Deficiência Hídrica evidenciada pela situação dos Reservatórios de água .
Bacias hidrográficas de São Paulo não têm plano de emergência.
Mesmo
com a previsão de possíveis cenários de escassez, nenhuma das
principais bacias hidrográficas paulistas tem plano de contingência para
eventos críticos como o vivido hoje pelo Sistema Cantareira. A
constatação é do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Macrometrópole,
concluído em outubro do ano passado pelo governo estadual. Segundo o
documento, a necessidade de planejamento prévio para situações de
emergência - secas ou cheias - está prevista na lei federal da Política
Nacional de Saneamento, de 2007.
O
estudo traçou um diagnóstico da oferta de água na região formada por
180 cidades ao redor da capital, apresentou propostas para suprir o
aumento da demanda até 2035 e avaliou os planos das oito bacias que
compreendem as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Campinas, Baixada
Santista, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Sorocaba e litoral norte,
onde reside 74% da população do Estado. Entre elas, estão a do Alto
Tietê, e a dos Rios Piracicaba, Capivari, Jundiaí (PCJ), que dividem a
água do Cantareira.
"Em
função do crescimento das demandas, todos os planos preveem o
agravamento das condições da oferta hídrica e alertam para a
possibilidade de ocorrência de situações de escassez de água. No
entanto, não estabelecem medidas específicas para serem administradas na
ocorrência de eventos críticos", afirma o documento. "As únicas ações
constantes nos planos referem-se a medidas preventivas, como o uso
racional da água, gestão de demanda e o reúso", diz o estudo.
Os
planos de bacias são feitos pelos comitês formados por gestores
públicos da área de recursos hídricos e das cidades da região, além de
entidades da sociedade civil. De acordo com o especialista em Hidrologia
da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Antônio Carlos Zuffo, a
ausência de um repertório com ações de emergência previamente definido e
integrado entre os municípios e as concessionárias de saneamento dá
margem para que decisões políticas se sobreponham às medidas técnicas.
"Ao
contrário de outros países, especialmente do Hemisfério Norte, onde a
própria população se prepara para os cenários críticos, aqui no Brasil
nos acostumamos a acreditar que esses eventos nunca vão acontecer. Hoje,
estamos enfrentando uma grave crise de abastecimento de água e de
energia e não temos planos capazes de gerenciar esses riscos. No caso do
Cantareira, a população tinha de estar envolvida há muito mais tempo, e
o racionamento deveria ter sido adotado há pelo menos três meses. Mas
ao contrário. Nós continuamos a retirar mais água do que se pode",
afirmou Zuffo.
Segundo o Plano Diretor, a Bacia do PCJ,
que
compreende a região de Campinas, até tem um programa de Prevenção e
Defesa Contra Eventos Hidrológicos Extremos, mas "nenhuma das ações
propostas corresponde ao detalhamento especificamente voltado a um plano
de contingência".
No
caso do Alto Tietê, onde fica a Grande São Paulo, o plano aponta o
problema da escassez hídrica, mas não indica medidas de emergência em
caso de colapso. Os gestores das Bacias do PCJ, Alto Tietê e Paraíba do
Sul foram procurados, mas não foram localizados para comentar a ausência
de planos de contingência.
Urgência
No
mês passado, o comitê anticrise que monitora o Cantareira recomendou à
Agência Nacional de Águas (ANA) e ao Departamento de Água e Energia
Elétrica (DAEE) que apoiem as cidades abastecidas pelo manancial na
Bacia do PCJ na elaboração de um plano de contingência.
O
mesmo pedido foi feito à Companhia de Saneamento Básico do Estado de
São Paulo (Sabesp), que deve informar o volume de água que vai captar
até o fim do ano. Desde janeiro, a empresa já adotou o remanejamento de
água de outros sistemas, lançou bônus para quem reduzir o consumo e
diminuiu a pressão da água nas madrugadas. No próximo mês, deve começar a
captar água do chamado "volume morto" do Cantareira e cobrar multa por
aumento do consumo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(matéria enviada pelo Professor Jarmuth Andrade)
(matéria enviada pelo Professor Jarmuth Andrade)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo e deixe aqui seus comentários, idéias, sugestões, propostas e notícias de ações em defesa dos rios, que vc tomou conhecimento.
Seu comentário é muito importante para nosso trabalho!
Querendo uma resposta pessoal, deixe seu e-mail.
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários. Portanto, não serão publicados comentários que firam a lei e a ética.
Por ser muito antigo, o quadro de comentários do blog ainda apresenta a opção comentar anônimo; mas, com a mudança na legislação,
....... NÃO SERÃO PUBLICADOS COMENTÁRIOS DE ANÔNIMOS....
COMENTÁRIOS ANÔNIMOS, geralmente de incompetentes e covardes, que só querem destruir o trabalho em benefício das comunidades FICAM PROIBIDOS NESTE BLOG.
No "COMENTAR COMO" clique no Nome/URL e coloque seu nome e cidade de origem. Obrigado
AJUDE A SALVAR OS NOSSOS RIOS E MARES!!!
E-mail: sosriosdobrasil@yahoo.com.br