Rio Paraíba do Sul, no Norte Fluminense (Foto: Felipe Sil)
Poluição e erosão são fatores negativos ao longo do Paraíba do Sul
Como está o Rio Paraíba do Sul? Logo ao surgir a oportunidade de fazer o caderno O GLOBO-Norte Fluminense, a equipe pensou em percorrer a margem do rio nos intervalos das pautas. A ideia era entender o que acontece à beira das águas que, ao final, chegam nos bebedouros da capital.
No caminho, passou-se pelas cidades de Campos, Cardoso Moreira e São João da Barra. Dos problemas visíveis, o maior são as construções irregulares. Além de estarem em áreas de risco, moradores jogam dejetos e, em alguns casos, o esgoto é despejado diretamente nas águas.
Em Cardoso Moreira, próximo à Ponte Doutor Salobrá, no Centro, por exemplo, há dezenas de casas na beira do rio. Em dias de muita chuva não é raro o Paraíba do Sul encher e inundar toda a área central do município, o que põe construções em risco.
O governo municipal garante que o tratamento de esgoto cobre 100% da cidade. Reconhece, porém, que é apenas primário.
Os últimos dados dos Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS 2010), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Rio Paraíba do Sul é considerado um dos dez mais poluídos do país. Mais especificamente, está na nona posição.
O estudo revela que o rio, que tem como alguns dos principais agentes poluidores a indústria, a agropecuária e a população, recebe, nos seus 1.120 quilômetros, esgoto da maioria dos municípios pelos quais passa.
Diretor do programa Mata Atlântica, da ONG Conservação Internacional do Brasil, Carlos Alberto Mesquita é um estudioso do Rio Paraíba do Sul. Segundo ele, o esgoto doméstico (não necessariamente das casas irregulares construídas em áreas de risco) é um dos fatores fundamentais da poluição.
— Existe o problema das construções nas margens. É bom pensar, porém, que esta questão pode ser resolvida de maneira mais fácil que, por exemplo, a erosão, um problema complicado quando se trata deste rio — explica.
O rio desemboca próximo à Ilha da Convivência, em São João da Barra. Na margem, porém, há ainda muito lixo. A quantidade de peixes também é escassa. O estudante Jeisol da Silva, que tem o costume de pescar por ali, diz que raramente há um dia em que o resultado da atividade seja realmente bom.
— De vez em quando conseguimos pegar algo, mas é difícil. Já houve mais peixes por aqui — lamenta.
Salvatore Siciliano, especialista em vida marinha da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, revela que há um risco, a longo prazo, de contaminação de pescadores. Segundo ele, há no $excesso de metais, principalmente mercúrio, ainda decorrente da época da mineração, quando o material era muito usado.
— A água pode causar contaminação caso haja $exposição prolongada — diz Siciliano.
Já em Campos, a prefeitura da cidade começou a derrubar dezenas de casas na margem do rio, mais na altura do Parque Aldeia. Todos moradores já estão em processo de mudança para outros bairros pelo projeto Morar Feliz, que retira cidadãos de áreas de risco.
O aposentado Altair Perdono, que viu sua casa ser $e se mudou para o Parque Cidade Luz, conta que não gostou da novidade:
— A prefeitura dizia que era área de risco, mas nunca tive problemas durante os 50 anos que vivi ali.
Com toda a poluição vista, como fica o morador da capital, que ingere água potável proveniente, em boa parte, do Rio Paraíba do Sul? A Nova Cedae garante que trata, diariamente, 43 metros cúbicos de água poluída do rio por segundo.
Toda a sujeira desemboca na Estação de Tratamento de Água (ETA) do Guandu, localizada em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O órgão informa ainda que o material que chega ao local passa pelos processos de tranquilização, floculação, decantação, filtração, clarificação, desinfecção com cloro e finalmente a fluoretação. Fonte:http://oglobo.globo.com
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