PÁGINAS ESPECIAIS DO BLOG

30 de agosto de 2010

SIMPÓSIO AMBIENTAL DO UBM - BARRA MANSA (RJ)

(clique para ampliar)



1868 -Agenda
Aliança RECOs
Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras



"Biodiversidade ou diversidade biológica é a diversidade da natureza viva.
Descreve a riqueza e a variedade da Biosfera. Atualmente com as constantes mudanças climáticas as espécies vêm sofrendo diversos problemas, algumas procuram se adaptar as novas mudanças para poder sobreviver. No entanto, alguns seres vivos têm encontrado muitas dificuldades. Desta forma todos nós
temos responsabilidades com o ambiente.
Responsabilidade sócio-ambiental é a responsabilidade que a empresa tem com a sociedade e com o meio ambiente além das obrigações legais e econômicas."



CONVITE
Simpósio Ambiental do UBM
Centro Universitário de Barra Mansa (RJ)

DIAS 02 E 03 DE SETEMBRO
BARRA MANSA - RJ


Veja a programação completa:

Dia 2 de setembro (quinta-feira)

18h - ABERTURA

18h30 – Palestra
Tema: "Commodities Ambiental: o valor econômico da biodiversidade"
Palestrante: Amyra El Khalili
Economista. Idealizadora e Fundadora do Projeto BECE (sigla em inglês) Bolsa Brasileira de Commodities Ambientais, da Aliança RECOs Redes de Cooperação Comunitária Sem Fronteiras e do Movimento Mulheres pela Paz!


19h40 – Palestra
Tema: “A construção de uma consciência coletiva em torno da responsabilidade e do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado”
Palestrante: Dr. Rogério Rocco
Analista ambiental/ Advogado - Ex-Superintendente do IBAMA no Estado do Rio de Janeiro. Professor de Direito e Legislação Ambiental em Pós-Graduação e MBA, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ; Universidade Cândido Mendes – UCAM; Universidade Plínio Salgado – UNIPLI; Universidade Veiga de Almeida – UVA; Universidade Gama Filho, Escola Superior de Advocacia – ESA/OAB-RJ

20h30 – Palestra
Tema: “Políticas públicas de meio ambiente e de educação com destaque para resolução de conflitos ambientais e articulações de redes socioambientais”.
Palestrante: Dr. Pedro Aranha
Biólogo, Especialista em Políticas de Meio Ambiente e assessor do IBAMA – RJ. Experiência na elaboração e execução de programas e de políticas públicas de meio ambiente e de educação com destaque para resolução de conflitos ambientais e articulações de redes socioambientais, com potencial nas áreas de unidades de conservação e educação para sociedades sustentáveis.

21h20 - Debate

Dia 3 de setembro (sexta-feira)

18h30 – Palestra
Tema: "Manejo de crocodilianos em paisagens fragmentadas"
Palestrante: Dr. Ricardo Freitas Filho
Possui graduação em Ciências Biológicas Bacharelado pela Universidade Estácio de Sá - UNESA (2004). Mestrado pela Universidade Federal de Juiz de Fora em Biologia e Comportamento Animal se especializando em ecologia e comportamento de crocodilianos (jacaré-de-papo-amarelo).

19h20 – Palestra
Tema: “O Mercado de Trabalho para o Biólogo no século XXI”
Palestrante: Drª Fátima Cristina
Bióloga - Presidente do CRBio/02

20h10 - Debate

Investimento:
Palestras: 1kg de alimento (arroz, feijão ou macarrão ou 1 lata de óleo

Informações:
Central de Informações
(24) 3325-0247







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29 de agosto de 2010

ALERTA IMPORTANTE PARA QUEM BOMBEA ÁGUAS SUBTERRÂNEAS: RISCO DE AFUNDAMENTOS CÁRSTICOS

Afundamento cárstico que provocou cratera de 60m de profundidade e 20m de diâmetro
Guatemala - 2007

NOSSO COLABORADOR DE ASSUNTOS GEOLÓGICOS ALERTA:


Prezados amigos do SOS Rios do Brasil,

Os afundamentos cársticos em terrenos calcários têm sua maior probabilidade de acontecer em períodos de estiagem de chuvas com concomitante grande bombeamento de águas subterrâneas através de poços profundos.

Como em grande parte do país estamos em prolongado período de estiagem a exploração de água subterrânea em terrenos calcários deve ser preventivamente muito reduzida, e melhor ainda seria que fosse interrompida totalmente até a recuperação dos níveis freáticos.

Fica aí o alerta. Peço que seja transmitido às pessoas e instituições de alguma forma envolvidas nessas questões.

Abraços,
Geól. Álvaro Rodrigues dos Santos*


SAIBA MAIS SOBRE AFUNDAMENTOS CÁRSTICOS:
Terrenos Calcários: Áreas de risco geológico para a Engenharia e para o Meio Ambiente

Por ambientebrasil
Álvaro Rodrigues dos Santos (*)

TERRENOS CALCÁRIOS: ÁREAS DE RISCO GEOLÓGICO PARA A ENGENHARIA E PARA O MEIO AMBIENTE

Em 1981, na cidade de Mairinque - SP, várias edificações apresentaram trincas e afundamentos de piso.

Em 12 de agosto de 1986, o bairro Lavrinhas, em Cajamar, município integrante da Região Metropolitana de São Paulo, foi afetado por fenômenos de colapso e subsidência de grandes proporções, especialmente impactantes por ocorrerem em plena área urbana. Cerca de 60 dias após os primeiros sinais, na principal área atingida três casas haviam sido tragadas em uma cratera de cerca de 30 metros de diâmetro e 15 metros de profundidade, enquanto recalques e trincas afetaram dezenas de outros imóveis até distâncias de 400 metros do local.

Em março de 1988, no município de Sete Lagoas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, um afundamento de cerca de 20 metros de diâmetro e 5 de profundidade tragou parte da arquibancadas do Estádio Municipal, muros e paredes de edificações próximas, sendo que sinais de movimentação foram observados em edificações situadas em um raio de 40 metros.

Em meados de 1992, no município de Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba, foram observados vários pequenos afundamentos de terreno, trincas de edificações, inclinações de edificações, descolamento entre alvenaria e peças estruturais, rebaixamento do nível d’água em poços, cacimbas e pequenos lagos.

A partir de 1992 a empresa Votorantin iniciou a mineração subterrânea de zinco no município de Vazantes MG o que tem implicado em um intensíssimo bombeamento da água subterrânea. Esse procedimento provocou a potencialização do dolinamento abrupto na região, assim como o rebaixamento regional do lençol freático, com evidentes prejuízos para a atividade agrícola.


Em 28 de dezembro de 1999, à Rua Simplício Mendes, região central da cidade de Teresina - PI, verificou-se grande afundamento com comprometimento total de várias edificações.


Em 1999, no município de Cajamar - SP, parte das edificações da moderna fábrica da Natura (Cosméticos) sofreu danos estruturais advindos de afundamentos em suas fundações.


Em meados de junho de 2007, no município de Almirante Tamandaré, Região Metropolitana de Curitiba, ocorreu um dos maiores afundamentos de que se tem notícia na região, com forma elipsoidal, 50 metros de comprimento, 40 metros de largura e cerca de 30 metros de profundidade.


Em 14 de agosto de 2007, também no Paraná, no Bairro de Campininha do Capivari, Município de Bocaiuva do Sul, um outro colapso com uma cratera de 5 metros de diâmetro e 5 metros de profundidade.

Muitos outros eventos similares de afundamentos de terrenos já aconteceram por todo o país, mas que, por motivos vários, não obtiveram repercussão de mídia e a devida atenção de especialistas para sua análise e registro técnicos.


Dois fatos em comum em todos esses eventos: foram no passado precedidos de eventos semelhantes em suas regiões e todos eles aconteceram em terrenos calcários.

Esse último traço comum expressa ainda uma especificidade: terrenos calcários com feições cársticas, ou seja, com feições originadas de processos lentos de dissolução química da rocha calcária. São comuns feições superficiais (cavernas, lapas, drenagens intermitentes, sumidouros e ressurgências, dolinas - depressões de relevo circunscritas, vales secos...) e subterrâneas (cavernas, fendas, vazios e canais subterrâneos intercomunicantes)

As regiões de Cajamar e Mairinque afetadas pelos abatimentos estão situadas em rochas calcárias do Grupo São Roque, as de Sete Lagoas e Vazantes em calcários do Grupo Bambuí, as de Almirante Tamandaré em calcários do Grupo Açungui e as de Teresina, provavelmente em bancos calcários da Bacia Sedimentar do Parnaíba.


As rochas calcárias são rochas carbonáticas, em que predominam os carbonatos de cálcio (CaCO3) e magnésio (MgCO3), que as compõem em diferentes proporções, formando então os calcários calcíferos (mais ricos em carbonato de cálcio) e os calcários dolomíticos (mais ricos em carbonato de magnésio). As águas de chuva (H2O) interagem com o gás carbônico (CO2) do ar produzindo um ácido fraco, o ácido carbônico (H2CO3). Essas águas assim levemente acidificadas, ao encontrar um maciço calcário fraturado, penetram por essas descontinuidades e vão lentamente, através do tempo geológico, dissolvendo a rocha e produzindo vazios que podem evoluir para grandes fendas, cavernas e canais por onde fluem as águas interiores. A maior parte das famosas e belas cavernas brasileiras, com suas estalactites e estalagmites, são feições originadas desse fenômeno de dissolução de rochas calcárias.


O principal fenômeno cárstico de interesse da engenharia é o afundamento, brusco ou lento, de terrenos. Esses afundamentos, que podem destruir por completo edificações de superfície, colocando em risco patrimônios e vidas humanas, são decorrentes do colapso de um teto de caverna (que pode estar a dezenas de metros de profundidade), da contínua migração de solo para o interior de fendas ou cavernas subterrâneas ou de colapsos em vazios residuais no própriio solo de cobertura da rocha calcária, o que, com o tempo, vai também determinar um afundamento em superfície. Em boa parte do território brasileiro, por decorrência de seu clima tropical úmido, as rochas calcárias cársticas estão cobertas por uma camada de solos de espessura variada, os chamados carstes cobertos, o que torna muito comum o abatimento decorrente de vazios residuais na camada de solos ou vazios resultantes da migração de solo para o interior de fendas e cavernas.


Quase sempre a aceleração de um processo de afundamento de terreno em regiões cársticas está associada a rebaixamentos do lençol de água subterrâneo, ou como conseqüência de um longo período de estiagem pluviométrica ou de algum tipo de interferência humana, especialmente uma excessiva exploração de água subterrânea através de poços profundos.


Um outro grande risco advindo da ocupação de terrenos cársticos está relacionado à construção de grandes reservatórios de água (barragens para produção de energia ou abastecimento). As águas do reservatório podem migrar em grande vazão para os vazios da rocha calcária, não só impedindo o completo enchimento do lago, como provocando variações de nível, fluxo e pressões no lençol subterrâneo, o que, de sua parte, coloca em risco a própria obra da barragem, como também outras edificações próximas.


Do ponto de vista ambiental, os terrenos cársticos, pela franca e rápida comunicação entre águas superficiais e águas subterrâneas, obrigam um redobrado cuidado para que se evite a contaminação do lençol freático por poluentes urbanos, industriais ou rurais de superfície.


Depreende-se que os terrenos calcários, pela possibilidade de apresentar feições cársticas, devem ser entendidos como típicas áreas de risco para o meio ambiente e para a ocupação humana por obras de engenharia: cidades, barragens, termoelétricas, instalações industriais, estradas, linhas de transmissão, etc., sugerindo, portanto, cuidadosa investigação anterior a qualquer decisão de engenharia. De tal forma que, detectadas feições cársticas, ou o empreendimento humano em questão possa ser deslocado para situações geologicamente mais seguras ou, impedido ou desaconselhado esse deslocamento, possa-se adotar as medidas necessárias para que acidentes e futuros problemas venham a ser evitados.


Uma das medidas que comumente é cogitada para o tratamento de terrenos cársticos é a injeção de calda de cimento, com o que se procuraria obturar os vazios subterrâneos. A experiência tem mostrado que esse tipo de tratamento deve exigir, para sua adoção e cálculo um perfeito conhecimento do modelo geológico com que se está lidando. Um outro aspecto que recomenda muita ponderação para se decidir pela alternativa de injeção de calda de cimento é a possibilidade de se interferir negativamente no escoamento da água subterrânea da região, implicando em reflexos que podem ser muito problemáticos para áreas próximas. O melhor objetivo que se pode esperar das injeções de calda de cimento está na obturação de vazios da interface solo/rocha ou na interrupção do processo de migração de solo para o interior de cavidades através do selamento dos condutos abertos e conseqüente interrupção de fluxos descendentes ou ascendentes de água.


No Brasil são abundantes os terrenos calcários, e nesses terrenos não são raras as feições cársticas. A identificação dessas feições, pelo levantamento do histórico regional e por exame superficial dos terrenos, é um procedimento fácil e corriqueiro para a geologia. Como também são conhecidas e eficientes as técnicas geológicas diretas (sondagens mecânicas) e indiretas (sondagens geofísicas elétricas) para o mapeamento das condições subterrâneas dos maciços calcários, identificando a existência ou não de vazios, sua distribuição, seu comportamento hidrogeológico, etc. No entanto, falta ainda que esses procedimentos sejam definitivamente incorporados como uma providência normal e rotineira aos estudos preliminares de obras de engenharia, como também aos planos de gestão urbana de cidades já instaladas sobre esse tipo de terreno. De modo que, nesse último caso, esses planos de gestão incorporem, por sua vez, ações de monitoramento permanente e de cuidados preventivos (por exemplo, a não exploração da água subterrânea, ou ao menos sua exploração em condições controladas e limitadas), assim como planos contingenciais de Defesa Civil e um Código de Obras limitante, por exemplo, da construção de edificações com mais de dois pavimentos na região afetada. No aspecto especificamente ambiental, deverá ser severamente evitada a instalação em terrenos cársticos de empreendimentos geradores de riscos de contaminação da água subterrânea, como indústrias utilizadoras ou produtoras de produtos químicos perigosos, disposição precária de lixo urbano ou industrial, depósitos de substâncias contaminantes, etc.



* É geólogo, ex-diretor de Planejamento e Gestão do IPT e ex-diretor da Divisão de Geologia da mesma entidade; autor dos livros “Geologia de Engenharia: Conceitos, Método e Prática”, “A Grande Barreira da Serra do Mar”, “Cubatão” e “Diálogos Geológicos” e consultor em Geologia de Engenharia, Geotecnia e Meio Ambiente, Criador da técnica Cal-Jet de proteção de solos contra a erosão.
E-mail:
santosalvaro@uol.com.br

Leia do mesmo autor:
A devastação da Cantareira (SP) e outras devastações
Boçorocas: incrível, continuam acontecendo e destruindo

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AS ENCHENTES PAULISTAS E A TEORIA DO "JÁ QUE"

"Diga Não às Enchentes" é uma campanha permanente do Blog com
participação nacional de muitas comunidades -
Veja


As enchentes paulistanas e a teoria do ''já que''

"Mais de 20% da água que sai das estações de tratamento continua a se perder em furos e vazamentos na rede de distribuição. Buscar mais água só seria possível a distâncias enormes, com custos estratosféricos", escreve Washington Novaes, jornalista, em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, 27-08-2010.

Eis o artigo.

São graves as preocupações manifestadas por editorial deste jornal (A proteção dos mananciais, 15/8, A3) em relação às modificações do Plano Diretor de São Paulo que permitirão a construção de novos conjuntos habitacionais verticais para 4 mil habitantes do entorno dos Reservatórios Billings e Guarapiranga.

O primeiro abastece 1,2 milhão de paulistanos; o segundo, 3,8 milhões. Billings já perdeu, com as ocupações irregulares, 12 quilômetros quadrados de seu espelho d"água e recebe 400 toneladas diárias de lixo; Guarapiranga tem 1,3 milhão de moradores no seu entorno.

O Ministério Público estadual já considerou a decisão um "desastre administrativo". E ela segue a linha aberta pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), que, com o pretexto de permitir a implantação de saneamento, admitiu a legalização de ocupações humanas em áreas de preservação permanente (APPs). É o que o autor destas linhas tem chamado de teoria do "já que": já que não se consegue impedir a ocupação ilegal, para evitar uma parte do problema - esgotos a céu aberto ou contaminando lençóis subterrâneos - permite-se o que é considerado o mal menor, a legalização, pois sem esta não seria possível implantar o saneamento; se este é concretizado ou não depois, é outra questão...

Não se pretende aqui minimizar o problema, que é imenso e dramático. Ainda há poucos dias, num simpósio promovido pelo Instituto de Engenharia de São Paulo para discutir a questão de enchentes na cidade, com a participação de secretários e subsecretários paulistas e paulistanos, além de professores universitários, ficaram patentes as dimensões gigantescas de todos os ângulos desse e de outros problemas de um conglomerado de quase 20 milhões de pessoas, das quais quase 2 milhões (400 mil famílias) vivem em favelas, 1,2 milhão em áreas de preservação (mais 38% em quatro anos).

Quem pensa (corretamente) em descentralização como forma de administrar mais de perto as questões esbarra em números como o de subprefeituras que já têm em sua área quase 800 mil pessoas - população de muitas capitais brasileiras.

Quem tenta resolver os problemas aparentemente gerados por determinados rios ou córregos logo verifica que esses problemas nascem a montante, em outras subprefeituras, ou até muito longe (na região metropolitana há 300 córregos e 70 rios sepultados sob o asfalto). A limpeza de córregos exigiu, pelo último balanço, trabalhos em mais de 2.600 quilômetros - e três anos depois o trabalho teve de ser executado de novo em muitos lugares .

Para limpar pelo menos três vezes por ano as 1.117.086 bocas de lobo existentes na capital é preciso trabalhar em pelo menos 3.060 delas a cada dia do ano. A varrição de ruas exige que se trabalhe em 17 mil quilômetros. No corte de grama são 63,4 mil metros quadrados. É preciso coletar 16 mil toneladas diárias de lixo, mais 3 mil toneladas de entulhos.

A Operação Cata-Bagulho recolheu em 2009 mais de 100 mil toneladas. A área de saneamento tem avançado, mas quase um terço dos esgotos coletados de habitantes da capital não é tratado e 6% da população ainda não tem suas casas ligadas às redes coletoras. Mais de 20% da água que sai das estações de tratamento continua a se perder em furos e vazamentos na rede de distribuição. Buscar mais água só seria possível a distâncias enormes, com custos estratosféricos.

Num quadro com essas dimensões, é tarefa descomunal o enfrentamento de enchentes, embora já se disponha de um sistema integrado de alerta, com 180 estações de monitoramento, capazes de observar a sequência de dias chuvosos e emitir avisos prévios do risco de inundações. Principalmente nestes tempos de "eventos extremos" intensificados por mudanças climáticas - como os de dezembro de 2009, quando caíram 90 milímetros de chuva em 18 horas (8/12) e duas semanas depois (21/12) mais de 60 milímetros em seis horas.

O solo impermeabilizado, redes de drenagem insuficientes, inexistentes ou entupidas não dão conta de tal volume de água (90 milímetros de chuva significam quase 100 litros de água por metro quadrado de solo).

Está cada vez mais claro que são indispensáveis mudanças radicais. Embora não resolva toda a questão, a descentralização administrativa é imperiosa, para estar mais perto dos problemas. Mas a resistência da corporação política é muito forte.

Pode-se lembrar o episódio, já mencionado neste espaço, de quando a Universidade de São Paulo fez um projeto nessa direção e o ofereceu à Câmara Municipal. Previa a criação de várias regiões, cada uma delas com orçamento autônomo, e sua gestão - inclusive o poder de decidir que obras ou programas executar - caberia a um conselho distrital, com a participação de representantes diretos da sociedade. Foram aprovadas apenas a descentralização e a criação de cargos - não o orçamento autônomo nem a participação da sociedade.

É preciso tomar consciência da urgência das decisões. A população crescente, a complexidade progressiva das questões indicam com clareza que tudo se agravará com o tempo. Não há soluções mágicas. Mas o enfrentamento positivo exigirá que a sociedade deixe apenas de reclamar e participe das decisões. Fazendo opções, inclusive sobre a geração de recursos por meio do pagamento de impostos - e fiscalizando também a arrecadação e a aplicação.

Infelizmente, a atual campanha eleitoral mostra que estamos distantes até da discussão dessas dimensões do problema, quanto mais da proposta de soluções. Só que a população pagará o preço - quanto mais demorar, mais difícil será.

12 milhões gostariam de mudar de São Paulo

Nem adianta sonhar os sonhos que duas pesquisas de opinião na Grande São Paulo já mostraram, com dois terços da população dizendo-se desejosos de se mudar para outros lugares - exatamente por causa dos problemas comentados linhas atrás.

Que lugares poderiam receber 12 milhões de pessoas?


Fonte: Instituto Humanitas Unisinos

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NOTA ASSINADA POR 56 ENTIDADES REPUDIA A IMPLANTAÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE: "SENTENÇA DE MORTE DO XINGU"



Mais de 50 entidades assinam nota em que repudiam implantação de Belo Monte

Por Pedro Peduzzi, da Agência Brasil

“O governo federal assinará a sentença de morte do Xingu e a expulsão de milhares de cidadãos de suas casas, o pouco que ribeirinhos e pequenos agricultores das barrancas do rio podem chamar de seu”, informa a nota, referindo-se ao Decreto de Outorga e ao Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto.

Brasília - Uma nota assinada por 56 entidades ligadas à comunidade científica, lideranças indígenas, religiosas e sociais contrárias à construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte classifica como “sentença de morte do Xingu” a concessão para construção da usina, que será assinada hoje (26) em cerimônia no Palácio do Planalto.

“O governo federal assinará a sentença de morte do Xingu e a expulsão de milhares de cidadãos de suas casas, o pouco que ribeirinhos e pequenos agricultores das barrancas do rio podem chamar de seu”, informa a nota, referindo-se ao Decreto de Outorga e ao Contrato de Concessão da UHE Belo Monte com o Consórcio N/Morte Energia no Palácio do Planalto.

“Neste ato, serão rasgados acordos internacionais como a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, a Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e a Convenção sobre Diversidade Biológica, que exigem o consentimento livre, prévio e informado dos Povos Indígenas e Comunidades Locais em caso de empreendimentos que afetem suas vidas”, acrescenta.

As entidades criticam o fato de a assinatura ocorrer antes de o Instituto Nacional do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ter concedido a licença de instalação à obra. Além disso, lembram que ainda estão tramitando na Justiça 15 Ações Civis Públicas contra a Licença Prévia, contra o leilão e por violação de Direitos Humanos e Constitucionais das populações ameaçadas. Fonte: Agência Brasil


SAIBA MAIS:

Protesto simbólico marca assinatura da concessão de Belo Monte, em Brasília

Sobre o mesmo tema leiam, também:


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IPMet DA UEPAULISTA, EM BAURU REALIZARÁ EXPERIMENTOS SOBRE QUEIMADAS E SEUS EFEITOS

Foto QUEIMADAS - (Baixaki -site http://projetoflorestaverdenews.blogspot.com/)


Efeitos das queimadas

Agência FAPESP


O Instituto de Pesquisas Meteorológicas (IPMet), da Universidade Estadual Paulista, em Bauru (SP), realizará até o dia 1º de setembro experimentos sobre o impacto de queimadas na atmosfera, na unidade de Ourinhos (SP).

O trabalho, que teve início na última terça-feira (24/8), utiliza equipamentos do instituto, disponíveis nos campi de Bauru e Presidente Prudente (SP), e do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), da Universidade de São Paulo (USP). O grupo fará a varredura de uma área com raio de 450 quilômetros a partir da posição do Laboratório de Monitoramento Ambiental (Lapam).



O IPMet é uma unidade complementar da Unesp apoiada pela FAPESP desde seu início, na década de 1970. A partir de 1982, com auxílio da Fundação, o instituto passou a dispor de um sistema central de processamento para trabalhos de pesquisa, processamento e disseminação de dados e produtos de radar.

O novo estudo, que é coordenado pelo físico e meteorologista Gerhard Held, do IPMet, tem o objetivo de compreender os efeitos das queimadas da palha de cana, como as alterações nas propriedades químicas e físicas da atmosfera.

O experimento utilizará diversos aparelhos do laboratório, como o Light Detection and Ranging (Lidar) – que por meio de feixes de raios laser mede os aerossóis na atmosfera – e o Sonic Detection And Ranging (Sodar), que mede os perfis verticais do vento em três dimensões, por meio da emissão de ondas de som.

Serão utilizadas ainda radiossondas para obtenção de variáveis meteorológicas até 25 quilômetros de altitude, além de amostradores de gases e partículas para atmosfera e cinco estações meteorológicas automáticas.

As queimadas no interior do Estado de São Paulo têm como uma das principais causas a produção sucroalcooleira. Os meses do inverno são mais propícios para a realização dessa pesquisa, por causa da intensificação das queimadas pela colheita de cana-de-açúcar e pela ausência de chuvas que mantêm as partículas em suspensão no ar.

Mais informações: http://www.unesp.br/

SAIBA MAIS SOBRE QUEIMADAS EM SP:



Queima da palha da cana está proibida em todo o Estado



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MINISTÉRIO DA PESCA PRETENDE INVESTIR R$ 16 Mi PARA AUMENTAR O POTENCIAL AQUÍCOLA BRASILEIRO


Importância da piscicultura na economia brasileira

Nos últimos anos, segundo dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, o governo federal investiu R$ 80 milhões em parcerias e pesquisas para aumentar o potencial aquícola brasileiro. O objetivo é que, com o incremento da produção interna, os preços recuem e possam ser mais competitivos internacionalmente e atrativos para os consumidores.

De acordo com matéria publicada no dia 29 de julho, no jornal DCI, o Ministério pretende investir R$ 16 milhões na demarcação e construção de reservatórios em águas de domínio da União. "Segundo o diretor do Departamento de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União, Marcelo Sampaio, espécies redondas, como o pacu, tambaqui e o pirarucu, têm potencial para conquistar o mercado internacional", diz a notícia.

Informações oficiais apontam que o Brasil produz 1,27 milhão de toneladas de pescados, 200% a mais em comparação ao volume medido em 2009. Ainda de acordo com Marcelo Sampaio, "se o Brasil produzir em 0,167% do potencial de área poderá alavancar a produção de pescados para 10 milhões de toneladas".

A Marcomar aposta nesse crescimento e, além de oferecer peixes importados com selo de qualidade comprovada, como salmão e merluza, também comercializa camarão 100% nacional, que duplicou a procura no último ano. "Investimos na produção nacional com peixes como o cobia,a tilápia Saint Peter, o robalo e a pescada amarela", afirma Elisângela Pereira, diretora comercial e de operações da Marcomar.

A Marcomar, especialista em pescados de alta qualidade com atuação nacional, atua há dez anos no mercado de foodservice, com solidez e excelência da origem ao fornecimento. Com mais de 2,5 mil clientes ativos, entre hotéis, restaurantes, redes de fast food a empresa comercializa anualmente cerca de 9 mil toneladas de peixes e frutos do mar frescos e congelados, nacionais e importados. [www.marcomar.com.br]. Fonte: Parceiro Portal do Peixe.com



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AQUECIMENTO GLOBAL PERMITE REABRIR A ROTA DE NAVIOS NO ÁRTICO

A Alemanha pretende construir o maior navio quebra gelo do mundo,capaz de quebrar camadas de gelo com mais de 10 metros de espessura (Foto: http://wwwfutureships.blogspot.com)


Aquecimento global ajuda petroleiro russo a reabrir rota no Ártico

IGNACIO ORTEGA
DA EFE, EM MOSCOU

A redução da camada de gelo que cobre o oceano Glacial Ártico devido ao aquecimento global permitiu que um petroleiro russo reabrisse a rota marítima ártica, alternativa ao canal de Suez e até agora fechada ao tráfego comercial.

O petroleiro Báltika zarpou do porto de Murmansk (mar de Bárents) em 14 de agosto, e depois de uma semana e meia de travessia já se encontra em águas do mar de Chukotka, região onde se encontra o estreito de Bering, que separa os oceanos Ártico e Pacífico.

No começo da próxima semana, o navio chegará às águas do Pacífico, onde já não necessitará seguir a trilha produzida por três quebra-gelos nucleares que o acompanham durante vários milhares de quilômetros.

Os quebra-gelos Rossia, Taymir e 50 Let Pobedy acompanharam o petroleiro durante mais da metade de sua viagem, ainda que na última fase o primeiro deles foi capaz de abrir sozinho a trilha no gelo.

O Báltika é um petroleiro com 44 metros de largura máxima, e por isso, nas zonas onde a camada de gelo é mais grossa é necessária a escolta de três quebra-gelos, o que não será o caso de outros navios de menor tamanho.

O petroleiro russo, que leva 72 mil toneladas de gás condensado à China, percorreu em 11 dias a distância que separa Murmansk da localidade de Pevek, no mar de Chukotka. Lá a tripulação obteve provisões de água potável e descansou durante três dias.

Segundo o especialista do Instituto de Geografia da Academia de Ciências da Rússia, Ivan Lavrentiev, a espessura do gelo diminuiu com o aquecimento global, o que ajudou a abrir o caminho de volta.

Com este trajeto, a Rússia pretendeu mostrar que a rota marítima ártica é segura e viável economicamente, a tempo de enviar uma mensagem para os navegantes de outros países – Estados Unidos, Canadá ou Dinamarca – que têm pretensões territoriais na região.

A Rússia prevê apesentar em 2013 na Organização das Nações Unidas (ONU) uma reclamação territorial sobre a área. (Fonte: Folha.com)- AMBIENTE BRASIL


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PRESOS NO AEROPORTO DE GUARULHOS (SP) CONTRABANDISTAS DE CORAIS

Contrabando de corais é crime ambiental (Lei nº 9.605/98) de exploração de campos naturais de invertebrados aquáticos sem licença (detenção de um a três anos ou multa)

Polícia prende dois homens em SP por contrabando de corais

Dois homens foram presos em flagrante na manhã desta sexta-feira (27) no aeroporto de Guarulhos (Grande São Paulo), por transportarem corais clandestinamente. No Brasil, trazer estes seres vivos de outros países é considerado crime ambiental.

De acordo com a Polícia Federal, os homens traziam na bagagem 114 corais, de 20 espécies diferentes. Segundo a corporação, os corais foram adquiridos em Los Angeles, nos Estados Unidos. Os criminosos estavam em um voo vindo de Atlanta, também nos EUA. (Fonte: Folha.com) - Ambiente Brasil
SAIBA MAIS SOBRE CONTRABANDO DE CORAIS:
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TEMPO SECO, CALOR E ESTIAGEM COLOCAM 70% DO PAÍS SOB RISCO DE QUEIMADAS


Combinação de seca, baixa umidade e calor eleva risco de queimadas

Tempo seco, estiagem e calor colocam cerca de 70% do país sob risco de queimadas. A combinação dos três elementos resulta em vegetação seca, capaz de fazer o fogo se alastrar facilmente e sair do controle, conforme explicou ao G1 Alberto Setzer, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e responsável pelo monitoramento de queimadas via satélite.

“A maior parte do território nacional está sem chuva há muitas semanas, com regiões que estão até três meses sem uma gota de água. Temos temperaturas altas durante o dia, chegando a 35ºC, e umidade relativa do ar muito baixa, em muitos casos abaixo de 20%. Somando os três fatores, temos a condição propícia para o fogo se espalhar e ficar descontrolado. Por isso temos tantas queimadas no país todo”, diz.

Setzer alerta que o fogo não começa sozinho. Além dos incêndios criminosos, na zona rural as pessoas iniciam o fogo para queimar lixo, por exemplo, e as chamas acabam saindo do controle. “Com a vegetação tão seca, uma vez iniciado, o fogo tem condições ideais para se espalhar e é quase impossível ser controlado rapidamente”, afirma.

Sem incêndios – Estão livres do risco de queimadas o Rio Grande do Sul, o norte do Amazonas, de Amapá, de Roraima e parte da costa de alguns estados do Nordeste, como Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. “Nesses estados estão ocorrendo chuvas eventuais e o tempo está mais úmido. Já no resto do país, o risco é elevado”, diz Setzer.

O pesquisador garante que o período de estiagem é normal entre julho e setembro. “Mas em 2010, a estiagem está mais prolongada”, diz.

Por enquanto, há previsão de melhora para Santa Catarina, pois uma frente fria que está no Rio Grande do Sul deve avançar um pouco. Porém, a situação no resto do Brasil não deve mudar nos próximos dias. (Fonte: G1) - AMBIENTE BRASIL

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EMPRESA NORTE ENERGIA S/A AUTORIZADA A EXPLORAR BELO MONTE


Decreto autoriza a exploração da Usina de Belo Monte pela empresa Norte Energia

O Diário Oficial da União publica nesta sexta-feira (27) o decreto que autoriza concessão à empresa Norte Energia S.A. para explorar o potencial hidráulico na Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, por um prazo de 35 anos. A previsão é que a usina comece a operar em 2015.

A concessão para a construção e operação da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no município de Vitória do Xingu, foi objeto de leilão no dia 20 de abril deste ano. A Norte Energia firmará contratos de comercialização da energia produzida em Belo Monte com as concessionárias de distribuição, num total de R$ 62 bilhões.

A Norte Energia é composta por 18 empresas, entre estatais, privadas, empreiteiras, fundos de pensão, fundo de investimento e consumidores livres.

Para explorar o potencial hidrelétrico, a concessionária recolherá à União, como pagamento pelo Uso do Bem Público (UBP), o valor anual de R$ 16,6 milhões, além de cerca de R$ 200 milhões que serão pagos à União, ao estado do Pará e aos municípios impactados, referentes à compensação financeira pela utilização de recursos hídricos. (Fonte: Christina Machado/ Agência Brasil)


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PESQUISADORES DESCOBREM PORQUE OS PEIXES NÃO CONGELAM NO ÁRTICO


Motivo pelo qual peixes não congelam no Ártico é descoberto



Pesquisadores da Universidade de Bochum, na Alemanha, descobriram os motivos que fazem com que os peixes não congelem até a morte no Oceano Ártico, de águas extremamente gélidas. A equipe de pesquisa divulgou seu trabalho na Revista da Sociedade Americana de Químicos, segundo informações do site Science Daily.

Foi descoberto um sistema natural anticongelamento. Uma proteína com essa capacidade no sangue dos peixes afeta as moléculas da água ao seu redor e evita o congelamento. Não há química entre a proteína e a água, apenas a presença da proteína já é suficiente.

As águas do Oceano Ártico não costumam variar além de 0°C, e o ponto de congelamento do sangue dos peixes é de 0.9 °C. Portanto, se não ocorresse a ação do sistema anticongelante, os peixes morreriam. O funcionamento exato das proteínas continua indefinido para os cientistas.

Com uma técnica especial, os pesquisadores de Bochum conseguiram gravar a movimentação das moléculas da água e das proteínas. Com isso, puderam notar que o movimento das moléculas, que costuma manter uma ordem fixa, foi alterado com a presença das moléculas. Este efeito evita a cristalização do gelo, o que evita o congelamento dos peixes habitantes do Ártico. Fonte: Portal do Peixe.com



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27 de agosto de 2010

CONCURSO DA FIOCRUZ OFERECE 850 VAGAS - SALÁRIOS DE ATÉ R$ 5.558,82


Fiocruz abre 850 vagas

17/8/2010

Agência FAPESP – A Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou editais de concursos para preencher 850 vagas, divididas em cinco cargos, para trabalhar em diferentes estados.

São 19 vagas para especialista em ciência, tecnologia, produção e inovação em saúde pública, com salário de R$ 5.558,82, para candidatos que têm doutorado. Para pesquisador em saúde pública, para o qual é exigido o diploma de mestrado, são 96 vagas, com salário de R$ 3.745,87.

Para os candidatos com nível superior são oferecidos 266 postos de tecnologista de saúde pública e 257 para analista de gestão em saúde. Para esses dois postos os vencimentos são de R$ 3.048,03.

Há ainda 149 vagas para técnicos de nível médio referentes ao cargo de técnico de saúde pública e 63 lugares para assistente técnico de gestão em saúde, para o qual os candidatos deverão ter o diploma de ensino médio. Essas duas funções têm salário de R$ 1.678,28.

Mais informações: http://concurso2010.fiocruz.br

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CIENTISTAS BRASILEIROS DA UNICAMP DESCOBREM NA ÁGUA DA ATMOSFERA NOVA FONTE DE ENERGIA


Umidade elétrica

27/8/2010

Por Fábio de Castro

Cientistas da Unicamp demonstram que água presente na atmosfera pode transferir cargas elétricas para determinados materiais. “Higroeletricidade”, poderá se tornar fonte de energia alternativa

Agência FAPESP – Durante muito tempo a ciência considerava que a gotículas de água presentes na atmosfera eram eletricamente neutras, assim permanecendo mesmo depois de entrar em contato com as cargas elétricas de partículas dispersas no ar.

Mas um experimento realizado por cientistas brasileiros demonstrou que a água na atmosfera pode adquirir cargas elétricas e transferi-las para outros materiais. A descoberta abre caminho para o futuro desenvolvimento de dispositivos capazes de coletar eletricidade diretamente do ar, utilizando-a para abastecer residências, fábricas ou veículos, por exemplo.

Partículas minúsculas de sílica e de fosfato de alumínio foram utilizadas no experimento. A equipe coordenada por Fernando Galembeck, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), demonstrou que, na presença de alta umidade, a sílica se torna mais negativamente carregada, enquanto o fosfato de alumínio ganha carga positiva. A eletricidade proveniente da umidade foi denominada pelos cientistas como “higroeletricidade”.

“Com um dispositivo simples, conseguimos verificar que é possível gerar voltagem a partir da umidade do ar. Essa prova conceitual poderá abrir caminho, no futuro, para que se possa usar a eletricidade da atmosfera como uma fonte de energia alternativa. Mas ainda não podemos prever quanto tempo levará para desenvolver uma tecnologia desse tipo”, disse Galembeck à Agência FAPESP.

Fernando Galembeck, professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas

O pesquisador, que coordena o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) em Materiais Complexos Funcionais, apresentou os resultados do estudo na última quarta-feira (25/8), durante a reunião da American Chemical Society (ACS), em Boston, nos Estados Unidos. O INCT de Materiais Complexos tem apoio da FAPESP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Segundo Galembeck, relatos experimentais do século 19 já associavam a interface ar-água a fenômenos eletrostáticos. O britânico William Thomson, conhecido como Lord Kelvin (1824-1907), idealizou um equipamento que ele denominou “condensador de gotas de água” para reproduzir o fenômeno experimentalmente. Mas, até hoje, a ciência não havia sido capaz de descrever os mecanismos do acúmulo e da dissipação das cargas elétricas na interface ar-água.

“Mostramos que a adsorção do vapor de água sobre superfícies de materiais isolantes ou de metais isolados – protegidas em um ambiente blindado e aterrado – leva à acumulação de cargas elétricas sobre o sólido, em uma intensidade que depende da umidade relativa do ar, da natureza da superfície usada e do tempo de exposição”, disse Galembeck.

O aumento das cargas elétricas acumuladas é ainda mais acentuado quando são usados substratos líquidos ou isolantes sólidos, sob a ação de campos externos, conforme a umidade relativa do ar se aproxima de 100%.

De acordo com Galembeck, a descoberta foi um resultado inesperado de uma longa série de estudos relacionados a dois tipos de microscopia de materiais não-isolantes, especialmente polímeros.

“Estávamos trabalhando com microscopia eletrônica de transmissão – que nos permitia montar um mapa da composição química de determinados materiais em escala nanométrica – e com microscopia de varredura, que fornecia um mapa das propriedades e do potencial elétrico desses materiais”, explicou.

O interesse da equipe estava inicialmente limitado aos materiais. “Mas, ao obter esses mapas, começamos a observar muitos fenômenos que não estavam na literatura. Havia, em especial, heterogeneidades inesperadas nas distribuições de cargas elétricas. Embora não fossem contrários a estudos anteriores, os resultados do nosso trabalho iam contra concepções amplamente difundidas. Era preciso entender o que estávamos observando e isso me levou a estudar mais sobre eletrostática”, disse.

Aprofundando as pesquisas, Galembeck percebeu que havia imensas polêmicas na literatura sobre o tema. Apesar disso, essas discussões não estavam no foco dos debates científicos.

“Percebi que havia muitas lacunas, algumas delas muito grandes. Alguns autores se referiam a essas lacunas, mas não conseguiam despertar muita atenção da comunidade científica. Continuei estudando, até que, em 2005, um trabalho de pós-graduação de um aluno gerou a hipótese de trabalho de que existe troca de cargas com a atmosfera”, disse.

No decorrer desse trabalho, o grupo da Unicamp percebeu que, além da sílica e do fosfato de alumínio, alguns metais também adquiriam carga. “A partir daí fizemos também experimentos com os metais. Esse trabalho já começou a gerar resultados também. A primeira publicação saiu na semana passada, na edição on-line da revista Langmuir”, disse.

Longo caminho para a tecnologia

Segundo Galembeck, há um longo caminho pela frente para que essa demonstração de conceito se transforme um dia em aplicações tecnológicas, como dispositivos que coletem a eletricidade do ar e a direcionem para equipamentos elétricos nas casas, de forma semelhante aos painéis que transformam a luz solar em energia.

“De um ponto de vista conservador, eu diria que estamos mais ou menos no ponto em que a energia fotovoltaica estava no começo do século 20. Sabemos que hoje a energia solar tem algumas aplicações, mas a maior parte delas ainda tem alto custo. De uma perspectiva mais otimista, eu diria que o uso da higroeletricidade dependerá essencialmente do desenvolvimento de novos materiais, que é cada vez mais acelerado com os recursos da nanotecnologia”, apontou.

No momento, os cientistas têm duas tarefas principais para fazer com que um dia a nova tecnologia se torne realidade: a identificação dos melhores materiais e a obtenção de dados para fazer a modelagem dos dispositivos.

“Estamos agora trabalhando no levantamento de dados a partir dos materiais que sabemos que funcionam. Por enquanto, são materiais simples como alumínio, aço inox e latão cromado”, disse. Provavelmente, não serão esses os materiais usados nos dispositivos do futuro, mas o fundamental agora é fazer o levantamento de dados”, disse.

Quando tiverem concluído o levantamento de dados para a modelagem de dispositivos, segundo Galembeck, os cientistas terão boas perspectivas em relação a duas questões fundamentais: quanta energia poderá ser produzida com a higroeletricidade e quais são as propriedades necessárias para os materiais que serão utilizados nos dispositivos.

“Há duas semanas começamos a fazer o trabalho de levantamento de dados para a modelagem. Começamos também a fazer experimentos com a modificação da superfície dos metais. Há uma infinidade de possibilidades para explorar. A dificuldade está em determinar em quais delas devemos nos concentrar”, disse.


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