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3 de janeiro de 2014

USINA PLATAFORMA NO PARÁ É PRÁ VALER OU SÓ PROPAGANDA?

Governo quer leiloar neste ano a 1ª 'usina-plataforma', no Pará
Obra ficaria isolada, para evitar formação de cidades no entorno
MARIANA SALLOWICZDO RIO
"É um grande desafio porque é uma usina estruturanteMaurício Tolmasquimpresidente da EPEA ausência de detalhes sobre custos e logística transformar o conceito em mera propagandaCélio Bermannprofessor associado da USP

O governo trabalha para leiloar neste ano mais um modelo de usina elétrica que promete causar polêmica. A hidrelétrica de São Luiz do Tapajós (PA), cercada de floresta, vai inaugurar o conceito de usina-plataforma.

Inspirada na exploração de petróleo em alto-mar, a ideia é evitar o desenvolvimento das cidades em seu entorno e reduzir o desmatamento.
A previsão é que o estudo e o relatório de impacto ambiental sejam entregues até março para o Ibama, afirma Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia e idealizador do conceito. Apenas após a concessão da licença é possível realizar a licitação.

"É um grande desafio porque é uma usina estruturante, uma grande usina, com todas as dificuldades características", disse o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, em novembro.

Com capacidade instalada de 6.133 megawatts, é a primeira dentro de cinco projetadas para a região. A energia gerada seria suficiente para atender a aproximadamente 5,4 milhões de residências.

A intenção é reflorestar a região com espécies nativas depois da construção, etapa em que há maior impacto ambiental, diz Zimmermann.

O funcionamento também será diferente: por regime de turno de trabalho, a exemplo do que ocorre nas plataformas de petróleo. Além disso, é previsto que a usina tenha alto nível de automação, reduzindo o número de funcionários. "Uma opção é operar à distância e deixar uma equipe reduzida, de 10 a 15 pessoas", diz o secretário.
De acordo com o Grupo de Estudos Tapajós --formado por companhias como Camargo Corrêa, GDF Suez e Eletrobras--, o transporte será feito por estradas já existentes e pelo próprio rio, quando possível, ou por por helicóptero.

ALTOS CUSTOS
Entre as críticas ao modelo, está a falta de detalhes técnicos. Para Célio Bermann, professor associado do Instituto de Energia e Ambiente da USP, se for necessário deslocamento por via aérea e fluvial, haverá altos custos.
"A ausência de mais detalhes sobre custos e logística acaba por transformar o conceito em mera propaganda."

Edmar Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ, também vê o custo de movimentação de materiais durante a construção como um impeditivo para a adoção do modelo. http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/

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