Ministério Público de São Paulo questionou formalmente os órgãos gestores do Cantareira e o uso do "volume morto" do sistema... Foto:
Promotoria critica gestão "política" da
água
Por Lucas Sampaio
CAMPINAS, SP, 30 de março (Folhapress) - O Ministério Público de São Paulo questionou formalmente os órgãos gestores do Cantareira e o uso do "volume morto" do sistema a reserva técnica de água que fica abaixo das bombas de captação da Sabesp (estatal de água e esgoto) para abastecer a Grande São Paulo.
A reclamação soma mais um elemento à atual crise hídrica no Estado. O sistema Cantareira, que abastece diretamente 8,8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo e, indiretamente, 5,5 milhões de pessoas nas regiões de Campinas, Piracicaba e Jundiaí, está hoje com apenas 13,4% de seu "volume útil" (132 bilhões de litros de água), nível mais baixo da história.
A ANA (Agência Nacional de Águas), órgão federal, e o DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), estadual, têm até amanhã, segunda-feira, para responder aos questionamentos feitos pelo Gaema, grupo ambiental do Ministério Público estadual em Piracicaba.
O DAEE pediu ontem a prorrogação de prazo para a resposta, segundo a Promotoria, e o pedido está sendo analisado.
Os órgãos técnicos precisam provar ao Ministério Público que o uso do "volume morto" não colocará em risco o futuro do Cantareira caso contrário, a Promotoria pretende entrar com uma ação pedindo a suspensão das obras para a retirada dessa reserva de água para abastecer a Grande SP.
Em nota divulgada no sábado, o Gaema afirmou que, embora diversas medidas contra a crise tenham sido anunciadas pelos governos estadual e federal, os reservatórios do Cantareira "continuam sofrendo alarmante redução".
"Enquanto isso, os órgãos gestores (ANA/DAEE) continuam negando a necessidade de racionamento, mesmo diante de perspectivas pouco animadoras", diz o texto.
A Promotoria questiona também a quantidade de água que está sendo liberada para abastecer a Grande SP e acusa os órgãos gestores de privilegiar a capital em detrimento do interior.
Segundo os promotores do grupo, ANA e DAEE autorizaram "vazões de retirada muito além daquelas definidas pela CAR [Curva de Aversão de Risco], aumentando o risco de colapso do sistema Cantareira e de desabastecimento".
"As decisões políticas não podem prevalecer em detrimento das decisões técnicas nesta situação emergencial de prolongada escassez hídrica", afirmou o Gaema. "Caso contrário, poderão advir graves consequências."
"Volume morto"
A Sabesp está investindo R$ 80 milhões para instalar bombas que levarão a água do "volume morto" que nunca foi utilizado até as estações de tratamento da empresa. A previsão é que a reserva possa ser utilizada a partir de julho, com capacidade de abastecer a Grande SP por quatro meses.
A medida é a principal aposta de curto prazo do governo Geraldo Alckmin (PSDB) para evitar o racionamento de água. "Reserva é exatamente para ser usada", disse o governador, quando esteve em Campinas (a 93 km de SP), no último dia 20.
Os reservatórios do sistema Cantareira têm capacidade total de 1,46 trilhão de litros de água, dos quais 974 bilhões de litros compõem o "volume útil" e 486 bilhões, o "volume morto" (ou reserva técnica).
Apesar de a reserva técnica representar um terço do volume total do Cantareira, especialistas alertam que é perigoso utilizá-la antes de se tentar outras medidas, como o racionamento.
O Consórcio PCJ, grupo que reúne prefeituras, indústrias e entidades de 43 cidades da região de Campinas, Piracicaba e Jundiaí, questiona formalmente sua utilização. "O ideal seria adotar o racionamento, sem dúvida. O governo do Estado conta com essa carta na manga, mas ela não deveria ser utilizada", diz José Cezar Saad, coordenador de projetos do consórcio.
Gestão política
"Quanto mais se avançar no consumo dessa reserva, haverá maior dificuldade na recuperação do sistema", diz Alexandra Martins, promotora do Gaema responsável pela ação. "Há que se ter transparência com as intervenções que estão sendo feitas."
Além de ANA e DAEE, o Gaema questionou a Cetesb (órgão ambiental estadual) se as devidas licenças ambientais foram solicitadas e expedidas para a realização das obras no Cantareira.
Procuradas pela reportagem, ANA e DAEE não responderam. A Cetesb informou que se manifestará apenas amanhã.
http://www.diariodosudoeste.com.br/noticias/brasil/2,53373,30,03,promotoria-critica-gestao-quot%3Bpoliticaquot%3B-da-agua.shtml
O SISTEMA CANTAREIRA...A CADA DIA PIORA...
ResponderExcluirE o Cantareira continua secando...
http://www.climatempo.com.br/noticias/237544/e-o-cantareira-continua-secando/
E o pior, entretanto, resta saber se a ANA - Agência Nacional de Águas, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. SABESP... E o COMITÊ ANTICRISE DO SISTEMA CANTAREIRA... “Não” estão considerando o “Assoreamento” deste Sistema Cantareira...Que existe desde do inicio da década de 70.
Diante disto, sabe-se que segundo estudo da Organização das Nações Unidas (ONU)...Considerando que a partir de estudo realizado
pela Eletrobrás/IPH (1994) pode-se concluir que a perda anual de capacidade de armazenamento dos reservatórios do nosso país é de aproximadamente 0,5% ou um pouco mais nestes anos: http://www.aneel.gov.br/biblioteca/downloads/livros/Guia_ava_port.pdf ,
Carvalho, 1994).
Então considerado 0,5% por ano...Para o Sistema Cantareira...Por ter sido construído no inicio da década de 70... Assim sendo, considerado que o Sistema cantareira, já existe há 40 anos...
sendo assim, multiplica-se 40 x 0,5% = 21.5%......Ou seja, o sistema cantareira, possui dentro de um cenário otimista... Hoje(Junho de 2014), possui um assoreamento de 20%...
Se o Sistema Cantareira hoje(25.06.2014, Quarta Feira), o seu volume útil com o volume morto...Só contabiliza 21.5%...Imagine quando subtrair 20% de assoreamento...Restará somente... (21.5% x 20%) = 4.3%...
Então 21.5% (-) = 4.3% %) = 17.2 %...Na verdade o Sistema Cantareira hoje(25.06.2014, Quarta Feira...Só detêm somente 17.2 %...De sua capacidade máxima...Contabilizando com seu volume morto...
Em suma, entretanto, considerando uma “Perda Diária” de somente 0.2%...Dentro de uma hipótese otimista...”O Sistema Cantareira”...Só restará com somente 6(seis) meses de “Vida Útil”...
Sabe-se que a “Estação Chuvosa na Região Sudeste(onde o Estado de São Paulo está contido) começa em Outubro...Entretanto, a demanda(vazão) para atender uma população de entorno de 9(nove) milhões...Que corresponde a 47% da capital de São Paulo...Repito esta demanda(vazão) é de 34(trinta e quatro) metros cúbicos por segundo...
Então diante disto...Pergunta-se...Será que com a estação chuvosa, que só começa em Outubro...Recuperar “Simultaneamente” na “Recarga” deste citado sistema Cantareira...E no suprimento do abastecimento humano, comercial , industrial.. Entre outras demanda desta colossal população?
Entretanto, é meu ponto de vista (considerando essas ‘variáveis’ abordadas acima)...No resto, são “Meras Especulações”...Todavia, com uma ‘Visão Cientifica’...Vejo assim...E ‘Ponto final’.
Do Escritor
Pedro Severino de Sousa
João Pessoa(PB), 25 de Junho de 2014