NO RECIFE, "PROJETO PRAIAS DO CAPIBARIBE" LEVA DOMINGO DE PRAIA PARA A COMUNIDADE DO COQUE

Publicação: 05/04/2014 16:00 Atualização:

Projeto já foi levado a trechos das margens do rio. Foto: Nando Chiappetta/DP/D.A Press Capibaribe »Projeto leva domingo de praia ao Coque

Ao norte, as águas do Capibaribe banham suas terras. Mas o Coque, assim como outras comunidades que são delimitadas pelo rio, não as utilizam de forma intensa. Às vezes, são áreas esquecidas, inóspitas e que ainda não conseguiram o olhar de proteção de quem habita seu entorno. E nem dos que estão distantes. 

Para reforçar a ideia de utilização e o sonho de poder dar um mergulho no rio, o projeto Praias do Capibaribe aporta hoje na comunidade. Cadeiras, guarda-sóis e piscinas plásticas serão colocados na Avenida Martin Luther King, ao lado da Ponte Gregório Bezerra, e a animação ficará por conta do grupo de choro Seu Rocha e do Som na Rural. 

Também haverá oficinas de dança, com o bailarino Dielson Pêssoa, que já fez parte da Companhia Deborah Colker. Esta é a 18ª edição do projeto que já passou por lugares como o quintal da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), no Derby, e a Rua da Aurora, em Santo Amaro.

A programação começa às 11h e vai até as 17h. Tudo gratuito. Um dos destaques é a exposição fotográfica de Chico Ludermir e Sandokan Xavier, que mostra o cotidiano do local. De acordo com um dos coordenadores do Praias do Capibaribe, Márcio Erlich, a iniciativa é voltada para a educação ambiental mas também incentiva o estreitamento da relação dos moradores com o rio. 

O local escolhido para serem montadas as estruturas, segundo ele, tem cerca de 80 metros. “É uma área ampla, entre a parte das habitações e a água. É bom ver gente nova frequentando. A ideia é que o projeto seja itinerante e cada vez mais interligado aos demais movimento. No caso do Coque, há um movimento forte social e cultural”, afirmou. Inserida na Zona Especial de Interesse Social (Zeis), a comunidade tem história de luta e resistência desde seu surgimento. Localizado numa área central e estratégica da cidade, o Coque enfretou diversas ameaças e tentativas de expulsão, agora pela especulação imobiliária.

A edição do Praias do Capibaribe cumpre, no Coque, uma função social ainda maior, além do desafio de dar visibilidade ao “Rio das Capivaras”. O movimento convida a classe média a conhecer, vivenciar e dialogar com a comunidade. “Muitas pessoas do Coque já têm participado de outras edições do projeto. 

Agora, queremos convidar moradores de outros bairros, que vivem nos prédios, a conhecer nossa realidade, nossos projetos e nossa cultura. Somos uma comunidade de moradia e de convivência e não de criminalidade. A violência que existe aqui é a mesma que existe na cidade inteira”, ressalta Moisés Francisco, 41 anos, morador do bairro. Ele está à frente da organização do evento, junto com movimentos como o Coque RExiste, Ponto de Cultura Espaço Livre do Coque, Rede Coque Vive e Neimfa.

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