NA MODERNA E DESENVOLVIDA SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP) 12 MIL FAMÍLIAS SEM ÁGUA ENCANADA

Morador de loteamento irregular em Rio Preto pega água em poço (Foto: Reprodução / TV Tem)

Das 140 mil famílias de Rio Preto, 12 mil não têm água encanada

Rio Preto é a 24ª no ranking de 100 cidades com saneamento básico.
Ranking foi elaborado com uma pesquisa do Instituto Trata Brasil.

Do G1 Rio Preto e Araçatuba

Na região noroeste paulista ainda existe cidades que não fornecem o saneamento básico para toda a população. Apesar da cobrança de órgãos ambientais, alguns municípios precisam se adequar para garantir mais saúde a população. De acordo com pesquisas do Instituto Trata Brasil, cerca de 100 milhões de brasileiros não têm acesso a tratamento de esgoto.

É difícil acreditar que moradores de uma cidade tão moderna e desenvolvida como São José do Rio Preto (SP) ainda enfrentem esse tipo de problemas. Mas pesquisas do instituto mostram que entre os 100 maiores municípios do país, Rio Preto ocupa a 24ª colocação em qualidade de saneamento básica, mas os números mostram que ainda é preciso evoluir. Das 140 mil famílias que vivem na cidade, 12 mil não têm água encanada, e 17 mil não possuem rede de esgoto. “A situação pode prejudicar as outras pessoas da cidade, com a contaminação do solo ou lençol freático. Água contaminada pode trazer doenças que podem causa diarreia e vomito, além de doenças crônicas”, afirma o biólogo Augusto Azevedo.

Se o esgoto armazenado na fossa traz prejuízo ao meio ambiente e à saúde pública, imagine então quando ele é lançado diretamente em córregos e rios. A Cetesb de Rio Preto é responsável por 43 cidades da região noroeste paulista, em duas, Catanduva (SP) e Ariranha(SP), ainda não existe sistema de tratamento.  Já em Mirassol (SP) uma parte dos resíduos é descartada de forma inadequada. “A Cetesb foi atuante na fiscalização com parcerias com o Ministério Público para obrigar as prefeituras a tratar seu esgoto e a maioria delas atendeu aos pedidos”, diz o gerente da Cetesb Antônio Falco Júnior.

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Em Catanduva, a promessa é de que as lagoas de tratamento fiquem prontas no começo do ano que vem. Em Ariranha as obras estão atrasadas, em pelo menos 3 meses. O engenheiro da prefeitura Hélio Francisco Loreto diz que o projeto é complexo, e tenta justificar porque a cidade demorou tanto para começar a construção. “O maior problema foi a dificuldade de ter recursos financeiros e os licenciamentos ambientais são demorados”, afirma.

Na casa do serralheiro Alexandre Feitosa da Silva, água só de poço artesiano. O esgoto não é tratado e os resíduos vão direto para fossa, construída no quintal. O serralheiro mora na Estância Santa Clara, um dos 77 loteamentos irregulares de Rio Preto. Na maioria deles, não há serviço de saneamento básico. “A gente vê pela cidade as pessoas jogando água na calçada e fica revoltado de não ter isso em casa. Aqui a gente bebe uma água diferente, mas não sabemos a procedência da água que temos”, afirma.

Há dois anos, a dona de casa Luana de Paula se mudou para uma casa na Estância Cavalari, não imaginou que fosse enfrentar tantos transtornos. A água da pia e do tanque escorre numa canaleta improvisada. “O aspecto de saúde é preocupante, a fossa é muito perto da casa, tem de ter poço no bairro para ter água”, afirma.

A assessoria do Semae, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Rio Preto, informou que os locais onde não existe saneamento são loteamentos clandestinos, que somam 77 em Rio Preto. Aa prefeitura disse que pretende regularizar todos. O Semae trabalha atualmente em oito loteamentos já regularizados.

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