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8 de outubro de 2014

Uso excessivo de antibiótico na produção de peixes, afeta o ambiente dos rios e a saúde do homem


Uso sem controle de remédios destrói a microbiologia do rio, afetando os peixes

A aplicação excessiva de antibióticos para tratamento de peixes no Rio Paraná, no reservatório de Ilha Solteira, em Santa Fé do Sul, interior de São Paulo, pode comprometer a sustentabilidade do pescado na região, que é responsável por 65% da produção de tilápia do Estado. O uso sem controle do remédio destrói a microbiologia do rio, afetando os peixes que vivem fora do cativeiro, e facilita o surgimento de bactérias resistentes, que dificultam o cuidado dos peixes e ainda podem ser transferidas aos homens, com implicações para a saúde.

Esses são alguns dos resultados da tese de doutorado Ocorrência de antibióticos e estudo de resistência microbiana em sistemas aquaculturais do Rio Paraná, reservatório de Ilha Solteira, na região de Santa Fé do Sul, Estado de São Paulo, do pesquisador do Instituto Biológico, Sérgio Henrique Monteiro, com orientação do professor Valdemar Luiz Tornisielo.

A pesquisa foi desenvolvida no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) da USP, em Piracicaba, com o apoio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), regional Votuporanga, e financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Monteiro analisou a ocorrência de 12 diferentes antibióticos na água, sedimentos e peixes, além da resistência bacteriana nos peixes. Os antimicrobianos (antibióticos) estudados foram oxitetraciclina, tetraciclina, clortetraciclina, ciprofloxacina, enrofloxacina, sarafloxacina, norfloxacina, florfenicol, cloranfenicol, sulfatizol, sulfadimetoxina e sulfametazina.

Ao todo foram coletadas 144 amostras de água, 144 de sedimento e 126 amostras de peixe, retiradas de quatro pisciculturas durante os meses de abril, julho, outubro de 2013 e janeiro de 2014.

Resultados

Nas amostras de água, o pesquisador detectou os antibióticos oxitetraciclina, tetraciclina e florfenicol em diferentes pisciculturas em épocas distintas do ano. Também foi observada que a concentração dos remédios diminuía a partir do distanciamento dos tanques de pisciculturas.

“Os antimicrobianos surgiram em todas as coletas, demostrando que o uso de antibióticos pelos produtores de peixe é realizado durante todo o ano. Isso significa que a região está sofrendo contaminação das águas em decorrência da atividade aquícola, já que os produtores declararam utilizar oxitetraciclina e florfenicol para o tratamento dos peixes”, explica Monteiro.

Os antibióticos encontrados no sedimento do rio foram os do grupo das tetraciclinas. Nos peixes, foi detectada a presença de oxitetraciclina e florfenicol que está diretamente relacionada à sua aplicação para controle e prevenção de enfermidades nos peixes.

Das 126 amostras de peixe analisadas, destinada ao consumo (peixe com aproximadamente 900 gramas), nenhuma continha resíduo de antibiótico acima dos limites estabelecidos. Entretanto, o pesquisador observou a presença de bactérias resistentes aos antibióticos do grupo das quinolonas, das sulfonamidas e das tetraciclinas, inclusive bactérias que causam doenças ao homem.

“A principal preocupação com o surgimento de bactérias resistentes é que elas podem ser transferidas para o homem. Como consequências diretas temos o aumento da frequência da ineficiência dos tratamentos, aumento da severidade das infecções, prolongamento da duração das doenças, aumento na frequência de infecção na corrente sanguínea, aumento da hospitalização e aumento da mortalidade”, alerta Monteiro.

Ele diz que a presença de bactérias resistentes a antibióticos ocorre quando o emprego do produto não observa as boas práticas de uso de medicamentos veterinários, em especial as especificações de uso.

Antibióticos

Segundo o pesquisador, a adoção de antibióticos na aquicultura é para o controle de doenças causadas por infecções bacterianas nos peixes. No caso da tilápia, foco da pesquisa, a aplicação do remédio evita doenças que podem diminuir a produção e até causar mortalidade dos peixes.

“A quantidade de antibióticos usada nas unidades de produção pode ser extremamente variável e dependente de parâmetros como temperatura, densidade de estocagem, características da área, propensão do operador ao uso de quimioterápicos entre outros fatores. É importante ressalvar que, em alguns casos, os antibióticos empregados pela aquicultura não são produtos desenvolvidos especificamente para combater patologias de uma espécie especifica, utilizando um antibiótico destinado para o tratamento de truta em tilápia, por exemplo”, afirmou Monteiro.

Ele destaca ainda que apesar de a utilização de antibióticos ser algo necessário para a produção de pescado, “é possível utiliza-lo de maneira sustentável, seguindo boas práticas de manejo e de produção, minimizando os impactos que estes antibióticos podem causar para o ambiente, para a produção de peixe e para o homem”.

Foto:Wikimedia Commons
Por Hérika Dias, da Agência USP de Notícias.

Publicado no Portal EcoDebate, 08/10/2014

http://www.ecodebate.com.br/2014/10/08/uso-excessivo-de-antibiotico-na-producao-de-peixes-afeta-o-ambiente-dos-rios-e-a-saude-do-homem/ 

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2 de fevereiro de 2013

Promotoria abre inquérito para apurar contaminação do Rio Paraná, em Panorama, SP


publicado em 01/02/2013 - 09:57:47
PANORAMA - Em Panorama, 80% do esgoto estão sendo despejados sem tratamento no Córrego das Marrecas e no Rio Paraná. Por isso, o Ministério Público de Junqueirópolis instaurou um inquérito civil para apurar os riscos de contaminação da água. A Promotoria deu prazo de 15 dias para que a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) apresente um laudo simplificado sobre a qualidade da água no rio. 

O MP também quer saber as condições de balneabilidade em Panorama. Como esse exame é mais detalhado, o prazo para apresentação é de 40 dias. “Nesse inquérito civil eu determinei a realização de algumas perícias, algumas avaliações técnicas, para aferir qual é a qualidade da água, qual a qualidade do rio, principalmente o balneário, que recebe muitos turistas, se dispõe de condições favoráveis para os banhistas”, explicou o promotor público Rui Bodin. 

Além da Cetesb, as cobranças recaem sobre a Prefeitura. “Estou aguardando a apresentação do laudo. Assim que for apresentado para mim, vou estudar quais providências que o caso comporta”, afirmou o promotor. 

O esgoto é descartado sem tratamento porque oito das dez bombas elevatórias da estação permanecem quebradas. “Temos algumas bombas em manutenção em Presidente Prudente, fazendo algumas adaptações e outras bombas nós estamos em processo de licitação em caráter emergencial. Dentre uns 30 dias nós estaremos já colocando esses equipamentos nas bombas de recalque”, prometeu o assessor de comunicação da Prefeitura, Alex Barreto. 

A limpeza da estação elevatória, que estava tomada pelo mato e nunca entrou em operação, foi cumprida conforme prometido pelo Executivo.

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21 de janeiro de 2013

Parte do esgoto de Panorama é jogado no Rio Paraná sem tratamento


A céu aberto o esgoto sanitário corre livre para o Córrego das Marrecas. O local é só um dos pontos de despejo dos resíduos na cidade (Foto: Reprodução/TV Fronteira)

Das 10 bombas elevatórias para a lagoa de tratamento, apenas duas funcionam


Por falta de bombas, 80% do esgoto de Panorama são lançados sem tratamento no Rio Paraná. A situação, além de prejudicar o meio ambiente, coloca em risco a saúde de moradores e também de turistas que usam o Balneário Municipal.
A céu aberto o esgoto sanitário corre livre para o Córrego das Marrecas. O local é só um dos pontos de despejo dos resíduos na cidade.
“Sempre que estou almoçando, o cheiro vem para a minha casa. Fica difícil de conviver com isso. Durante a tarde, o cheiro ruim aumenta. A partir das 18h a bomba é desligada e ninguém aguenta”, conta o trabalhador autônomo Cláudio Silva.
A contaminação vai ainda mais longe. Das 10 bombas elevatórias para a lagoa de tratamento, apenas duas funcionam. O que significa que praticamente todo o esgoto da cidade está sendo jogado no Rio Paraná.
Filha de pescadores, a operadora de caixa Ione Inácio reclama do abandono por parte da Prefeitura. Ela se preocupa com a qualidade do pescado após o final da piracema, em fevereiro.
“Tem muita gente preocupada porque com essa sujeira que cai direto no rio, a vinda dos peixes diminui. Fica ruim também para as crianças irem brincar, além dos turistas que não conseguem entrar na água. Ou eles saem com alergia, ou com algum outro tipo de infecção”, fala.
O diretor do Departamento de Água e Esgoto de Panorama, Cléber Raposo, diz que não sabe quando deve ser solucionado o problema das bombas, já que os cofres do município estão vazios.
“Creio que em seis meses normalizaremos a situação. Para que essas bombas sejam colocadas de novo, nós precisaremos fazer o orçamento ainda. Além disso, estamos sem condições financeiras de fazer isso agora”, explica.
A cidade conta com uma infraestrutura de esportes náuticos e lazer junto ao Rio Paraná. Nessa época do ano milhares de turistas costumam frequentar o Balneário Municipal. Até agora não foi feito um estudo para apontar o grau de contaminação por coliformes fecais, o que preocupa os banhistas.
“Provavelmente o balneário esteja comprometido também. Nós pedimos pela Prefeitura uma química que faz a análise, mas estamos sem ela e a entrega está atrasada. Precisamos fazer o orçamento desse material também”, revela o diretor.
Raposo salienta ainda que vai buscar a análise da água o mais rápido possível para saber se fecha o balneário ou não. Mas ele acredita que não será preciso interditar o local.
Em nota, a Companhia de Saneamento Ambiental (Cetesb), de Dracena, informou que a Prefeitura, que é responsável pelo serviço de água e esgoto, foi advertida três vezes no ano passado pelo lançamento dos dejetos sem tratamento em pontos diferentes no Córrego da Marreca. A gerente, Lídia Regina Prota, diz que vai enviar um técnico a Panorama para verificar a situação. Caso a situação continue, a Prefeitura poderá ser multada.

http://www.ifronteira.com/mobile-noticia-44859
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