(foto: Abelha sem ferrão - crédito: Kátia Braga)
Qual a relação entre as abelhas sem ferrão e agricultura orgânica?
9.11.2012
A pesquisadora Kátia Braga, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP), aborda em seus trabalhos a importância de se conhecer e avaliar a polinização agrícola por abelhas para garantir um sistema de produção sustentável.
Para se ter uma ideia da importância das abelhas para a agricultura, segundo estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO, 2004) estima que 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo são polinizadas por estes insetos.
Conforme a pesquisadora, “no Brasil, há um consenso entre diversos pesquisadores que, apesar dos avanços tecnológicos, a produtividade das culturas agrícolas, incluindo-se aquelas sob sistema orgânico de produção, está aquém de seu potencial devido a um déficit na polinização. Esse déficit pode ser ocasionado por práticas não amigáveis às abelhas, como o uso frequente de agroquímicos e a ausência de vegetação natural nas proximidades da área cultivada”.
Enquanto no mundo estima-se que existam mais de 20.000 espécies de abelhas, o Brasil, devido as suas proporções continentais e riqueza de ecossistemas, abriga cerca de ¼ destas espécies (cerca de 5.000).
“Contudo, explica Kátia, a abelha mais conhecida entre os brasileiros é a abelha de mel ou africanizada (Apis mellifera) que não é uma espécie nativa do nosso país. As nossas abelhas sociais, produtoras de mel, são as abelhas sem ferrão que não conseguem picar por apresentarem um ferrão atrofiado. Apesar da diversidade dessas abelhas no Brasil, são cerca de 300 espécies, a maioria delas é desconhecida da população, em geral, mesmo considerando que muitas delas fazem seus ninhos em muros, paredes e árvores nas áreas urbanas e rurais”.
“Se as abelhas são os principais polinizadores das plantas cultivadas, como estima o estudo da FAO, precisamos conhecer as abelhas sem ferrão assim como as outras espécies de abelhas nativas do Brasil (sociais ou solitárias), aprender a conservá-las nos ambientes naturais e manejá-las para a polinização agrícola. Dessa forma, podemos contribuir para uma maior produtividade dos frutos e sementes que utilizamos em nossa alimentação e dos animais domésticos e, também, de sementes para o plantio e cultivo de diversas espécies”, enfatiza Kátia.
Além disso, a polinização realizada pelas abelhas em ambientes naturais garante a conservação da diversidade de plantas e animais silvestres pois contribui com a reprodução das espécies vegetais que por sua vez sustentam a fauna local.
Como exemplo do papel das abelhas na polinização agrícola, Kátia cita um estudo recente realizado no semiárido brasileiro com a cultura da acerola. Essa cultura, que é polinizada por um grupo de abelhas que coletam óleos florais (gênero Centris), apresentou falha na polinização no período da seca, produzindo uma quantidade muito menor de frutos que aquela obtida pela polinização manual (realizada pelo ser humano) neste período, devido à baixa abundância destas abelhas, fato que não ocorreu no período das chuvas.
“Outro caso bastante conhecido é o da polinização do maracujá, que é inadequada em muitas lavouras devido à escassez de seu principal polinizador, a abelha carpinteira ou mamangava (gênero Xylocopa), nas proximidades da cultura”.
Kátia Braga abordou, como parte do curso oferecido aos professores do Centro Paula Souza, o tema abelhas sem ferrão e manejo agrícola. A escolha por este grupo de abelhas está associada à facilidade de criação e manejo de muitas de suas espécies, ao sabor e qualidade do mel produzido, ao fato delas não ferroarem e aos resultados de várias pesquisas que destacam seu potencial como polinizadores de culturas agrícolas. Além disso, por todas esses aspectos, elas podem ser utilizadas como um interessante recurso didático-pedagógico-experimental em escolas técnicas, de ensino básico e superior. Este foi, justamente, um dos objetivos do desenvolvimento desse tema junto aos professores das escolas técnicas agrícolas vinculadas ao Centro Paula Souza.
O tema “Abelhas sem ferrão e manejo agrícola” também pode ser oferecido em cursos com diferentes níveis de aprofundamento para agricultores, gestores públicos e estudantes de graduação e pós-graduação nas áreas das ciências biológicas, agrícolas e ambientais.
Cristina Tordin
Jornalista, MTB 28499
Embrapa Meio Ambiente
19.3311.2608
Muitos trabalhadores da área de pesca ou coletores de frutas, sementes, flores, capins e outras espécies costumam reclamar dos períodos que ficam sem pescar, sem matérias para colheita ou ainda dos baixos salários e poucos resultados de seus trabalhos.
Pela facilidade de criação e manejo de muitas de suas espécies, pelo sabor e qualidade do mel produzido, ao fato delas não ferroarem e por exigirem pouco tempo para sua criação, são ideais para complemento de renda de pescadores e ribeirinhos, que podem utilizar suas cooperativas e sindicatos para produzir um volume maior de mel e ter mais facilidade para comercializá-lo.
Vejam esta cartilha sobre "CRIAÇÃO DE ABELHAS DE FERRÃO" do PROVÁRZEA (MMA) e links de outros projetos sobre o assunto:
PUBLICAÇÕES SOBRE ABELHAS SEM FERRÃO
Aspectos Econômicos da Criação de Abelhas Indígenas
Sem Ferrão (Apidae: Meliponini) no Nordeste Paraense
Apostila em pdf, 38 páginas EMBRAPA
Autores: Tatiana Lobato de Magalhães e Giorgio Cristino Venturieri
Clique aqui para baixar.
Sem Ferrão (Apidae: Meliponini) no Nordeste Paraense
Apostila em pdf, 38 páginas EMBRAPA
Autores: Tatiana Lobato de Magalhães e Giorgio Cristino Venturieri
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Projeto Abelhas Nativas, versão para adulto Cartilha em pdf, 35 páginas
O Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
Clique aqui para baixar.
O Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
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Projeto Abelhas Nativas, versão para crianças Cartilha em pdf, 26 páginas
Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
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Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
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Projeto Abelhas Nativas, Manejando as Abelhas Cartilha em pdf, com 35 páginas
Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
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Projeto Abelhas Nativas, sob a Coordenação Executiva da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza
(AMAVIDA) e Coordenação Técnico-Científica da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Autores: Murilo Sérgio Drummond (Biólogo) e Lenira de Melo Lacerda (Bióloga).
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Criação de Abelhas Indígenas sem Ferrão Cartilha em pdf, com 55 páginas
2ª Edição EMBRAPA Autor: Giorgio Cristino Venturieri
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2ª Edição EMBRAPA Autor: Giorgio Cristino Venturieri
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CRIAÇÃO DE MELIPONÍNEOS NO BRASIL
Juan Manuel Rosso Londoño Universidad Nacional de Colombia IB – USP Setembro – 2001 Cartilha em .pdf com 63 páginas
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BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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