Rio dos Sinos - Nível e oxigenação estão muito baixos. - RS (Foto: Roberto Vinicius/GES)
Isabella Belli/ Da Redação
São Leopoldo
- Mesmo sem a quantidade de chuva necessária, o nível do Rio dos Sinos oscila de um dia para outro. Ontem, por volta das 7 horas, o nível registrado na régua do Serviço Municipal de Água e Esgotos (Semae) era de 1,3 metro, enquanto que ao meio-dia o rio estava em apenas 1 metro.O motivo, segundo o presidente do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos), Silvio Klein, é que os arrozeiros estão controlando os níveis. Captando água que é usada na irrigação das plantações de arroz e desligando as bombas quando o Sinos atinge o ponto limite – quando o rio chega a 70 centímetros em São Leopoldo, 60 em Novo Hamburgo e 50 em Campo Bom. No entanto, integrantes do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Sinos (Pró-Sinos) acreditam que há alguns pontos que devem ser levados em conta antes de seguir com a captação de água, entre eles, oxigênio e poluição.
Esses níveis de 70, 60 e 50 centímetros foram definidos em um acordo foi feito no dia 10 de novembro entre o Comitesinos e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Índices limite para captação
Segundo Klein, essas marcas foram as escolhidas por históricos do rio em outras estiagens. “Levamos em consideração experiências anteriores que nos mostraram que nesses níveis a captação de água para abastecimento da população fica comprometida’’, contou ele, que disse que apenas a vazão do rio foi critério para este acordo, ou seja, o oxigênio e a condutividade não são avaliados. “Podemos rever o acordo. Falar com a Fepam para definir esta questão e ver a possibilidade de incluir isto no acordo, além de outros parâmetros. Deve ser algo viável.’’ Ontem, o oxigênio era de 1 mg/L, quando o normal é 5 mg/L.
Mais fiscalização
Ontem pela manhã, a Prefeitura e Pró-Sinos fizeram um sobrevoo na Bacia do Sinos e confirmaram que a situação é dramática. Peixes continuaram morrendo, muitos próximo às bombas de captação do Semae, no bairro Pinheiro e na foz dos Arroios Portão e João Corrêa. Para descobrir qual empresa está despejando indevidamente produtos químicos ou industriais no rio, o Pró-Sinos pediu à Delegacia do Meio Ambiente (Dema) uma intensificação da fiscalização feita não só por ela, mas também pela Fepam. O pró-Sinos quer que a fiscalização seja feita com o acompanhamento do Ministério Público.
Ações do Comitesinos
Na manhã de ontem representantes do Irga, da Comusa, da Unisinos, entre outros, estiveram reunidos em uma reunião emergencial do Comitesinos, na Unisinos. E entre as ações sugeridas para serem colocadas em prática em prol do rio e do abastecimento estão a redução da média de consumo por pessoa, diariamente, de 150 para 100 litros e a análise de estudos feitos pela empresa de serviços geológicos brasileiros, CPRM, sobre os níveis dos lençóis freáticos e sobre os subsolos. “A redução do consumo deverá ser uma campanha para autoeducar a população, pois nos países desenvolvidos esta quantidade de 100 litros é a consumida. Nós é que exageramos. Já a análise é importante para entendermos o Rio dos Sinos além do que está exposto’’, explicou Silvio Klein, presidente do Comitesinos.
Pró-Sinos diz que culpa é dos arrozeiros
Conforme o diretor-executivo do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos), Julio Dorneles, materiais e informações estão sendo reunidos para serem entregues à Delegacia do Meio Ambiente (Dema) e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para que a atuação dos arrozeiros seja caracterizada como crime ambiental. “Já dissemos que apenas o nível não pode ser levado em consideração. Temos que pensar também no oxigênio e na poluição. Quanto menos água tem, menos oxigênio teremos e mais carga química e orgânica haverá. Por isso que podemos considerar como crime ambiental’’, explicou ele que disse que a última alternativa será ir em cada lavoura verificar quais tem licença ambiental e apreender os equipamentos daquelas que não têm. “Eles poderiam ficar pelo menos duas semanas sem captar água para que nós possamos avaliar o comportamento real do rio durante esta estiagem.’’
Acordo é cumprido
Para o representante do Irga, José Tronchoni, os arrozeiros estão cumprindo à risca o que foi acordado. O agricultor de Santo Antônio da Patrulha José Haroldo Cadorin também defende os arrozeiros. “Não se pode comprometer a economia da região, até porque há 105 anos esse setor garante muitos empregos. Estamos torcendo pela chuva prevista para o dia 8 de dezembro.’’ Para ele, com a construção de duas ou três barragens e a liberação para a criação de açudes, os arrozeiros argumentam sobre a possibilidade de se reter pelo menos parte dos cerca de 1,7 mil ml de água da chuva, a média anual para a região.
Esses níveis de 70, 60 e 50 centímetros foram definidos em um acordo foi feito no dia 10 de novembro entre o Comitesinos e o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
Índices limite para captação
Segundo Klein, essas marcas foram as escolhidas por históricos do rio em outras estiagens. “Levamos em consideração experiências anteriores que nos mostraram que nesses níveis a captação de água para abastecimento da população fica comprometida’’, contou ele, que disse que apenas a vazão do rio foi critério para este acordo, ou seja, o oxigênio e a condutividade não são avaliados. “Podemos rever o acordo. Falar com a Fepam para definir esta questão e ver a possibilidade de incluir isto no acordo, além de outros parâmetros. Deve ser algo viável.’’ Ontem, o oxigênio era de 1 mg/L, quando o normal é 5 mg/L.
Mais fiscalização
Ontem pela manhã, a Prefeitura e Pró-Sinos fizeram um sobrevoo na Bacia do Sinos e confirmaram que a situação é dramática. Peixes continuaram morrendo, muitos próximo às bombas de captação do Semae, no bairro Pinheiro e na foz dos Arroios Portão e João Corrêa. Para descobrir qual empresa está despejando indevidamente produtos químicos ou industriais no rio, o Pró-Sinos pediu à Delegacia do Meio Ambiente (Dema) uma intensificação da fiscalização feita não só por ela, mas também pela Fepam. O pró-Sinos quer que a fiscalização seja feita com o acompanhamento do Ministério Público.
Sinos: margens de terras secas eram normalmente cobertas pela água.
Roberto Vinicius/GES
Ações do Comitesinos
Na manhã de ontem representantes do Irga, da Comusa, da Unisinos, entre outros, estiveram reunidos em uma reunião emergencial do Comitesinos, na Unisinos. E entre as ações sugeridas para serem colocadas em prática em prol do rio e do abastecimento estão a redução da média de consumo por pessoa, diariamente, de 150 para 100 litros e a análise de estudos feitos pela empresa de serviços geológicos brasileiros, CPRM, sobre os níveis dos lençóis freáticos e sobre os subsolos. “A redução do consumo deverá ser uma campanha para autoeducar a população, pois nos países desenvolvidos esta quantidade de 100 litros é a consumida. Nós é que exageramos. Já a análise é importante para entendermos o Rio dos Sinos além do que está exposto’’, explicou Silvio Klein, presidente do Comitesinos.
Pró-Sinos diz que culpa é dos arrozeiros
Conforme o diretor-executivo do Consórcio Público de Saneamento Básico da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Pró-Sinos), Julio Dorneles, materiais e informações estão sendo reunidos para serem entregues à Delegacia do Meio Ambiente (Dema) e a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para que a atuação dos arrozeiros seja caracterizada como crime ambiental. “Já dissemos que apenas o nível não pode ser levado em consideração. Temos que pensar também no oxigênio e na poluição. Quanto menos água tem, menos oxigênio teremos e mais carga química e orgânica haverá. Por isso que podemos considerar como crime ambiental’’, explicou ele que disse que a última alternativa será ir em cada lavoura verificar quais tem licença ambiental e apreender os equipamentos daquelas que não têm. “Eles poderiam ficar pelo menos duas semanas sem captar água para que nós possamos avaliar o comportamento real do rio durante esta estiagem.’’
Acordo é cumprido
Para o representante do Irga, José Tronchoni, os arrozeiros estão cumprindo à risca o que foi acordado. O agricultor de Santo Antônio da Patrulha José Haroldo Cadorin também defende os arrozeiros. “Não se pode comprometer a economia da região, até porque há 105 anos esse setor garante muitos empregos. Estamos torcendo pela chuva prevista para o dia 8 de dezembro.’’ Para ele, com a construção de duas ou três barragens e a liberação para a criação de açudes, os arrozeiros argumentam sobre a possibilidade de se reter pelo menos parte dos cerca de 1,7 mil ml de água da chuva, a média anual para a região.
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