Índios e pescadores de comunidades de MT vão aprender
a produzir mel
Pescadores e indígenas dos municípios de Santo Antônio de Leverger e Barão e Melgaço, a 35 e 121 quilômetros de Cuiabá, respectivamente, na região sul do Pantanal mato-grossense, irão receber um treinamento sobre a produção de mel. A previsão é que até o final deste ano 300 colméias já estejam em produção nas comunidades. O curso, de acordo com a Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), será voltado ao melhoramento genético para a produção de abelhas rainhas africanizadas.
Após a conclusão do curso deverão ser instalados apiários e recuperada a mata ciliar nas comunidades. O biólogo da Empaer, João Bosco Pereira, explica que a intenção do trabalho é aumentar a produção de mel e evitar a contaminação de doenças no estado. O projeto deve atender 100 famílias que vivem da pesca e deverá dar oportunidade para que tenham outra fonte de renda.
De forma paralela à instalação das colméias serão plantadas mudas nativas para recuperação da mata ciliar com plantas melíferas para enriquecer o pasto apícola. Algumas colméias foram instaladas nos galhos das árvores, suspensas a uma altura de dois metros do chão, penduradas por arames. Segundo o técnico da Empaer, essa inovação tecnológica evita a ação dos predadores como formigas, cupins, tamanduás e maiores problemas no período das chuvas.
As colméias foram instaladas na comunidade Trindade, em Santo Antônio de Leverger. Cada família terá direito a cultivar três colmeias. Uma colmeia produz em média 30 quilos de mel por ano. De acordo com o biólogo, o mais importante que produzir é organizar a cadeia da apicultura, garantindo o selo de qualidade para o mel produzido em Mato Grosso.
Ele disse que o mel está sendo vendido na informalidade e o produto não está nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais e aponta alternativas na organização do setor produtivo por meio de cooperativas e associações. Para atingir uma produção de 50 a 60 quilos de mel por ano é importante manter o apiário com abelhas rainhas jovens, com idade máxima de dois anos, já que vivem até cinco anos.
Um bom pasto apícola produz em média 3 mil ovos por dia, uma população de 80 mil abelhas operárias por colmeia. Com a apicultura, o biólogo calcula que uma produção de até 50 quilos de mel ao ano, pode render para a família até R$ 3 mil. No mercado o mel está sendo vendido a R$ 20 reais o quilo.
Produtores rurais que estão na atividade já receberam entre cinco a 10 abelhas rainhas por apiário para aumentar a produção em 100%, chegando a a produzir 60 quilos de mel por colméia ao ano. Conforme Bosco, as famílias interessadas na atividade apícola estão recebendo treinamento com orientações teóricas e práticas sobre criação de abelhas. (Fonte: G1) - AMBIENTE BRASIL
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