O problema não é
a falta de chuvas
·
O grande desafio da gestão das águas é buscar a sustentabilidade
ambiental, com obras e intervenções ecológica e economicamente viáveis
AGOSTINHO GUERREIRO
Será que a escassez atual de água em
diversos reservatórios da Região Sudeste, colocando em risco a geração de
energia hidrelétrica e o abastecimento de água em várias cidades, é devida
principalmente à falta de chuvas?
O problema crucial não é a falta de
chuva, e nem necessariamente as mudanças climáticas, mas sim a degradação de
nossas bacias hidrográficas, que estão cada
vez mais impermeabilizadas.
O equilíbrio do ciclo hidrológico na
natureza é fundamental para a produção sustentável de água doce, para o
atendimento ao abastecimento de água, irrigação e geração de energia, bem como
para o amortecimento das enchentes, devido ao trabalho fundamental das
florestas, que retêm a água das chuvas e as infiltram, permitindo a elevação
das vazões fluviais nos períodos de estiagem, consequência do aumento da
alimentação subterrânea aos rios, da água que se infiltrou no solo durante as
chuvas.
O Crea-RJ já alertou as autoridades
para esses problemas, em relatórios sobre as enchentes na Região Serrana em
2011 e na Baixada Fluminense e bairros da Zona Norte do Rio, em 2013, locais em
que o solo está bastante desnudado e desprotegido. Praticamente quase nada foi
feito. Lembro que em abril começa de fato o período de seca na Região Sudeste,
e a situação da escassez de água se agrava.
O que precisa ser feito como
principal meta nas políticas públicas não é simplificar o licenciamento
ambiental das grandes barragens (que são altamente impactantes ao ecossistema
fluvial), nem simplesmente priorizar a construção de mais barragens, já que, a
cada ano, os rios estão ficando mais secos nas estiagens, mas, sim, incrementar
ao máximo a gestão das bacias, como o reflorestamento em nosso país, de
preferência com vegetação nativa, priorizando as Áreas de Proteção Permanente
(APPs) — topos de morro, encostas com inclinação acima de 45 graus e faixas
marginais de proteção dos rios —, como obriga o Código Florestal
Brasileiro.
Além disso, procurar implementar
intervenções nas bacias hidrográficas visando ao aumento da permeabilidade do
solo e de infiltração das águas de chuva (acumulando-as no reservatório da
natureza, que são os lençóis freáticos).
Acrescente-se, ainda, as necessárias
atuações de controle da poluição hídrica. Tudo isso vai gerar a regularização
ambiental sustentável do regime dos rios, diminuindo as enchentes e aprimorando
a qualidade e quantidade de água doce dos rios, lagos e reservatórios durante
as estiagens.
Portanto, o grande desafio da gestão
das águas é buscar a sustentabilidade ambiental, com obras e intervenções
ecológica e economicamente viáveis, e que beneficiem de fato a sociedade, com o
aumento da recarga das águas das chuvas no solo, pois as enchentes e secas
estão inter-relacionadas.
As atuais enchentes e secas são como
duas faces da mesma moeda! Somente com a recuperação do ecossistema da bacia
hidrográfica se reduzirão, de fato e num futuro breve, os riscos de
desabastecimento de água à população ou de apagões. O GLOBO
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