Um grupo de ambientalistas e observadores de aves participou neste domingo (23) de uma "passarinhada" na colônia de pescadores Tanquan, na zona rural de Piracicaba (SP). O objetivo do evento, que contou ainda com expedição na mata e pelo Rio Piracicaba, foi conhecer a biodiversidade do chamado mini-pantanal paulista, que será inundado caso o governo estadual construa uma barragem no manancial em área de Santa Maria da Serra (SP), conforme prevê projeto de ampliação da navegabilidade da Hidrovia Tietê-Paraná. O Tanquan é chamado de mini-pantanal pela quantidade de espécies de aves, mamíferos, peixes e vegetais que abriga.
A reportagem do G1 acompanhou em um barco a expedição deste domingo e avistou garças, tuiuiús, cabeças-secas, frangos d'água e ratões do banhado, entre outras espécies. A "passarinhada" atraiu pessoas de Piracicaba e mais de 12 cidades, segundo a organização. Os participantes puderam ainda conhecer a rotina dos moradores da colônia de pescadores. O Tanquan abriga 18 famílias, que devem ser retiradas do local com a instalação da barragem.
“Nosso objetivo principal é chamar a atenção do maior número de pessoas com relação à destruição de Tanquan. Decidimos criar o evento pensando em uma maneira de mostrar a diversidade de espécies da área para, assim, conscientizar a sociedade sobre os prejuízos da barragem”, disse Claudia Komesu, de 37 anos, uma das organizadores. O evento foi divulgado pelas redes sociais e teve apoio do grupo de Birdwatcher Brasil, que reúne observadores de pássaros. Cerca de 100 pessoas participaram.
O produtor Guto Carvalho, de 52 anos, que também ajudou na organização, relatou que o Tanquan abriga mais de 180 espécies. “Como observadores, nos preocupamos muito com a natureza e decidimos unir forças para mostrar a importância desse lugar ao maior número de pessoas. É uma forma de conscientização coletiva", disse.
Moradores de Campinas (SP), Sorocaba (SP), São Paulo (SP), Atibaia (SP), São José dos Campos (SP), Ribeirão Preto (SP), Rio Claro (SP), Santa Bárbara d’Oeste (SP), Guarulhos (SP), São Carlos (SP), Bragança Paulista (SP) e Americana (SP) participaram do evento e apreciaram as paissagens.
Um ônibus com 22 pessoas partiu de Sorocaba para o Tanquan. “Fiquei sabendo do evento e passei para o grupo. Como já tínhamos visto fotos do local, na hora o pessoal gostou da ideia. Queremos contribuir para a preservação da natureza e estamos aqui fazendo o nosso papel. Até aderimos ao abaixo-assinado contra a barragem”, falou o professor de biologia Paulo Roberto de Oliveira, de 56 anos.
Além de passeio de barco pelas águas do RioPiracicaba, os participantes puderam caminhar entre as matas da área para fotograr espécies de aves, assistir a uma palestra sobre o grupo de observadores de pássaros e ver fotos do Tanquan expostas no local.
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Projeto da barragem
A barragem no Rio Piracicaba na altura de Santa Maria da Serra deverá ampliar a navegação da Hidrovia Tietê-Paraná em 45 quilômetros até o distrito de Ártemis, na zona rural de Piracicaba.
A barragem no Rio Piracicaba na altura de Santa Maria da Serra deverá ampliar a navegação da Hidrovia Tietê-Paraná em 45 quilômetros até o distrito de Ártemis, na zona rural de Piracicaba.
Além do transporte de cargas, o projeto inclui projetos de lazer e turismo no local. O implantação está em fase de obtenção de licença prévia em órgãos estaduais.
Desde dezembro foram realizadas cinco audiências públicas nas cidades que serão afetadas pelo empreendimento: São Pedro (SP), Águas de São Pedro (SP), Anhembi (SP), Santa Maria da Serra e Piracicaba.
O Ministério Público Estadual acompanha as discussões e avalia eventual prejuízo ambiental com o alagamento de Tanquan, onde vive grande diversidade de peixes, mamíferos, aves e répteis.
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