PESQUISA DA USP DIZ QUE ÍNDICE DE POLUIÇÃO DO RIO PIRACICABA É 529% MAIOR QUE O ACEITÁVEL

Professor Plínio Barbosa de Camargo analisa água do Rio Piracicaba (Foto: Edijan Del Santo/EPTV)

18/08/2014             

Índice de poluição do Rio Piracicaba
é 529% maior que o aceitável, diz USP

Pesquisador do Cena realizou medição na manhã desta segunda-feira (18).
Quantidade de oxigênio na água também está abaixo do ideal, diz análise

O índice de poluição da água do Rio Piracicaba nesta segunda-feira (18), no trecho da Rua Porto, área central de Piracicaba (SP), está 529% maior do que o aceitável para o manancial, de acordo com análise feita pelo pesquisador Plínio Barbosa de Camargo, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena), que funciona na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), campus da Universidade de São Paulo (USP). O valor atingido é o maior do ano e um dos maiores que o docente já viu.

Conforme os dados da análise, o índice nesta manhã era de 944, quando o aceitável para o Rio Piracicaba é de 150. Esse valor representa o grau de condutividade elétrica da água, o que quer dizer que quanto maior o número, mais condutividade, ou seja, mais poluição. "É um dos valores mais altos que já registrei aqui", relatou o pesquisador.

Ainda conforme a análise, o pH da água era de 7,63, quando o ideal seria 7. A oxigenação da água também foi um ponto preocupante, já que o nível de oxigênio no rio era de 2,90 miligramas por litro, quando o ideal seria 5 miligramas. Devido à baixa oxigenação, o manancial registrou mortantade de peixes na última quarta-feira (13), segundo a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

 

Rio Piracicaba registrou mortandade de peixes na
quarta (Foto: Mateus Medeiros/Arquivo pessoal)

 

De acordo com Camargo, desde o final do ano passado o Rio Piracicaba apresentava índices de poluição altos. Em dezembro, por exemplo, o índice era de 550, subiu para 660 quando milhares de peixes morreram no rio, em fevereiro. A elevação continuou, chegando a atingir 750 em julho. "A cada dia que não chover, o cenário vai piorar", afirmou o pesquisador.

Tratamento
A Esalq utiliza água do Rio Piracicaba para abastecimento de todo o campus, por onde circulam cerca de 5 mil pessoas. Para garantir a qualidade da água em meio à crítica situação que ela está por conta da poluição, os técnicos precisaram triplicar a quantidade de cloro aplicada no tratamento.

Baixa vazão
A elevação no índice de poluição e a diminuição da quantidade de oxigênio na água do Rio Piracicaba foram motivadas pela baixa vazão que o manancial vem registrando. Na última segunda-feira (11), por exemplo, o rio atingiu 10,93 mil litros de água por segundo, valor mais baixo em 30 anos, conforme dados do Departamento de Águas e Energia Elétrica do estado. Nesta segunda (18), o valor não havia passado os 11,50 mil litros de água por segundo.

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Cetesb
Conforme informações da Cetesb, essa baixa vazão também motivou a mortandade de peixes da última quarta. A nota enviada pelo órgão afirma que o rio torna-se muito mais vulnerável com pouca água, pois apresenta baixa capacidade de diluição dos poluentes que atingem o corpo hídrico, com a consequente diminuição da concentração de oxigênio dissolvido na água.  Também segundo a Cetesb, os peixes que foram encontrados mortos estavam com a boca aberta e as brânquias alargadas, com aspectos característicos de morte causada pela desoxigenação da água.

http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2014/08/indice-de-poluicao-do-rio-piracicaba-e-533-maior-que-o-aceitavel-diz-usp.html
 

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