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8 de dezembro de 2013

EDUCAÇÃO AMBIENTAL SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO PARA ESTUDANTES DE NEÓPOLIS (SE)

Educação ambiental é tema de curso para estudantes de Neópolis

Equipe do Projeto Águas do São Francisco alerta para os cuidados com o Velho Chico

O rio São Francisco é utilizado para múltiplas finalidades, tais como a geração de energia elétrica, consumo doméstico e industrial, irrigação e pesca. E essas finalidades, segundo o coordenador técnico do Projeto Águas do São Francisco e pós-doutor em Recursos Hídricos, vêm sendo comprometidas pelo desmatamento ao longo dos anos. “Quando se retira a cobertura vegetal, o solo fica exposto e consequentemente ocorre a erosão e o aumento do assoreamento do rio”, explica o Prof. Dr. Antenor Aguiar.

Durante todo o dia dessa última sexta-feira, 29 de novembro, a equipe do projeto ministrou para alunos de Agroindústria e Administração do Centro Estadual de Educação Profissional Agonalto Pacheco da Silva e demais integrantes da comunidade de Neópolis, um curso sobre Gestão de Recursos Hídricos e outro sobre Desenvolvimento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos.
O projeto é realizado pelo Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) e Universidade Federal de Sergipe (UFS) e tem dentre os objetivos, promover a educação ambiental entre as comunidades do Assentamento Jacaré-Curituba e do Perímetro Irrigado Betume.

 “Nosso intuito é realmente sensibilizar essas pessoas para que haja um cuidado maior com o rio. A água é finita e pode acabar, e se não começarmos a mudar algumas atitudes agora, no futuro será complicado”, alerta um dos palestrantes, colaborador do projeto e professor do Instituto Federal de Sergipe (IFS), Fábio Brandão Britto.

Para o estudante de Agroindústria Eulino de Jesus, tanto as palestras quanto a dinâmica realizada pela equipe do projeto ajudaram para o maior conhecimento sobre os problemas do rio e os cuidados que se devem ter. “As palestras estão sendo muito esclarecedoras. Posso dizer que sei mais um pouco sobre os problemas no nosso rio. Além disso, as atividades de dinâmica em que a gente desenhou nossa realidade e explicou sobre ela, fez com que enxergássemos realmente o que podemos fazer para mudar a situação de desgaste do rio”, diz, empolgado, Eulino.

Marlildes Gomes dos Santos é enfática ao dizer que quer participar do projeto. “Gostei muito de tudo. Quero ajudar e pretendo fazer parte do projeto. A gente sempre ouve falar em proteção ambiental, sustentabilidade, essas coisas. Mas, de fato, nunca participei de nada que tratasse disso. Agora vejo essa oportunidade. Quero um futuro melhor pra todos e cuidar da água é um bom começo”, conta a dona de casa que diz já ter mudado algumas atitudes na sua própria casa como, por exemplo, a economia da água.

Com o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental, o projeto atua em vários aspectos. “A sensibilização da população em cursos como este, em que mostramos estudos realizados no Velho Chico é de extrema importância. Além disso, atuamos na recuperação de nascentes, porque a bacia hidrográfica funciona como um sistema. Se a gente desmata uma nascente, a exposição dela ao sol fará com que a água se evapore mais e tenha menos água na calha principal e também nos seus afluentes. Então, a gente também está atuando no replantio das nascentes e das matas ciliares que ajudarão na diminuição da erosão. O monitoramento da qualidade e quantidade da água também está sendo feito para saber se isso está melhorando ou não a situação”, explica o coordenador técnico do projeto.

Rio “artificial”

Questionado sobre a razão pela qual o rio São Francisco é considerado artificial, o pós-doutor em Recursos Hídricos responde que o motivo, é a regularização da vazão do rio através das nove grandes barragens. “Só passa para o Baixo São Francisco (de Piranhas/AL e Canindé do São Francisco/SE) em direção à foz, a água que roda as turbinas de energia elétrica da usina de Xingó. Daí, a vazão regulada. E por isso nós temos um rio que chamamos de um canal artificial, já que não são mais as águas naturais. O setor elétrico comanda toda a parte de vazão do rio São Francisco”, destaca.

Desgaste e difícil reversão

Também conhecido como o Velho Chico, o rio está perdendo sua vida com a retirada de muita água e com a construção de barragens. “A vazão do rio está diminuindo. Um rio tem que ter cheias e vazantes. Nas cheias, eles aumentam a água nas lagoas marginais que são berçários da vida, como nos casos dos camarões, peixes, microfauna e microflora”, informa Antenor Aguiar, chamando a atenção para a questão e lembrando que a situação é reversível e que é nesse momento que entra o projeto.

Fornecimento de energia

O Governo Federal monitora o rio, já que ele passa em mais de um estado. A energia elétrica do Brasil depende das barragens. “E cerca de 70% dessa energia depende delas. Existem quatro grandes barragens estratégicas. Quando o nível de uma dessas barragens está muito baixo (O Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS - têm isso controlado), a produção de energia elétrica é aumentada em outra barragem. Como houve poucas chuvas desde 2011, os reservatórios, principalmente da região Sudeste e Nordeste estão muito baixos, então aumenta-se a produção de energia nessas quatro usinas estratégicas”,ressalta.

E para aumentar essa produção de energia, o pós-doutor e coordenador do projeto, explica que a usina tem que aumentar a vazão, vertendo mais a água da barragem. “O ONS sabe que mais para frente pode ter problemas. Então, ele liga as termoelétricas para produzir energia e segura a água na barragem de Xingó. Ao invés de passar cerca de 1.300, 1.500 ou 1.800 metros cúbicos por segundo de água, a hidrelétrica deixa passar menos de 1.300. Isso para que o nível do reservatório aumente. E é aí que alguns dos problemas estão ocorrendo. O rio sofre e aumentam os impactos como as erosões.”

Da Assessoria de Comunicação

BLOG SOS RIOS DO BRASIL
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