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29 de abril de 2014

A partir de outubro, São Paulo ficará ao menos seis meses com o Sistema Cantareira seco, prevê engenheiro


Engenheiro Julio Cerqueira César Neto na reunião do Cosema
Foto: Tâmna Waqued/Fiesp


A partir de outubro, São Paulo ficará ao menos seis meses com o Sistema Cantareira seco, prevê engenheiro

22/04/2014

Para conselheiro da Fiesp, Júlio Cerqueira César Neto, não há outra solução, do ponto de vista técnico, que não seja o racionamento de água para enfrentar a crise do Sistema Cantareira

São Paulo vai chegar à primeira semana de outubro com o Sistema Cantareira seco, sem volume morte, quantidade de água localizada em uma região mais profunda do reservatório, e com as chuvas do período ainda em sua fase inicial, incapazes de reabastecer o reservatório antes dos seis meses, diagnosticou nesta terça-feira (22/04) o engenheiro Júlio Cerqueira César Neto.

“Estamos em uma situação em que temos que nos conscientizar. Vamos ter seis meses, depois de outubro, sem o Sistema Cantareira. E como os outros sistemas também não estão na plenitude de sua capacidade, vamos ter uma restrição de abastecimento de mais de 50%”, afirmou Cerqueira César Neto. “Imagine uma região desse porte com uma economia de 50% do sistema por pelo menos por seis meses que é enquanto se enche o volume morto”, completou o engenheiro.

Ao participar da reunião do Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Federação das Indústrias do Estado de Saulo (Fiesp), Cerqueira César Neto afirmou que a única solução para contornar a crise de abastecimento do principal reservatório de água da cidade é o racionamento.

“Sob o aspecto técnico, não há dúvida que a única solução a curto prazo é o racionamento. A engenharia não tem solução a curto prazo para esse problema”, explicou.

Neto avaliou que a crise de abastecimento pode se estender por até um ano e meio, já que, segundo o engenheiro, o Sistema Cantareira demora um ano para se recompor desde que sejam retirados dele menos de 15% da sua capacidade. “Vamos ter um ano e meio em que a cidade vai ter a possibilidade de menos da metade da água que necessita. Vai faltar água na casa, na indústria, no comércio. Todo o sistema da cidade será afetado com essa dificuldade e não temos de onde tirar essa água”.

O Sistema Cantareira fornece água para mais de 8 milhões de pessoas na Grande São Paulo e atingiu níveis menores do que 12% nas últimas semanas, recorde de baixa. Segundo Neto, essa crise “vai exigir de nós competência e criatividade que ainda não demonstramos”.

Segurança hídrica

Engenheiro e conselheiro da Fiesp, Neto afirmou que os projetos de abastecimento de água de qualquer cidade devem prever fatores cíclicos, inclusive variações extremas de clima que “são coisas absolutamente naturais e existem no Brasil e no mundo inteiro”.
“Os sistemas têm de ter segurança hídrica e o nosso sistema não tem isso. E a causa fundamental dessa seca é a absoluta falta de investimento do governo em novos sistemas de abastecimento nos últimos 30 anos”, criticou.

Segundo ele, a população de São Paulo aumentou em 10 milhões desde a década de 1990 enquanto os mananciais são os mesmos. “Não são suficientes para atender com segurança hídrica. A consequência só poderia ser essa”.
“A própria natureza fez o seu próprio alerta. Em 2003 ela produziu uma estiagem prolongada e nem esse alerta da natureza foi suficiente para mudar a condição”, afirmou Cerqueira César Neto.

Além de comentar a crise do Sistema Cantareira, o engenheiro apresentou, durante o encontro, seu livro “Um Estadista Urgente – São Paulo está precisando”, que ainda não foi lançado.

Na obra, ele analisa 12 itens da pauta pública na região metropolitana de São Paulo: abastecimento de agua, esgoto, poluição das águas, poluição do ar, enchentes, habitação, transporte, gestão metropolitana, gestão de recursos hídricos, comportamento da Sabesp, educação, saúde, e segurança pública.

“Nas minhas reflexões em torno dessa situação cheguei à conclusão que todos esses itens estão indo de forma negativa e não é pouco”, disse Neto. “Da minha parte eu cheguei a uma conclusão: de 1990 para cá, os nossos governos deixaram de governar e a nossa sociedade deixou de reclamar e exigir os seus direitos”, analisou.

A reunião do Cosema foi presidida pelo presidente do conselho, Walter Lazzarini.
Alice Assunção, Agência Indusnet Fiesp


Julio Cerqueira Cesar Neto



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28 de abril de 2014

BRINCADEIRA QUE ENSINA: Árvores, Água, Solo – Luciano Gambarini


BRINCADEIRA QUE ENSINA

Olha que experimento legal para fazer com as crianças para mostrar a importância das árvores como parte de nosso meio ambiente. 


A água que corre pelo solo com vegetação (canto esquerdo), sai clara, enquanto que nos outros dois sem vegetação é enlameada. 

Quanto menos vegetação em nosso meio ambiente mais enlameadas e sujas serão as águas de nossos rios!
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ËSPECIALISTAS ANALISAM O BIOMA PREDOMINANTEMENTE BRASILEIRO NO "DIA DA CAATINGA"


Ilustração: Diego Malta

28 DE ABRIL
Dia da Caatinga: veja o que estudiosos falam sobre o bioma predominantemente brasileiro

Nesta segunda-feira, 28 de abril, está sendo comemorado o Dia da Caatinga. E para lembrar desta data especial, que faz jus ao bioma que se insere especialmente no Nordeste Brasileiro, o site Alagoas na Nettraz durante toda a semana, reportagens, poesias e cordéis em homenagem a este ecossistema muito ameaçado pela ação humana.
Os conteúdos, além de seu teor informativo e didático, tem o intuito de alertar os órgãos públicos e a própria população para que, quem sabe, um dia haja uma atenção especial a este bioma tão pouco estudado.
Por que hoje?
Começamos a comemorar o Dia da Caatinga em agosto de 2003, quando o então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva assinou o Decreto que institui a data festiva.
Este dia foi escolhido para homenagear o primeiro ecólogo do Nordeste brasileiro. Pioneiro em estudos desse bioma, o professor João Vasconcelos Sobrinho, nascido nessa data, no ano de 1908, em Moreno, Pernambuco.
O estudioso foi um dos fundadores da Universidade Federal Rural de Pernambuco, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, do Jardim Botânico do Recife, da Estação Ecológica de Tapacurá e da Associação Pernambucana de Defesa do Ambiente. Em sua carreira publicou cerca de 30 livros, todos sobre ecologia e conservação dos recursos naturais, entre eles: “Processos de desertificação ocorrentes no Nordeste do Brasil: sua gênese e sua contenção”.
O que é a Caatinga?
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
A Caatinga abrange cerca de 10% do território nacional, o que representa aproximadamente, 734.478 km². Localizando-se nos estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande Norte, Sergipe e parte do norte de Minas Gerais.
Hoje trazemos diversas opiniões de estudiosos profundamente conhecedores e apaixonados por esta vegetação, também chamada de “Mata Branca”, que tem este nome advindo do tupi: caa/mata, mais tinga/branca.
Em entrevista a Revista do Instituto Humanitas Unisinos (IHU), a professora Lúcia Helena Piedade Kiill, graduada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia Ciências e mestrado em Biologia Vegetal pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, afirma que a devastação e o desaparecimento da Caatinga podem ser considerados como um dos impactos ambientais mais relevantes para o Semiárido brasileiro.
“Hoje, a degradação e fragmentação de ambientes naturais são consideradas como uma das principais causas de extinção, pois, além de reduzirem os habitats disponíveis para a fauna e flora locais, aumentam o grau de isolamento entre suas populações, o que pode acarretar perdas de variabilidade genética”, conta a bióloga.
Lucia também lembra que, por se tratar de um bioma de ocorrência exclusivamente no território brasileiro, a Caatinga possui flora e fauna endêmicas da região, ou seja, que não ocorre em nenhum outro bioma. “O desaparecimento dessas espécies, mesmo antes de serem estudadas, dificulta o entendimento dos processos ecológicos e, consequentemente, de ações para minimizar esses impactos”, aponta a professora.
Outro conhecedor deste assunto, o agrônomo Haroldo Schistek ressalta que a situação da Caatinga seja catastrófica. “Esse bioma continua sendo o mais desconhecido do Brasil, embora seja característico nosso, só existe no nosso país. Cientificamente tem-se avançado, mas os políticos que tomam a decisão não querem reconhecer sua fragilidade e realizar as propostas da sociedade civil que, de um lado, poderiam garantir a sua preservação e, de outro lado, poderiam garantir uma renda estável para a população humana”, conta o professor, formado pela Universidade de Agricultura de Viena.
Foto: Ilustração
Foto: Ilustração
O estudioso continua: “A Caatinga ocupa 11% do território nacional e mereceria, sem dúvida, um enfoque apropriado e políticas públicas feitas exclusivamente para a área que engloba. Esta área corresponde às superfícies da Alemanha e França juntas! – imagine quantas políticas localizadas regionalmente podemos encontrar nesses dois países e aqui não temos, até o momento, nenhuma política consistente para a área toda.”
Haroldo fala de uma forma bastante didática sobre o problema que há muito assola o sertão nordestino: “Infelizmente, preciso insistir num fato que todos preferem não mencionar, por ser incômodo, por tocar em privilégios de uma minoria e de ser perigoso e, em muitos casos, até mortal. Trata-se da questão da terra, ou melhor, do tamanho dela. A Embrapa Semi Árido afirma que na grande região da Depressão Sertaneja uma propriedade necessita de até 300 hectares de terra para ser sustentável, sendo a atividade principal a criação de caprinos e ovinos. Assim, a principal forma de preservar a Caatinga é dotar as famílias de um tamanho de terra adequado às condições de semiaridez. Quanto mais seca a região, mais terra se precisa.
O estudioso do bioma Caatinga, professor e pesquisador da Universidade Federal de Pernambuco, Marcelo Tabarelli, que há vários anos vê a degradação desse bioma avançar, também acende a luz vermelha e faz um alerta.
“Sem chuva e com o avanço das obras de infraestrutura e da agricultura e pecuária de baixos investimentos, a Caatinga sofrerá um processo natural de desertificação”. E completa: “A Caatinga é o patinho feio dos ecossistemas brasileiros”, pontua Tabarelli.
Em Alagoas
De acordo com a bióloga Selma Torquato, curadora da coleção de répteis e anfíbios do Museu de História Natural, “A Caatinga de Alagoas é pouco conhecida do ponto de vista de seus recursos naturais. No entanto, trata-se de um bioma cuja riqueza já foi constada em diversos estudos”.
Nos dias 14 e 15 de dezembro do ano passado, estudantes pesquisadores que fazem parte do Herbário MAC do Instituto do Meio Ambiente (IMA), realizaram uma expedição no Refúgio da Vida Silvestre (RVS) dos Morros do Caraunã e do Padre, localizados da zona rural de Mata Grande, Alto Sertão de Alagoas.
Reserva
Santana do Ipanema possui a primeira reserva de preservação do bioma Caatinga em Alagoas (Foto: Alagoas na Net / Arquivo)
O objetivo da atividade foi pesquisar as famílias Malvaceae, Turneraceae, Convolvulaceae e Solanaceae, espécies botânicas características da Caatinga. Em seguida analisá-las com o intuito de obter material para o Trabalho de Conclusão de Curso dos estudantes.
Inserido na zona rural de Água Branca, alto sertão alagoano, na área de influência da Bacia do São Francisco, o Refúgio é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral criada no dia 27 de janeiro de 2012 – conforme o Decreto n º 17.935/2012 e tem como um dos limites o Canal do Sertão. Entre os principais objetivos estão o de preservar as culturas e tradições sertanejas da população local; incentivar e fomentar ações de educação ambiental e turismo ecológico na região; garantir a integridade do ecossistema para a realização de pesquisas científicas que visem o conhecimento da área, garantindo assim subsídios para sua melhor gestão e proteção.
Santana do Ipanema foi o primeiro município do Sertão a ter uma Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) para a conservação do Bioma Caatinga, a partir da ação da ONG Macambira, da família Nepomuceno Agra; o fato histórico aconteceu em 2008.
Segundo a legislação ambiental, as RPPNs têm caráter perpétuo, registrado em cartório, e mesmo que seja vendida ou herdada é garantida pela lei a sua conservação e integridade.
Essas ações mostram que há uma camada da sociedade preocupada com a devastação da Caatinga, mas os estudiosos sabem que ainda falta muito para que atinjamos o ideal de preservação deste bioma.
Da Redação
Ilustração: Diego Malta
http://www.alagoasnanet.com.br/v3/dia-da-caatinga-veja-o-que-estudiosos-falam-sobre-o-bioma-predominantemente-brasileiro/


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26 de abril de 2014

CONHEÇA A MERGULHADORA CHAMADA DE "FADA DOS TUBARÕES" - A BELA OCEAN RAMSEY


Ocean Ramsey, a bela mergulhadora que nada com tubarões


Ocean Ramsey, a bela mergulhadora que nada com tubarões


Ocean Ramsey é instrutora de mergulho, modelo e ‘amiga’ de tubarões. Ela é conhecida como a ‘fada dos tubarões’, pela forma como controla os animais para nadar com eles. Ramsey tem a incrível capacidade de segurar a respiração por quase 6 minutos. 


Entre suas façanhas, ela já nadou com 32 espécies marinhas, incluindo um gigantesco tubarão branco de 5 metros de comprimento. Além de ser corajosa, Ramsey deixa todo mundo impressionado com a sua beleza.


Ocean Ramsey, a bela mergulhadora que nada com tubarões


               Clique e saiba mais sobre a bela mergulhadora, chamada "fada dos tubarões"




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Sanepar é a empresa que mais polui rios no Paraná

Vejam como a Sanepar cobra por um serviço que não presta.

Continua matando os rios do Paraná.

Reportagem da RPCTV do dia 24/abril/2014.

Desgoverno tucano DEIXA a SANEPAR aos interesses do holding privado.  Matéria da Gazeta do Povo  comenta uma "recuada" em relação ao ZEE e rediscussão do projeto que libera indústrias poluidoras nas áreas de mananciais (embora a subsidiária da Renault na APA do Iraí, em Zona de Conservação da Vida Silvestre - Decreto 2200/2000 - esteja com o protocolo assinado e com parecer favorável da CAT do Iraí, visto a abstenção no parecer do representante da SANEPAR)

Clique no link abaixo para ver a reportagem:

http://globotv.globo.com/rpc/bom-dia-parana/v/sanepar-e-a-empresa-que-mais-polui-rios-no-parana/3301386/

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Bacias hidrográficas de São Paulo não têm plano de emergência.



 


Deficiência Hídrica evidenciada pela situação dos Reservatórios de água .

Bacias hidrográficas de São Paulo não têm plano de emergência.

Mesmo com a previsão de possíveis cenários de escassez, nenhuma das principais bacias hidrográficas paulistas tem plano de contingência para eventos críticos como o vivido hoje pelo Sistema Cantareira. A constatação é do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Macrometrópole, concluído em outubro do ano passado pelo governo estadual. Segundo o documento, a necessidade de planejamento prévio para situações de emergência - secas ou cheias - está prevista na lei federal da Política Nacional de Saneamento, de 2007.

O estudo traçou um diagnóstico da oferta de água na região formada por 180 cidades ao redor da capital, apresentou propostas para suprir o aumento da demanda até 2035 e avaliou os planos das oito bacias que compreendem as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Sorocaba e litoral norte, onde reside 74% da população do Estado. Entre elas, estão a do Alto Tietê, e a dos Rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (PCJ), que dividem a água do Cantareira. 


"Em função do crescimento das demandas, todos os planos preveem o agravamento das condições da oferta hídrica e alertam para a possibilidade de ocorrência de situações de escassez de água. No entanto, não estabelecem medidas específicas para serem administradas na ocorrência de eventos críticos", afirma o documento. "As únicas ações constantes nos planos referem-se a medidas preventivas, como o uso racional da água, gestão de demanda e o reúso", diz o estudo.
Os planos de bacias são feitos pelos comitês formados por gestores públicos da área de recursos hídricos e das cidades da região, além de entidades da sociedade civil. De acordo com o especialista em Hidrologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Antônio Carlos Zuffo, a ausência de um repertório com ações de emergência previamente definido e integrado entre os municípios e as concessionárias de saneamento dá margem para que decisões políticas se sobreponham às medidas técnicas.

"Ao contrário de outros países, especialmente do Hemisfério Norte, onde a própria população se prepara para os cenários críticos, aqui no Brasil nos acostumamos a acreditar que esses eventos nunca vão acontecer. Hoje, estamos enfrentando uma grave crise de abastecimento de água e de energia e não temos planos capazes de gerenciar esses riscos. No caso do Cantareira, a população tinha de estar envolvida há muito mais tempo, e o racionamento deveria ter sido adotado há pelo menos três meses. Mas ao contrário. Nós continuamos a retirar mais água do que se pode", afirmou Zuffo.
Segundo o Plano Diretor, a Bacia do PCJ,

 que compreende a região de Campinas, até tem um programa de Prevenção e Defesa Contra Eventos Hidrológicos Extremos, mas "nenhuma das ações propostas corresponde ao detalhamento especificamente voltado a um plano de contingência".

No caso do Alto Tietê, onde fica a Grande São Paulo, o plano aponta o problema da escassez hídrica, mas não indica medidas de emergência em caso de colapso. Os gestores das Bacias do PCJ, Alto Tietê e Paraíba do Sul foram procurados, mas não foram localizados para comentar a ausência de planos de contingência.

Urgência

No mês passado, o comitê anticrise que monitora o Cantareira recomendou à Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) que apoiem as cidades abastecidas pelo manancial na Bacia do PCJ na elaboração de um plano de contingência.

O mesmo pedido foi feito à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), que deve informar o volume de água que vai captar até o fim do ano. Desde janeiro, a empresa já adotou o remanejamento de água de outros sistemas, lançou bônus para quem reduzir o consumo e diminuiu a pressão da água nas madrugadas. No próximo mês, deve começar a captar água do chamado "volume morto" do Cantareira e cobrar multa por aumento do consumo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(matéria enviada pelo Professor Jarmuth Andrade)

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UTI ambiental: revitalização de bacias hidrográficas II – artigo de Osvaldo Ferreira Valente


 
                                                                                           [EcoDebate]

O paciente enfartado, quando entra na UTI hospitalar, passa, em primeiro lugar, por uma bateria de exames e só depois, com base nos resultados é que os especialistas traçam o programa de tratamento. As pequenas bacias hidrográficas degradadas, internadas na UTI ambiental, também devem passar por etapas semelhantes para recuperarem suas saúdes hidrológicas e poderem voltar a produzir volumes de água que já estiveram produzindo no passado. Se os pacientes enfartados recebem tratamentos específicos, as pequenas bacias também devem ter planos específicos. Esta é uma conclusão elementar, mas infelizmente necessária, pois há uma enorme tendência, no Brasil, de generalizar soluções e acreditar que seja suficiente a aplicação de legislações que consideram iguais os diversificados ecossistemas que ocorrem no país.


Ao falar montar um plano ou desenvolver um projeto de conservação, o leitor vai imaginar um documento cheio de mapas, tabelas, gráficos, textos enormes com justificativas e descrição de metas e outras parafernálias semelhantes. Mas nem sempre há necessidade de tudo isso, pois o mais importante é a boa observação do fato (da pequena bacia, no caso) e trabalhar as adequações necessárias; mas, antes de tudo, possíveis dentro da realidade social e econômica da comunidade envolvida. Uma ação importante é ter um roteiro de orientação, que pode ser o seguinte: objetivo – inventário – análises das informações do inventário – geração de alternativas – seleção das alternativas e montagem do plano de manejo – execução. Vamos discutir rapidamente cada uma destas etapas.

Objetivo: Como estamos discutindo produção de água, vamos admitir que o objetivo principal seja aumentar a vaza das nascentes e do curso d’água formado e mantido pela pequena bacia ( podem existir outros objetivos secundários para casos específicos). Será sempre muito bom se pudermos colocar algumas metas acopladas ao objetivo; por exemplo, aumentar a vazão em 40%. Ou quem sabe dobrá-la em um período de cinco anos. Isso vai depender dos primeiros contatos com a bacia e de ouvir algumas histórias a respeito dela, contadas pelos que moram nela ou a exploram.

Inventário: Precisamos de alguns dados relativos à pequena bacia, começando pela busca de informações meteorológicas. Quanto chove anualmente? Como é a distribuição das chuvas? Há grande concentração de chuvas intensas, como de 50 mm/h, por exemplo? Estas informações podem ser buscadas em sites de instituições como o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmetro) e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Também podem ser consultadas empresas que fazem previsões de tempo e que estão presentes nos noticiários das diversas mídias. Outro dado importante é a vazão de estiagem (vazão mínima) atual e uma busca de informação sobre os valores da vazão em épocas passadas. Características ambientais da bacia: solos, vegetação, declividades de encostas e usos da terra. Características dos moradores: percepção da importância da água, capacidade de lidar com tecnologias de conservação, disposição para mudanças etc. Para distribuição e localização das características, será fundamental a aquisição de um mapa da área. Mas, mesmo para isso, é possível trabalhar com cópias diretas do Google Earth, ou com fotografias aéreas obtidas em instituições oficiais. 

Análise das informações do inventário: Apenas alguns exemplos, a seguir, para ilustração do que deve ser feito nesta fase.

1) Se o solo for muito argiloso, com baixo teor de matéria orgânica, vai ter baixa porosidade, dificultando a infiltração. Vale a pena, em muitos casos, completar o inventário, medindo a velocidade de infiltração (uma pesquisa na internet indicará métodos de medição);
2) Se houver a ocorrência de chuvas muito intensas (acima de 50 mm/h, por exemplo), já estaremos intimados a construir sistemas de retenção de enxurradas com boas capacidades de armazenamento temporário de água (terraços, caixas, barraginhas). Se a velocidade de infiltração tiver sido medida, teremos a possibilidade de confrontá-la com a intensidade da chuva, ajudando no dimensionamento futuro das estruturas de contenção de enxurradas;
3) Se há encostas com pastagens degradadas, valerá discutir com o proprietário rural, ou mais de um, a possibilidade de melhorar o estado vegetativo e fazer manejo rotacional. Até mesmo adotar sistema silvipastoril ou reflorestamento de áreas de maior declividade;
4) Pelo levantamento de percepção dos moradores, eles estão preparados para aceitar novas tecnologias? Haverá necessidade de educação ambiental e de capacitação para lidar com os novos procedimentos? Há, disponível, alguma instituição ligada à extensão rural ou alguma cooperativa de produtores que poderão ajudar na implantação ou mesmo no convencimento de um ou outro mais cético?
Outras análises deverão ser feitas, de acordo com as necessidades específicas da pequena bacia em foco.

Geração de alternativas: Também exemplos.

1) Conhecendo intensidade de chuvas e velocidades de infiltração numa encosta, poderemos sugerir, antecipadamente, duas alternativas, sendo a primeira composta de reflorestamento de uma área mais inclinada e a adoção de sistema silvipastoril para o restante. Como segunda alternativa, poderemos propor a substituição da forrageira que ora ocupa a encosta e construir terraços de base estreita. Em qualquer das alternativas, há de se propor uma divisão da pastagem para permitir o uso rotacionado;
2) Para melhorar a percepção ambiental poderemos propor conversas diretas com moradores ou uma parceria com o sistema educativo municipal. A capacitação, se necessária, poderá ser feita através de uma visita a alguma bacia já trabalhada ou em dia de campo na própria bacia, onde as tecnologias serão apresentadas e discutidas;
Para todas as alternativas, será importante um levantamento de custos para auxiliar nas escolhas da próxima etapa.

Seleção das alternativas e montagem do plano de manejo: Ainda exemplos.

1)Discutidas as alternativas para as encostas com pastagem degradada, com dois proprietários, um deles pode optar pela troca da forrageira e a construção de terraços: o outro pelo sistema silvipastoril, mas desde que adotado em toda a encosta, mesmo na área mais inclinada. Se ele for irredutível em não aceitar o reflorestamento na parte mais inclinada, melhor concordar, para não perder a colaboração. Talvez com o tempo, e vendo o aumento da capacidade de suporte da área melhorada, ele acabe mudando de opinião;
2) Quanto à educação ambiental, as alternativas, levadas à discussão com moradores e com o sistema de educação municipal, pode acabar com o município assumindo o encargo, desde que o plano formule o programa a ser desenvolvido e seja dado treinamento para os agentes encarregados da sua aplicação. Já com respeito à capacitação, pode ficar decidido que o plano incluirá o dia de campo;
3) Escolhidas as alternativas, elas serão tecnicamente planejadas, com descrições detalhadas e os custos respectivos, gerando o plano de manejo.

Execução: Limita-se à implantação do plano de manejo.

O roteiro apresentado aplica-se a pequenas bacias (mas que somadas formam as grandes) e conforme já discutimos em um dos artigos que trataram do “diagnóstico da água”, dentro da série UTI ambiental, o conceito hidrológico de pequena bacia hidrográfica refere-se àquelas de 1a, 2a ou 3a ordens. Em regiões montanhosas e bem drenadas, as bacias de 1a ordem podem ter áreas de 50 a 100 hectares e as de 3a podem chegar a 1000 hectares. Depreende-se, portanto, que podemos lidar com comunidades formadas por poucos ou muitos habitantes. Bacias com áreas de 1000 hectares, dependendo da situação fundiária da região, podem envolver 20 ou mais famílias e, nesses casos, o roteiro discutido deve ser desenvolvido passo por passo. Se a bacia for de 1a ordem e envolver apenas um ou dois núcleos familiares, depois do inventário e da análise dos dados dele provenientes, as demais etapas do roteiro podem ser conduzidas em conjunto, em contatos diretos com os moradores. Os planos podem ser resumidos em descrições rápidas das condições, com recomendações e receitas para execução, incluindo croquis, fotografias com câmeras comuns etc.

Em quaisquer das possibilidades de aplicação do roteiro, o hidrologista responsável, ou coordenador, vai precisar da ajuda de profissionais das áreas agronômicas e florestais, de geólogos, meteorologistas, agrimensores e outros, mesmo que seja para rápidas consultorias ou opiniões. Tudo dependendo da complexidade da pequena bacia. Não custa lembrar que manejo de bacias hidrográficas é uma atividade multidisciplinar.

Sei que muitos vão achar que estou simplista e tentando vender o elementar. Tudo bem, o respeito às opiniões contrárias é sempre devido, mas tenho a firme convicção de que plano bom é aquele que pode resolver e esteja adequado às realidades sociais e econômicas do ambiente a que se destina. E mais, que possa ser entendido e executado pelos produtores rurais, com apoio financeiro e assessoria de técnicos de campo. Gostaria muito de ver os Comitês de Bacias discutindo isso.

Osvaldo Ferreira Valente é engenheiro florestal, especialista em hidrologia e manejo de pequenas bacias hidrográficas, professor titular, aposentado, da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e autor de dois livros sobre o assunto: “Conservação de nascentes – Produção de água em pequenas bacias hidrográficas”e “Das chuvas às torneiras – A água nossa de cada dia”; colaborador e articulista do EcoDebate .( valente.osvaldo@gmail.com)

EcoDebate, 16/04/2014

http://www.ecodebate.com.br/2014/04/16/uti-ambiental-revitalizacao-de-bacias-hidrograficas-ii-artigo-de-osvaldo-ferreira-valente/ 

Veja aqui a primeira parte : http://sosriosdobrasil.blogspot.com.br/2014/04/uti-ambiental-revitalizacao-de-bacias.html

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Governo de São Paulo anuncia multas contra o desperdício de água; medida segue incentivos na conta para os que economizarem


 

Contra racionar, Alckmin vai multar desperdício

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Governo de São Paulo anuncia multas contra o desperdício de água; medida segue incentivos na conta para os que economizarem


Governo de São Paulo anuncia multas contra o desperdício de água; medida segue incentivos na conta para os que economizarem; alternativas procuram adiar ao máximo decisão impopular de fazer o racionamento, como projeta a Agência Nacional de Águas (ANA); com reeleição pela frente, Geraldo Alckmin (PSDB) não quer enfrentar seca de votos fechando as torneiras agora; estratégia vai funcionar?

Brasil 247
SP 247 – Na tentativa de adiar ao máximo o racionamento de água em São Paulo, o governo paulista estuda agora uma nova medida contra o desperdício: a aplicação de multas para quem aumentar o consumo. O anúncio foi feito nesta quinta-feira 17 pelo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos do estado, Mauro Arce, em entrevista à rádio CBN. "Não há rodízio e quem desperdiçar água será multado", disse ele.

Se realmente colocada em prática, a medida segue uma estratégia do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de evitar o desperdício sem aplicar os impopulares rodízio ou racionamento de água no ano em que tentará se reeleger. Atualmente, uma campanha da Sabesp dá desconto de 30% a quem reduzir em 20% o consumo de água mensal.

Conforme explicou o secretário, a multa será anunciada um mês antes da cobrança, a fim de que o consumidor possa se preparar para o pagamento. Em alguns casos, segundo ele, as multas poderão ser analisadas e perdoadas, dependendo das causas. A proposta, ainda em análise, é que o ônus seja também de 30% - assim como o desconto – para quem aumentar o consumo.

Ontem, depois das chuvas recentes em São Paulo, o Sistema Cantareira, que abastece a região metropolitana da capital, registrou pequena alta, mas ainda assim encontra-se em recorde negativo histórico: 12,3%.

Após um relatório que aponta a necessidade de "medidas mais drásticas" caso as condições climáticas permaneçam como estão, e assim o nível do reservatório Cantareira, a Sabesp voltou atrás e garantiu o abastecimento em São Paulo, sem a necessidade de rodízio, até o final do ano.
Postado por Helio Borba às 13:20 

Fonte: http://aposentadoinvocado1.blogspot.com.br/2014/04/governo-de-sao-paulo-anuncia-multas.html


Saudações eco-fluviais

Prof. Jarmuth Andrade

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HOJE, 22 DE ABRIL, É O "DIA MUNDIAL DA TERRA"



O QUE VOCÊ TEM FEITO PELA PRESERVAÇÃO
DE NOSSO PLANETA TERRA ?



22 de Abril - Dia da Terra

Publicado:  por Deborah Dubner
Celebre, cuide, reflita, ame, crie, conheça, mude!
Banco de Imagens
Foto
Como cuidar de algo que é tão imensamente maior do que nós?
por Deborah Dubner
O dia 22 de Abril é dedicado a celebrar a existência do nosso querido Planeta Terra, tão amado, generoso e muitas vezes esquecido. Como cuidar de algo que é tão imensamente maior do que nós? Quais ações nós podemos fazer que realmente interfiram na grandiosidade dessa terra que nos sustenta? Será mesmo que somos capazes de colaborar para reverter um processo de destruição que já começou?
Essas são algumas questões que vêm à tona quando paramos para refletir sobre o poder do homem diante da natureza e sobre a continuidade da vida na terra.
O Dia do Planeta Terra foi criado em 1970 nos Estados Unidos, pelo Senador norte-americano Gaylord Nelson. Festejado em 22 de abril, foi o primeiro protesto nacional contra a poluição e ganhou países adeptos ao movimento, a partir de 1990. Coincidência ou não, é também o Dia do Descobrimento do Brasil, uma “terra abençoada por Deus”, como costuma cantar o nosso povo.
Se pensarmos que o Dia do Planeta Terra nasceu como um protesto à poluição em 1970, podemos avaliar o que a humanidade conseguiu fazer nos últimos (quase) 40 anos. Os rios estão cada vez mais poluídos, as florestas desmatadas, o ar carregado. A violência invade os lares, as escolas, as empresas e todos os espaços coletivos. O lixo é jogado nas ruas ao invés de ser reciclado. A água, o bem mais precioso da humanidade, está escassa. As geleiras estão derretendo. O homem, o único que poderia fazer alguma coisa, está mais preocupado com a economia de seus países.

No entanto, nos últimos anos o Dia da Terra vem ganhando cada vez mais destaque. Este ano, mais de 500 milhões de pessoas de 85 países devem comemorar a data com campanhas e ações voltadas à ampliação da consciência, preservação e sustentabilidade.
Itu e região têm feito algumas ações importantes nesse sentido. Conheça!
E como o itu.com.br sempre apóia iniciativas que mobilizam mudanças sustentáveis, esta matéria tem o objetivo de ajudar a refletir sobre o tema, ampliar a consciência, aprender um pouco mais e mudar algumas atitudes.

DIA DA TERRA 2014

Saiba como fazer a sua parte!
- Visite sites especiais sobre o tema.

- Leia a Carta da Terra, um dos documentos da RIO-92.
Aprenda sobre Consumo Sustentável com o IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor)
- Informe-se sobre os programas do National Geographics, que preparou uma semana especial pelo Dia da Terra. 

Faça um teste para ver o quanto você sabe sobre assuntos como emissão de CO2, consumo de água, tipos de energia e lixo, entre outros.

Leia mais de 50 dicas no “Você sabia” do site NatGeo.

- Teste sua Pegada Ecológica! Há dois sites bacanas pra você testar! EARTHDAY e NATGEO
Leia 51 dicas que você pode fazer para proteger a Terra






Leia também os artigos de nossos colunistas:
Nós e o Aquecimento Globalpor Edvaldo Sorrini

Fonte: ITU.COM.BR
(matéria enviada pelo Professor Jarmuth Andrade)
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!