O COMEÇO: Angelo Corso em suas primeiras remadas pelo Rio Negro (FOTO: Marcelo de Paula)
MAIS QUE AVENTURA: Expedição busca protestar contra os maus tratos à Amazônia Ao chegarmos a São Gabriel da Cachoeira, município do extremo norte brasileiro e fronteira com Colômbia e Venezuela, deparamos com uma realidade sociocultural magnífica, surpreendente e atípica, ao menos para, como dizem aqui, um "branco do sul". Encontramos uma população, em sua maioria indígena, extremamente carinhosa e receptiva. Nossos anjos da guarda local foram João Neto e Marino Lima (apesar do nome de branco, são dois indígenas). Ambos possuem uma história de luta de se tirar o chapéu em defesa da saúde de seus parentes. É dessa forma que se tratam, consideram-se naturalmente parentes, assim solidarizam-se e cuidam uns dos outros. Já estão na cidade faz tempo, mas não abandonaram as raízes, buscam na cidade nada mais que conhecimento e melhor estrutura para assistirem seus parentes.
Precisávamos de um bom guia para nos apresentar ao rio. A navegação no rio Negro, ao menos para nós, marinheiros de primeira viagem por essas águas, não seria fácil. É um dos maiores afluentes do rio Amazonas, com mais de 1.000 km de labirintos, ilhas, lagos, outros afluentes, igapós, igarapés, alguns trechos de cachoeira e pedras, inúmeros furos e paranas (braços de rios) que podem te levar para fora do leito principal. E pelo caminho teríamos que navegar os dois maiores arquipélagos fluviais do planeta, Mariuá e Anavilhanas.
Perder-se por essas águas é mais fácil do que se pensa, e a navegação pode ser um pouco complicada. Em nossa condição de remadores, pode representar horas e até dias de remadas em busca do caminho certo.
Mario Vidal, Marino Lima, João Neto e Angelo Corso na linha de largada
(FOTO: Marcelo de Paula)
Temos bons mapas e GPS, mas a tecnologia aqui não adianta muito. Com a variação do período das secas e cheias, ilhas e canais aparecem e desaparecem com a mesma rapidez e formam os tais labirintos.
Assim nada mais seguro e necessário que o instinto aguçado e o conhecimento de um guia local. E o que havíamos acertado para nos conduzir parte do trajeto não apareceu no dia e na hora marcados. Estávamos ali em frente à ilha de Camanaus, em São Gabriel da Cachoeira, com os equipamentos ajustados, preparados ao longo de três dias na cidade. Os caiaques já boiavam na margem do rio, eu e o Mario Vidal com os remos nas mãos ansiosos na linha de largada, prontos e aquecidos, mas não pudemos partir.
Há males que literalmente vêm para o bem, e muito para o bem. Nossos anjos da guarda, João Neto e Marino Lima, estavam ali para nos desejar boa sorte e imediatamente saíram em busca de um novo guia. Disseram-nos que algumas vezes os guias ficam com medo de saírem em longas jornadas com desconhecidos, e de certa forma tem alguma razão nisso.
Nossa solução estava na própria ilha de Camanaus. Adiamos a partida para o dia seguinte. Simpatizamos muito com nosso novo guia, um senhor indígena da etnia Tariana, de 59 anos. Ele nos inspirou muita confiança, serenidade e sabedoria. Já havia guiado por dois anos uma médica e inúmeros outros forasteiros e, assim como nós, possui espírito aventureiro. Acertamos os detalhes e marcamos a partida para o dia seguinte.
Despertamos ainda pela madrugada, e logo depois nosso guia Leonardo Teles Carneiro chegou. Colocamos os barcos na água, e enfim a primeira remada se deu e, como o rio, começamos a fluir.
Para mais informações e fotos da expedição acesse o blog oficial de Angelo Corso (angelocorso.com.br)
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