Presidente Lula em visita às obras do Canal13.03.2009
As regiões do Sertão e Agreste alagoanos têm chuvas anuais da ordem de 700 a 900 mm, com evapotranspiração superior a 2.000 mm. Notadamente, são regiões de déficit hídrico.
A única fonte de água perene para toda região é o Rio São Francisco, com vazão com 90% de garantia da ordem de 1.800 m³/s, ou seja, 6.480.000 m³/hora. O território alagoano, nesta região, tem a forma de uma faixa retangular, paralela ao rio, com largura de apenas 75 km. Se na horizontal as distâncias são pequenas, na vertical elas chegam a 300, 400 e até 500 metros.
Na divisa tríplice com Pernambuco e Bahia temos o rio na cota 235 metros, nível da água na barragem de Moxotó. Descendo o rio chega-se a 135 metros, nível da água na barragem de Xingó. Descendo um pouco mais chega-se a 10 metros na cidade de Piranhas; e daí até Penedo o rio desce outros 5 metros, até chegar ao encontro com o mar.
De outro lado, as cidades alagoanas desta região estão na cota 200, 300, 400 e mais de 500 metros, como é o caso de Mata Grande e Água Branca. A região possui precária infraestrutura hídrica associada a elevadas despesas com energia elétrica necessária para vencer o desnível entre o rio e as cidades a serem abastecidas.
O Canal do Sertão de Alagoas tem como fonte as águas do Rio São Francisco depositadas no reservatório Moxotó. Por meio de sua única estação elevatória suas águas serão levantadas 40 metros, e daí, em diante seguirá por gravidade por toda sua extensão.
Ter suas águas escoando em cotas próximas a 275 metros é a vantagem do Canal do Sertão de Alagoas. Há outro canal natural de águas em Alagoas: o próprio Rio São Francisco! Mas suas águas estão na cota 135 metros de Xingó para cima e em cotas inferiores a 10 metros de Xingó para baixo.
Os custos com a energia para fazer funcionar as bombas do Canal do Sertão deverão ser pagos pelos usuários, sejam eles irrigantes, consumidores urbanos, indústrias ou piscicultores. Os preços serão diferentes para cada uso da água; Quanto mais água o canal transportar menor será o preço a ser pago por cada metro cúbico.
No caso de funcionar apenas uma das 12 bombas previstas, o custo com energia elétrica para cada mil metros cúbicos será da ordem de R$ 18, ou seja, o custo será de R$ 0,018 por metro cúbico.
Um preço razoável quando comparado aos R$ 0,27 do Sistema Coletivo Alto Sertão e aos R$ 0,31 do Sistema Coletivo Bacia Leiteira; Por último, há custos de operação, manutenção e administração a serem rateados pelos usuários, além das despesas com energia elétrica.
Fonte: GazetaWEB/Correio do Povo de Alagoas
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