Como enchemos a marginal Tietê de árvores
por Thiago Medaglia em 28 de fevereiro de 2012
Imagine que você vem do interior ou acaba de desembarcar no aeroporto de Guarulhos e entra de carro na Marginal Tietê, em São Paulo.
A pista local não existe mais: o asfalto deu lugar ao verde. Na expressa (sem buracos), ao invés do corredor formado de um lado pelas águas escuras e malcheirosas, e do outro por grandes edifícios alternados por favelas, você se vê rodeado por árvores. O fedor também sumiu, e até mesmo a sensação térmica parece mais amena. No leito, agora limpo, embarcações transportam passageiros.
Quando esse cenário será real? Impossível dizer, mas há um grupo de pesquisadores que acredita não haver outra solução para a megalópole a não ser esta: devolver aos corpos d’água as várzeas em suas margens. Nesse caso, ao invés do asfalto que impermeabiliza e favorece a formação de bolhas de ar seco e quente, teríamos um solo capaz de amortecer as chuvas e funcionar como um sistema de refrigeração natural para o município.
Entre essas pessoas, está a doutora em paisagem e ambiente pela Universidade de São Paulo, a arquiteta Pérola Felipette Brocaneli. Há alguns meses, ela esteve na redação para discutir seu trabalho e dar início à matéria que
acabamos de publicar na edição de março.
Elaborada, a reportagem feita em etapas tem ilustração de Jonathan Sarmento. Ele também esteve na redação para debater com Cris Veit e Roberto Sakai (diretora de arte e designer da revista, respectivamente) como representar visualmente a São Paulo do futuro. A desconstrução e a reconstrução do cenário urbano você pode acompanhar nas imagens acima, que foram inspiradas no trabalho da arquiteta Maria de Assunção Ribeiro Franco.
Na prática, para que a nova versão da maior cidade do hemisfério sul ganhasse vida, seria necessário desapropriar edifícios e afastar as pistas dos rios. “Sei que tais possibilidades incomodam, mas o que deveria ser mais inquietante são as péssimas condições ambientais e o reflexo disso na qualidade de vida dos paulistanos”, diz Pérola. Quem enfrenta engarrafamentos, inundações, tempestades de verão, mau cheiro, poluição e convive com o cinza dos prédios, do asfalto, e até do céu, há de concordar. Fonte:
VIAJE AQUI ABRIL
BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!
Parabéns, esse é o caminho! Por mais que os especuladores relutem, é a núnica salvação para a qualidade ambiental e de vida das cidades. Ronaldo Costa, Analista ambiental, SRHU/MMA.
ResponderExcluirParabéns pelo texto! Maravilhosa sua iniciativa,estou junto nessa!!! Seguindo-te! Abraços.
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