SOS CHAPADA
Sobre 'sustentabilidade' de represas hidrelétricas PCHs e UHEs...
Energia hidrelétrica NÃO é renovável ou sustentável:
As represas hidroelétricas assoreiam com o tempo pela sedimentação causada pelos processos erosivos naturais e artificiais (desmatamento e mecanização do solo nas cabeceiras a montante) ao longo do tempo (70 a 100 anos ou mais), e acabam ficando assoreados até ficarem apenas com uma fina camada de água, sem reserva hídrica para sustentar a geração de eletricidade durante o período não chuvoso.
Portanto, UHEs e PCHs tem vida útil limitada, após qual começam a aparecer os verdadeiros problemas sócio-econômicos: não geram mais energia contínua, não são mais navegáveis, muitas espécies de peixes e outras formas de vida aquática são extintas regionalmente. E ainda, causam um colapso econômico ao final da vida útil, quando acaba a complementação da renda municipal através do ICMS e outros impostos, além de outros investimentos privados e públicos ao longo do tempo como turismo, pesca e empreendimentos municipais feitos em cima do acréscimo original da economia municipal gerada enquanto a energia hidroelétrica era gerada.
Estes impactos socioeconômicos só aparecem 2, 3 ou mais gerações após o inicio da geração e incremento de renda municipal – regional. O ‘boom’ socioeconômico dura enquanto a energia hidrelétrica é gerada.
Os problemas – colapso econômico, a não existência de alternativas econômicos anteriormente disponíveis como pesca, turismo, navegabilidade, esquentamento econômico, etc. – deixam um lastro negativo, situação pior que antes do empreendimento hidrelétrico.
Mas nesse tempo, os engenheiros, projetistas, autoridades governamentais licenciadoras, etc. já aposentaram ou não estão mais vivos para responder pelos erros…
É preciso não incluir represas hidroelétricas (PCHs e UHES) como fontes ‘sustentáveis’. Aeólica, foto-volteica, correntezas oceânicas, eficiência energética, etc. sim, são atividades sustentáveis ao longo do tempo (e os materiais ainda podem ser reciclados ao final da vida útil).
Peço que estas considerações sejam analisadas, para frear essa corrida desmensurada de represamento dos nossos rios.
Os nossos rios não são apenas calhas de fluxo hídrico: são, antes de tudo, importantíssimos CORREDORES BIOLÓGICOS, nos quais dependem uma infinitude de espécies de flora e fauna para transito e renovação genética das inúmeras espécies (conhecidas e a serem conhecidas).
Outra questão, sobre a ‘estabilização’ dos rios com represas hidroelétricas mostra um desconhecimento da função de regularização dos ciclos climáticos, principalmente o papel do fluxo anual hidrológico dos rios Amazônicos na estabilização climática mundial.
A questão maior de UHEs e PCHs é BIOLÓGICA. A inundação de fundos de vales e matas ciliares interrompe os ‘corredores biológicos’ naturais causando a eliminação ou o isolamento de habitats e consequentemente, o isolamento de populações de espécies, que acabam se extinguindo.
O instinto natural de muitas espécies não aceita acasalamento entre parentes próximos da mesma região, para evitar degeneração genética por consanguinidade. A inundação causada por UHEs/PCHs interfere em processos biológicos extremamente complexos e interdependentes, dos quais ainda conhecemos muito pouco.
Biólogos estão descobrindo estes processos dia a dia, com fascínio cada vez maior. Quanto mais descobrimos, mais intendemos a importância de não intervir indiscriminadamente, sem conhecer as consequências ‘em cascata’ que causamos.
Eu agradeceria muito ter um retorno sobre estes assuntos. O nosso conhecimento está em expansão; gostaria de saber da pertinência destes assuntos aqui levantados.
peter midkiff |
FONTE:
FONASC-CBH
www.fonasc-cbh.org.br
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
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