Seca prejudica estaleiros na hidrovia Tietê-Paraná em Araçatuba, SP
Estaleiro de Araçatuba não sabe quando comboios vão poder navegar.
Hidrovia Tietê-Paraná está parada há mais de três meses.
Com mais de três meses de fechamento da hidrovia Tietê-Paraná por causa da seca e do leito do rio raso, um dos maiores investimentos de logística da região noroeste paulista está praticamente parado. O estaleiro de Araçatuba (SP), com programação de construir dezenas de barcaças para combustível e grãos, agora trabalha no seco.
O primeiro comboio construído pelo estaleiro de Araçatuba ficou pronto, mas ainda não foi entregue oficialmente. E com a seca, esse processo pode demorar, já que a hidrovia Tietê-Paraná está parada. No começo de maio, as embarcações tiveram dificuldade para atravessar a hidrovia. Na época, um comboio carregado com celulose ficou dias encalhado no trecho que passa por Pereira Barreto (SP) e, desde então, a situação só piorou.
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As embarcações só conseguiam passar com as chamadas ondas de vazão, quando as usinas hidrelétricas liberavam uma maior quantidade de água durante a geração de energia, mas com o volume do rio diminuindo cada vez mais, a Marinha, responsável pela navegação nos rios, determinou a paralisação do tráfego.
Atualmente, o rio Tietê já está seis metros abaixo do nível normal. Qualquer embarcação que se arriscar a cruzar a hidrovia pode ficar encalhada. Se essa seca continuar, os próximos comboios que estão sendo construídos podem ficar na mesma situação. Serão 20 no total, um investimento de R$ 470 milhões com retorno por enquanto incerto.
Já em outros pontos do estado, a certeza é de prejuízo. Uma empresa que fica em Araras (SP) é responsável por um terço do volume de carga transportado pela hidrovia Tietê-Paraná. A oficina de peças e embarcações, que costumava ficar movimentada, agora está vazia. O estaleiro já demitiu 900 funcionários. Nelson Michielin é diretor da empresa e explica que deve deixar de faturar mais de R$ 50 milhões neste ano. “A gente é o que menos sofre. Quem sofre mais é o governo, que deixa de exportar, e os nossos clientes”, afirma o diretor.
Por enquanto, o escoamento de grãos vai continuar sendo feito pelas estradas com um custo três vezes maior, já que pela hidrovia, isso pode estar distante. A direção do estaleiro de Araçatuba não dar entrevista.
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