pererecas ameaçadas pela redução das APPs (foto: Site Rã-Bugio-pererecas)
O pesquisador Fernando Rodrigues da Silva, da UNESP, realizou estudo em fragmentos de florestas de APPs de seis municípios, das regiões de Pindorama, Palestina, Onda Verde, Matão, Magda e Macauba, no Estado de São Paulo e constatou que 38 espécies de sapos, rãs e pererecas correm risco de desaparecer de determinados hábitats, cujas matas ciliares poderão ser reduzidas dos atuais 30m para 15m, segundo o novo Código Florestal.
O estudo conclui que a redução das APPs (Áreas de Proteção Permanente), em margens dos rios e córregos do Brasil poderá colocar em risco de extinção várias espécies de anfíbios.
A matéria do jornal o Estado de São Paulo, vai mais além, ao dizer que o artigo que foi publicado pela revista Science informa que o risco não está restrito somente ao Estado de São Paulo e certamente vai atingir anfíbios de todas as regiões do país.
Vou encaminhar este artigo ao parceiro ambientalista, Germano Whoehl, da Rã Bugio (SC), um dos maiores pesquisadores em anfíbios do país, que realiza um trabalho de grande envergadura na proteção da Mata Atlântica e de sua biodiversidade, para que possa nos enviar artigos emitindo sua abalizada opinião sobre o assunto.
Prof. Jarmuth Andrade
Novo Código Florestal põe anfíbios em risco
Redução das Áreas de Proteção Permanente em margens de rios pode gerar extinções localizadas, diz estudo
03 de julho de 2011
Chico Siqueira - O Estado de S.Paulo
A redução de 30 para 15 metros das Áreas de Preservação Permanente (APPs) em margens de riachos com até 5 metros de largura, que consta do novo do Código Florestal, vai colocar em risco e pode promover uma extinção localizada de espécies de anfíbios que vivem nos lagos e matas do interior de São Paulo.
Só na região noroeste, 38 espécies de sapos, rãs e pererecas correm risco de desaparecer de determinados hábitats, cujas matas ciliares serão reduzidas em até 50% por força da nova lei.
A constatação está em um estudo realizado em fragmentos de florestas de APPs de seis municípios da região (Pindorama, Palestina, Onda Verde, Matão, Magda e Macaubal) pelo pesquisador Fernando Rodrigues da Silva, autor de tese de doutorado pelo Departamento de Zoologia e Botânica da Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de São José do Rio Preto.
Estudioso dos anfíbios há mais de dez anos, Silva ficou de 2008 a 2009 analisando populações desses animais na região e constatou que, quanto mais distante elas ficam dos fragmentos das florestas, maior o seu índice de mortalidade. "Essas espécies se reproduzem em lagos temporários formados pela chuva e nos brejos dos pastos. E quando chega a época de seca, vão para esses fragmentos de florestas. Ocorre que, quando mais distante está a mata, mais mortes ocorrem."
"Constatamos que há mais riqueza de vida nos lagos mais próximos das matas que naqueles que estão mais distantes. Um lago que está a 50 metros, por exemplo, tem muito mais vida que um que está a 100, 150 metros de distância", continua.
Segundo Silva, com o novo Código, os fragmentos poderão ser desmatados, distanciando-se dos micro-hábitats dos animais. "Espécies desses hábitats vão desaparecer ou perder consideravelmente suas populações", diz.
Outras regiões. O pesquisador - cujo estudo foi publicado na revista Science e aprovado em banca em fevereiro deste ano - chamou a atenção para o fato de que a ameaça não está restrita apenas ao interior de São Paulo.
Segundo Silva, a Amazônia, o Cerrado e a Mata Atlântica serão os biomas mais prejudicados, porque neles há espécies endêmicas que vivem em micro-hábitats dentro das matas, que vão sofrer com o desmatamento e a seca causada pela redução dessas áreas. "Há estudos que comprovam que os anfíbios que vivem na Mata Atlântica sofrerão um impacto muito forte."
O pesquisador diz que a lei também punirá espécies que precisam dos fragmentos de APPs para se locomover em busca de reprodução e de alimentos. "Essas áreas, geralmente fragmentos de galerias (às margens dos rios), servem como corredores e abrigo para diversas espécies que procuram matas maiores", diz. "Sem essas pequenas matas, elas terão dificuldade para se locomover e, consequentemente, para se alimentar e se procriar." Fonte: Jornal O Estadão
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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