso livro sobre o projeto da transposição do São Francisco, que se encontra à disposição na internet, no seguinte endereço:
Rinaldo dos Santos - Editor Chefe da Revista O BERRO
Prezado Dr. João Suassuna,
Nesse Brasil precisamos usar as ferramentas democráticas para agilizar as ações a favor do bom senso. No caso da Transposição e de tantas outras grandes obras, a palavra democrática é "safadeza" para adubar a "indústria da seca" que mora dentro do Palácio do Planalto.
A Dilma vai utilizar a Transposição no palanque, de novo, e seria bom se alguém anotasse o nome de todo mundo que estiver apoiando essa doidice. Afinal, o povo merece saber que os Judas existem (no plural), mesmo morando no vizinho, bem ao lado do povo.
A pergunta é: qual juiz terá coragem de abrir processo contra o Executivo pelas dinamites utilizadas nas caatingas? Pelo engodo, blefe, dolo, sobre o povo nordestino - de novo? Em pleno século XXI? Os juízes dirão que isso não lhes compete. Todos se calam e pessoas como o Sr. são que nem o soldado que ouve o bumbo vendo o batalhão marchando no passo errado. Se abrir a boca, ainda leva bronca do sargento por não estar de acordo com a "turma". Assim, todos vão caminhando errado, de boca fechada.
Está na hora de outra "jornada", para botar a boca no trombone, dessa vez pela via jurídica, abrindo processo pela utilização espúria da bondosa alma dos sertanejos. Afinal, são mais de 500 anos de subserviência aos "mandantes" governamentais, políticos, etc. Creio que nenhum político (nordestino) irá dar apoio a isso, mas não faltarão engenheiros, técnicos, etc. - gente que luta por um Brasil melhor.
Parabéns pela insistente coragem em defender o que é defensável a favor do bem comum.
Rinaldo dos Santos
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