Prof. Dr. Jorge Paes Rios, Engenheiro Hidráulico e um dos maiores conhecedores de hidrologia no Brasil, bota a boca no trombone e contesta artigo do CREA
Assunto: CREA mistura alhos com bugalhos
==> AGUARDO COMENTÁRIOS = ARTIGO da Folha do CREA n. 29 publicado no O GLOBO
Pessoal :
Olhem só lá embaixo o ARTIGO da Folha do CREA n. 29 publicado no O GLOBO misturando ALHOS COM BUGALHOS....
Meus COMENTÁRIOS estão logo aqui ABAIXO assinalados em vermelho ...
Aguardo URGENTE os comentários dos amigos .....
REALMENTE CONCORDO ==>> O problema crucial não é a falta de chuva, e nem necessariamente as mudanças climáticas ...
PARA AS CHEIAS [ principalmente nas ZONAS URBANAS, na zona rural e nas florestas nem tanto ... ] concordo que ==>> a degradação de nossas bacias hidrográficas estão cada vez mais impermeabilizadas.
REALMENTE DISCORDO qdo. fala que não devemos ter barragens e isto já foi discutido em SEMINÁRIO e no Conselho do CLUBE ==>> O Brasil para desenvolver e crescer a míseros 3% ou mais precisa SIM DE TER políticas públicas para simplificar o licenciamento ambiental das grandes barragens que NÃO SÃO TÃO impactantes ECONOMICAMENTE E AMBIENTALMENTE como as TÉRMICAS E PRECISA SIM priorizar a construção de mais barragens COM RESERVATÓRIOS DE ACUMULAÇÃO PARA ATENDER AS ESTIAGENS CÍCLICAS E NORMAIS DA NATUREZA [anos secos e anos úmidos ] e para diminuir os riscos de desabastecimento de água à população ou de apagões.
NÃO É VERDADE QUE ===>> a cada ano os rios estão ficando mais secos nas estiagens ISTO SÃO AFIRMAÇÕES NÃO COMPROVADAS DE ECO-XIITAS que NÃO ESTUDARAM NEM ENTENDEM DE HIDROLOGIA ESTOCÁSTICA E NEM DE CLIMATOLOGIA [ ver palestra no Clube do prof. da USP RICARDO FELÍCIO ] ...
CONCORDO todavia que devemos SIM ===>>> incrementar a gestão das bacias, com o controle da poluição hídrica e com o reflorestamento com vegetação nativa, priorizando as Áreas de Proteção Permanente (APPs) – topos de morro, encostas com inclinação acima de 45° e faixas marginais de proteção dos rios -, como obriga o Código Florestal Brasileiro. UMA COISA É UMA COISA , OUTRA COISA É OUTRA COISA ...
LAMENTO mas é uma pena o CREA publicar artigo deste teor tendo no seu Conselho algumas pessoas especialistas em HIDRAULICA. HIDROLOGIA, SANEAMENTO, BARRAGENS e até em MEIO AMBIENTE NÃO ECO-XIITA ....
Sds. FLUVIAIS;
PROF. JORGE RIOS
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Folha CREA-RJ nº 29 – 6 de maio de 2014
Será que a escassez atual de água em diversos reservatórios da região Sudeste, colocando em risco a geração de energia hidrelétrica e o abastecimento de água em várias cidades, é devido principalmente à falta de chuvas? O problema crucial não é a falta de chuva, e nem necessariamente as mudanças climáticas, mas sim a degradação de nossas bacias hidrográficas, que estão cada vez mais impermeabilizadas.
O equilíbrio do ciclo hidrológico na natureza é fundamental para a produção sustentável de água doce, para o atendimento ao abastecimento de água, irrigação e geração de energia, bem como para o amortecimento das enchentes, devido ao trabalho fundamental das florestas, que retêm a água das chuvas e as infiltram, permitindo a elevação das vazões fluviais nos períodos de estiagem, consequência do aumento da alimentação subterrânea aos rios, da água que se infiltrou no solo durante as chuvas.
O Crea-RJ já alertou às autoridades para esses problemas, em relatórios sobre as enchentes na Região Serrana em 2011 e na Baixada Fluminense e bairros da Zona Norte do Rio, em 2013, locais em que o solo está bastante desnudado e desprotegido. Praticamente quase nada foi feito. Lembro que em abril começa de fato o período de seca na Região Sudeste, e a situação da escassez de água se agrava.
O que precisa ser feito como principal meta nas políticas públicas não é simplificar o licenciamento ambiental das grandes barragens (que são altamente impactantes ao ecossistema fluvial), nem simplesmente priorizar a construção de mais barragens, já que, a cada anos, os rios estão ficando mais secos nas estiagens, mas, sim, incrementar ao máximo a gestão das bacias, como o reflorestamento em nosso país, de preferência com vegetação nativa, priorizando as Áreas de Proteção Permanente (APPs) – topos de morro, encostas com inclinação acima de 45° e faixas marginais de proteção dos rios -, como obriga o Código Florestal Brasileiro.
O grande desafio da gestão das águas é buscar a sustentabilidade ambiental para a água, com obras e intervenções ecológica e economicamente viáveis, e que beneficiem de fato a sociedade, com o aumento da recarga das águas das chuvas no solo, pois as enchentes e secas estão inter-relacionadas. As atuais enchentes e secas são como duas faces da mesma moeda!
Além disso, procurar implementar intervenções nas bacias hidrográficas visando ao aumento da permeabilidade do solo e de infiltração das águas de chuva (acumulando-as no reservatório da natureza, que são os lençóis freáticos). Acrescente-se, ainda, as necessárias atuações de controle da poluição hídrica. Tudo isto vai gerar a regularização ambiental sustentável do regime dos rios, diminuindo as enchentes e aprimorando a qualidade e quantidade de água doce dos rios, lagos e reservatórios durante as estiagens.
Portanto, o grande desafio da gestão das águas é buscar a sustentabilidade ambiental para a água, com obras e intervenções ecológica e economicamente viáveis, e que beneficiem de fato a sociedade, com o aumento da recarga das águas das chuvas no solo, pois as enchentes e secas estão inter-relacionadas. As atuais enchentes e secas são como duas faces da mesma moeda! Somente com a recuperação do ecossistema da bacia hidrográfica se reduzirão, de fato e num futuro breve, os riscos de desabastecimento de água à população ou de apagões.
Artigo publicado no jornal “O Globo” (19/2/2014)
Quem é o PROF. DR. JORGE RIOS?
Tendo trabalhado desde 1969 nos ramos da engenharia hidráulica, sanitária e ambiental em diversas empresas brasileiras ( HIDROESB, ESB, ENCIBRA, ENGEVIX, MULTISERVICE, SEAPLAN, etc...) e com uma carreira paralela de professor nessas áreas o Prof. Jorge Paes Rios estagiou por diversas vezes em países do continente africano e europeu - seja como engenheiro no LNEC, em Lisboa, no Hydraulics Research, em Wallingford- Inglaterra e nos Laboratórios de Hidráulica no Porto, Chatou, Delft- Holanda , Luanda e Maputo - Moçambique, ou ainda como professor nas Universidades de Grenoble, Lisboa, Porto, Coimbra e Braga acumulando assim vasta experiência.
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