Seminário discutiu preservação do Rio São Francisco
Nos dias 30 e 31 de março, Pirapora foi o centro das discussões sobre avanços e retrocessos na proteção dos bens naturais e culturais do Rio São Francisco. Realizado pelo jornal Hoje em Dia, com o patrocínio da Cemig e Governo de Minas, o Seminário Rio São Francisco Patrimônio Cultural e Natural reuniu mais de 200 participantes, que debateram alternativas econômicas para as comunidades ribeirinhas e analisaram ações para a revitalização e proteção dos bens naturais e culturais do Velho Chico.
De acordo com o coordenador do evento, o jornalista Américo Antunes, o seminário buscou desenvolver esforços para a formação de uma consciência cidadã quanto à importância histórica do Velho Chico e da cultura rica e diversa das comunidades ribeirinhas. Estiveram presentes ambientalistas, gestores públicos, representantes da sociedade civil e pesquisadores, ligados a instituições como o Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), AssembleiaLegislativa do Estado de Minas Gerais (Alemg), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), entre outros.
O historiador Márcio Santos, do projeto Cidades Ribeirinhas da Assembleia Legislativa, abordou a importância do Rio São Francisco no processo de ocupação do Brasil. Segundo registros citados por ele, com a colonização brasileira, o rio foi usado para motivar a ocupação de outras áreas, como a Amazônia e até mesmo o Centro-Oeste brasileiro.
Carta de Pirapora
No encerramento do seminário, os participantes deram um abraço simbólico na histórica ponte Marechal Hermes, interditada desde 2007, e assinaram a “Carta de Pirapora”, fruto de dois dias de discussões. O tombamento do rio como patrimônio cultural e natural do Brasil também foi destacado, além de um possível reconhecimento como patrimônio da humanidade pela Unesco. No Brasil, o título deverá ser concedido pelo Iphan somente depois de elaborado o inventário da bacia.
De importância ambiental, os pesquisadores salientaram o Parque Nacional da Serra da Canastra e as veredas, afluentes regionais e os biomas Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.
O Seminário Rio São Francisco Patrimônio Cultural e Natural integra as comemorações dos 10 anos da Expedição Engenheiro Halfeld que, entre 2001 e 2002, percorreu os 2,8 mil km de extensão do Velho Chico para realizar um inventário de seus bens culturais e naturais, com a finalidade de encaminhar à Unesco a proposta de sua candidatura ao título de Patrimônio Mundial.
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