GRANDE QUANTIDADE DE LIXO APARECE NA REPRESA BILLINGS COM O RECUO DAS ÁGUAS

Recuo de água na Billings revela camada da sujeira

03/08/2014 5:45

A seca que atingiu a região metropolitana de São Paulo e ameaça o abastecimento de revela outro problema. Com a redução no volume de água, surge nas margens da Represa Billings enorme quantidade de lixo, especialmente, garrafas plásticas. “Isso que a gente vê é um verdadeiro lixão. Quanto mais a água recua, mais vai sendo revelado”, declarou o advogado e ambientalista Virgílio Alcides de Farias.

Em sua página em uma rede social, Farias denunciou o problema na região da Pedreira, em São Paulo, próximo à divisa com Diadema, e a reportagem do Diário Regional foi até o local conferir. Quanto mais próximo da água, mais difícil fica de suportar o mau cheiro. “Esse odor é por causa das algas, que apodrecem. Nos dias quentes, a situação é muito pior. Estima-se que nas partes mais fundas exista uma camada de até 17 metros de lodo e material fecal. Nas margens, cerca de dois metros são só lixo”, completou o advogado.

Segundo Farias, apesar de não fazer parte dos sistemas Rio Grande, Rio Claro, Alto Tietê e Cantareira, que abastecem as cidades do ABC, essa parte da Billings se comunica com o braço Taquacetuba, de onde a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) retira água para o Sistema Guarapiranga. “São quatro metros por segundo de água que vai ser consumida pela população. Essas pessoas bebem um liquido que já esteve misturado a esgoto”, declarou.

Jogo de empurra
A reportagem do Diário Regional tentou descobrir de quem é a responsabilidade por remover o lixo que está aparecendo nas margens da represa Billings. A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) informou que a gestora do reservatório é a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMEA) e que também os parceiros que utilizam do reservatório – Sabesp e Departamento de Águas e Energia (DAEE) – seriam os responsáveis.

A Sabesp informou que o recolhimento e a disposição final do lixo não são de alçada companhia, responsável pela distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto das cidades.

A EMAE esclareceu que a responsabilidade pela coleta e destinação do lixo é do poder público municipal. O DAEE não respondeu. A Secretaria do Verde e Meio Ambiente de São Paulo informou que atuaria se o lixo estivesse em algum parque e indicou a pasta de Obras e Serviços, que indicou a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (AMLURB), que por sua vez informou que a limpeza nessa região faz parte de um projeto junto com a Sabesp e o governo do Estado, mas que na Subprefeitura Cidade Ademar poderíamos receber mais informações. A subprefeitura não respondeu até o fechamento desta edição.

Farias destaca crime ambiental. “A constituição é clara e diz que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Ora, se Sabesp, EMAE e Cetesb, que representam o poder público não se responsabilizam, quem vai se responsabilizar?”, questionou.

http://www.diarioregional.com.br/2014/08/03/sua-regiao/minha-cidade/recuo-de-agua-na-billings-revela-camada-da-sujeira/

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