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23 de agosto de 2014

UMA ANÁLISE MUITO IMPORTANTE E SÉRIA DA FALTA D' ÁGUA EM SÃO PAULO


Caro(a) Jarmuth Andrade
BLOG SOSRIOSBR
 A falta d’água em São Paulo
Embora uma parte da região metropolitana já esteja sofrendo com a falta d’água as expectativas indicam que a partir do inicio do próximo  ano (esgotamento do volume morto) essa situação será estendida a toda a região e com maior intensidade: a disponibilidade do sistema será inferior a 50 % da demanda. Nesse momento a única perspectiva de mais água será a entrada em operação em 2018 do sistema São Lourenço com 4,7 m³/s que representará menos de 5% da demanda nessa ocasião.
Essa gravíssima situação deverá permanecer por cerca de pelo menos 3 anos (2015 a 2017) até que o sistema Cantareira seja recuperado.
Há mais de 60 anos é reconhecida  mundialmente a enorme eficácia do sistema urbano de abastecimento de água para manutenção em níveis civilizados os indicadores  de saúde publica de qualquer   comunidade , o que não se dirá da segunda metrópole do mundo com mais de 22 milhões de habitantes. É reconhecido também  no mundo todo que o investimento de cada real no abastecimento de água se traduz numa economia de 4 reais em despesas com tratamento das doenças de “veiculação hídrica” que são contraídas devido a sua inexistência, como é o caso de surtos de diarreia, epidemias de febre tifoide, hepatites e até poliomielite. 
Esse fato foi comprovado aqui mesmo em São Paulo:
No final da década de 1960 a nossa urbe apresentava uma situação semelhante à que devemos passar a partir do próximo ano, qual seja, menos de 50 % da sua população era atendida por abastecimento de água e  apresentava indicadores de saúde  vergonhosos: o índice de mortalidade infantil médio, reconhecido como o principal indicador do nível de saúde de uma comunidade atingiu 130 mortes por mil nascidos vivos, o que indica que em áreas mais criticas podem ter chegado a mais de 400.
Os eminentes sanitaristas paulistas ,  engenheiro Eduardo Yassuda e  medico Walter Leser convenceram o então governador Abreu Sodré da gravidade daquela situação e esse estadista não teve duvida em enfrentar a construção do maior sistema de abastecimento de água do mundo, o sistema Cantareira para produzir 38 m³/s numa metrópole que dispunha de apenas 15 m³/s!
Para ajudar no convencimento do governador o Professor Leser produziu um excepcional estudo cientifico demonstrando que cada acréscimo de 10% de população atendida com abastecimento de água corresponderia uma diminuição de 20 por mil  no índice de mortalidade infantil.
Em meados da década de 1980, pouco mais de 10 anos após foi inaugurado o sistema Cantareira atendendo a 100 % da população (aumento de 50 %); logo a seguir se observou  que o novo índice  de mortalidade infantil tinha  caído para 30 mil por mil nascidos vivos (queda de 100 mil)! Bateu em cima da previsão do insigne Professor. 
No que se refere a abastecimento de água a nossa metrópole passou à condição de cidade civilizada, as doenças de veiculação foram erradicadas,  o nível de saúde da população evoluiu. Passados 30 anos  nos mantivemos nessa posição até dos dias de hoje. Entretanto estamos na iminência de começarmos a retroceder a uma situação de 50 anos atrás, a falta d’água já está garantida a partir do inicio do próximo ano, falta só encontrarmos o estadista para enfrentá-la.
Cabe realçar que hoje a situação é bem diversa daquela dos anos 60: a população passou de 8 para 22 milhões de habitantes, a quantidade e qualidade dos contaminantes à disposição também cresceram, os nossos hospitais não estão mais preparados para enfrentar aquelas doenças de veiculação hídrica, entre outros aspectos que não poderão deixar de ser considerados. Em contra partida hoje dispomos de tecnologias muito mais avançadas e  que também não podem ser ignoradas.
Aceite o meu abraço,
Julio Cerqueira César Neto


BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

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