Castanhão provoca ´cheia´ no Rio Jaguaribe
A canoa está de volta em algumas áreas do Rio Jaguaribe, onde águas do Açude Castanhão já provocaram cheia.
10/02/2010
O céu está mais nublado, as chuvas anunciadas, o rio aumentou o nível das águas, e a canoa está de volta. Ontem pela manhã a travessia pela ponte do tipo passagem molhada, na CE- 358, que liga Limoeiro a Tabuleiro, foi interditada. Como acontece em todos os anos, saem de cena os veículos sobre rodas e entram as canoas. Por R$ 0,50 os transeuntes sobem com moto e tudo em embarcações enferrujadas, furadas e sem o mínimo de segurança. Com o Rio Jaguaribe assoreado, são grandes as chances de o barco encalhar em um banco de areia. Numa das travessia, o motor falhou e foi necessário o canoeiro mergulhar na água e rebocar - com o braço - a embarcação até a margem do rio.
Não há coletes salva-vidas. E quem tem mais coragem do que os que entram na embarcação coloca as chinelas nas mãos e caminha até o outro lado com a correnteza até a altura do joelho. As barracas de alvenaria construídas no entorno do balneário (todas construções irregulares) ficaram alagadas, e os comerciantes passaram o dia de ontem tentando salvar os utensílios. Do lado de Tabuleiro do Norte, a água ainda não atingiu as barracas, mas se isso acontecer comprometerá a programação de Carnaval do município. A alternativa para chegar ao município é trafegar pela BR-116, aumentando a distância em 30 quilômetros.
Quatro das 12 comportas do Castanhão foram abertas na tarde do último sábado liberando, cada uma, 25 metros cúbicos de água por segundo, numa vazão total de 100 metros cúbicos por segundo, caindo direto no Rio Jaguaribe, o que tem feito aumentar o nível das águas por onde o rio corre. Enquanto isso, diminui o volume de água do açude, que hoje está com 76,8% da capacidade e na cota 102,01 metros ao nível do mar. Até o dia 26 de fevereiro, quando deverá ficar na cota 101 metros, deverão ser despejados 500 milhões de metros cúbicos de água (ou 500 bilhões de litros) para o Jaguaribe e, daí, ao mar.
De acordo com o engenheiro Ulisses de Sousa, coordenador do Complexo Castanhão, pelo Dnocs, não haverá mais o revezamento das comportas abertas, antes anunciado para exercício dos equipamentos. "Vão continuar as que já foram abertas no sábado, e se houver necessidade aumentamos ou diminuímos a liberação de água", afirmou. As comunidades ribeirinhas já estão em alerta. Segundo Francisco Teixeira, presidente da Cogerh, a degradação e o assoreamento no Jaguaribe reduziu, em 20 anos, de quatro mil metros cúbicos para 1,5 mil metros cúbicos de água suportável na calha do rio sem que haja maiores transtornos às comunidades ribeirinhas.
MAIS INFORMAÇÕES
Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh)
Fortaleza (CE)
(85) 3218.7020
Fonte para edição no Rema:
Diário do Nordeste - Globo.com
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Parabéns Valdecy,
ResponderExcluirGostei muito do seu blog e principalmente pela "força e valorização" da profissão do Professor.
O Blog SOS Rios do Brasil é também conhecido como Blog do Prof. Jarmuth e conta com a colaboração de diversos colegas professores e pesquisadores das Universidades.
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