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30 de agosto de 2012

SÃO PAULO PRECISA DIZER NÃO ÀS ENCHENTES



Campanha Permanente do SOSRiosBr para evitar tragédias e mortes
no período das chuvas em nossas comunidades

Obras de Alckmin contra cheias estão paradas ou atrasadas

CAROLINA LEAL | EDUARDO GERAQUE | FOLHA DE SÃO PAULO

Obras de contenção de enchentes na Grande São Paulo anunciadas pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) em março do ano passado estão paradas ou atrasadas, a pouco mais de três meses do início da temporada de chuvas.
Há problemas com a construção de três piscinões, quatro diques perto de pontes do Tietê e o desassoreamento do rio e de córregos afluentes.
Parte das obras está com problemas porque o dinheiro previsto no Orçamento acabou -caso da limpeza do Tietê- e outra parte por causa de problemas na execução.
No caso dos diques, a previsão era que ficassem prontos até dezembro de 2011, mas só um está sendo feito, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica).
Adriano Vizoni - 24.ago.12/Folhapress
Mesmo que todos os diques começassem a ser construídos hoje, a operação deles só seria possível em, no mínimo, um ano.
Outro conjunto de obras tido como fundamental por especialistas -de dentro e de fora do governo- é a construção de piscinões, que também sofre atrasos.
O piscinão Olaria, em Campo Limpo (zona sul de São Paulo), deveria ter sido entregue em novembro de 2011, mas a fragilidade do solo na área atrasou a execução.
Outros reservatórios anunciados, o Guamiranga e o Jaboticabal, que represariam as águas vindas do ABC, nem começaram a sair do papel.
O primeiro, em área contaminada, não tem as licenças necessárias e passa por recuperação ambiental; o segundo teve a licitação suspensa e terá o projeto revisado.
Editoria de arte/Folhapress
Piscinão Olaria na bacia de Pirajussara; deveria ter sido entregue em 2011, mas não há prazo para inauguração
Piscinão Olaria na bacia de Pirajussara; deveria ter sido entregue em 2011, mas não há prazo para inauguração
LIMPEZA

Folha apurou que o trabalho de desassoreamento do rio Tietê vem acontecendo em ritmo lento há algumas semanas, chegando a parar ontem.
Por falta de pagamento, a limpeza de córregos que deságuam no rio também não está sendo realizada no ritmo adequado. Para especialistas, é preciso que o trabalho seja feito de maneira contínua.

A questão não é, segundo fontes ouvidas pela Folha, a falta de dinheiro, mas o esgotamento da verba que havia sido colocada pelo Estado no Orçamento -para especialistas, ela foi subdimensionada.
Para moradores de áreas tradicionalmente alagadas à margem do Tietê, o atraso preocupa. "Todo fim de ano o bairro alaga, não tem como escapar. É uma vergonha passar por essa humilhação", diz Mario Gomes de Sousa, 24, do Jardim Helena, na zona leste.

OUTRO LADO

O governo do Estado nega que o ritmo de desassoreamento do rio Tietê esteja lento e afirma que a "intensificação dos trabalhos" no início do ano permite dizer que a situação está sob controle.
Diz, ainda, que o volume de material retirado do rio superará o de 2011. Segundo o Daee, "o cronograma de desassoreamento não é linear: em certas épocas, os serviços são intensificados e, em outras, é possível abrandá-los".
Afirma ainda que, embora o dinheiro previsto para este ano já tenha sido utilizado, o Orçamento será complementado e que "suplementações orçamentárias são rotina".

Sobre as obras dos diques, o governo afirma que terminou as escavações de apenas um deles, na ponte da Vila Maria, e que agora aguarda a licença ambiental para cortar árvores e finalizar a obra.
O Daee ainda relativizou a importância dos diques. "São obras redundantes, que oferecem uma condição adicional contra enchentes nas partes mais baixas da marginal."

Sobre os piscinões, o governo admite problemas. No Olaria, o atraso, diz, se deu pela fragilidade do solo, que gerou perigo para moradores da área e operários. Mas, afirma o Daee, tudo foi resolvido e as obras estão aceleradas.
A área do piscinão Guamiranga está contaminada e, por isso, as obras não começaram. O governo diz que faz a descontaminação do solo.
Em relação ao Jaboticabal, o projeto está sendo revisado, depois de o governo concluir que o custo das desapropriações era muito alto.  FOLHA EXPRESSBLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

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