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26 de junho de 2013

SEMANA DO PESCADOR 2013 - AS FESTAS JUNINAS E A FESTA DO PROTETOR DOS PESCADORES


Festa junina
Festa junina

A festa começou!

Momento único onde sagrado e profano se misturam, conheça as raízes de uma das comemorações mais tradicionais do Brasil

DIÁRIO DA MANHÃ
OSMAR REGIS

Quando o mês de junho chega, o Brasil inteiro se enfeita: as bandeirinhas coloridas são penduradas; os vestidos de chita são tirados do armário; a mesa é recheada com comidas típica do Nordeste brasileiro; e o forró arrasta multidões para dançar juntinho as melodias de mestres da música brasileira como Luís Gonzaga.
Depois do carnaval, as Festas Juninas são um dos evento mais consagrados no território nacional. No calendário, elas se iniciam no dia 12 de junho, véspera do dia de Santo Antônio e encerram no dia 29, dia de São Pedro. O ponto mais elevado da festa ocorre nos dias 23 e 24, o dia de São João. Durante os festejos acontecem quadrilhas, forrós, leilões, bingos e casamentos caipiras.
A tradição de comemorar o dia de São João veio de Portugal, onde as festas são conhecidas pelo nome de Santos Populares e correspondem a diversos feriados municipais: Santo Antônio, em Lisboa; São Pedro, no Seixal; São João, no Porto, em Braga e em Almada.
O nome “junina” é devido à sua procedência de países europeus cristianizados. Os portugueses foram os responsáveis por trazê-la ao Brasil, e logo foi inserida aos costumes das populações indígenas e afro-brasileiras.
A festa de São João brasileira é típica da Região Nordeste. Em Campina Grande, na Paraíba, a festa junina atrai milhares de pessoas. A canjica e a pamonha são comidas tradicionais da festa na região, devido à época ser propícia para a colheita do milho. O lugar onde ocorrem os festejos juninos é chamado de arraial, onde há barracas ou um galpão adaptado para a festa.
Já as fogueiras para São João eram muito difundidas na Europa mesmo antes da vinda dos portugueses para o Brasil. Entretanto, não tinham características relacionadas à vida no campo que as festas juninas adquiriram em terras brasileiras. Chapéu de palha, roupas de trabalho, remendos, dentes faltando ou outros traço de pobreza são ingredientes brasileiros agregados às comemorações de junho. Isso aconteceu porque os imigrantes portugueses, italianos, franceses e espanhóis que vieram para a América eram, sobretudo, europeus pobres que foram trabalhar nas lavouras.
Tradições 
Gilberto Freire, antropólogo que se dedicou a analisar as raízes brasileiras, conta em seu livro Casa grande e Senzala, que no Brasil a popularização de santos padroeiros do amor e da fertilidade, como é o caso de Santo Antônio, aconteceu devido à escassez de portugueses na Colônia. De acordo com sua pesquisa, a necessidade de povoar as terras brasileiras aumentou o valor do casamento ou mesmo da procriação, com ou sem o matrimônio. 
Profano e sagrado se misturam em boa parte das festas tradicionais brasileira. Junto com o culto aos santos católicos, as festas mais antigas carregam forte misticismo ligado aos rituais de fecundação que são originalmente pagãos. A quadrilha é um bom exemplo, já que suas coreografias remetem a uma áurea de conquista e sedução, ou brincadeiras, como a do pau de sebo e simpatias e adivinhações.
Um importante livro escrito pelo historiador Mello Moraes Filho (1844-1919), intitulado Festas e tradições populares do Brasil, descreve alguns dos costumes relacionados à devoção de São João no Brasil durante o século XIX. Muitos permanecem até os dias de hoje. Na véspera do dia do santo deixava-se, ao sereno, uma bacia d’água. Antes do nascer do sol, a pessoa teria que mirar o próprio rosto na bacia. “Se o indivíduo não via a sua sombra, era sinal de que não chegaria ao outro São João”, escreve Mello Moraes.
Ainda segundo ele, uma das crenças mais arraigadas entre o povo era que as brasas da fogueira ficavam bentas. Muitas pessoas as guardavam ou enviavam aos parentes ausentes, acreditando que quem as possuísse viveria mais um ano. Outro costume atestava que, em louvor a São João, as moças solteiras deveriam passar pela fogueira segurando um copo de água. Depois de tomar a água, elas tinham que ficar atrás da porta da rua. O primeiro nome de homem que ouvissem pronunciar seria o daquele que lhes estava destinado para marido.
Fogos
e rojões 
O Evangelho de Lucas traz a história de que, na antiga Judeia, as primas Isabel e Maria, mãe de Jesus, estavam grávidas. Como moravam distantes, elas combinaram que a primeira a dar à luz anunciaria a novidade, acendendo uma fogueira em frente à própria casa. Isabel cumpriu a promessa quando do nascimento de seu filho, João Batista. A fogueira de São João é, portanto, a mais tradicional. 
Por isso a fogueira é um elemento fundamental da festa e costuma ser acesa às 18h, hora da Ave Maria. Na festa de Santo Antonio, a fogueira tem formato quadrangular; na de São Pedro, triangular e na de São João possui formato arredondado na base, formando uma pirâmide.
Os fogos de artifício eram utilizados na celebração para “despertar” São João e chamá-lo para a comemoração de seu aniversário. O barulho de bombas e rojões podia espantar os maus espíritos. O costume de soltar balões surgiu da ideia de que eles levariam os pedidos dos devotos aos céus e a São João. Essa prática foi proibida devido ao alto risco de os balões provocarem incêndios.
A cerimônia de levantamento do mastro de São João é chamada de “Puxada do mastro”. Além da bandeira de São João, o mastro pode ter as de Santo Antonio e São Pedro.
No século XIII, os portugueses incluíram São Pedro e Santo Antônio às comemorações. No Brasil, a data é celebrada desde 1583. Antônio é um santo português, sendo, por isso, especialmente cultuado naquele país e também no Brasil-Colônia. São atribuídos a ele poderes de reparar causas perdidas e de ajudar a encontrar marido.
Santo
Antônio
Para seguir a ordem cronológica das festas, pode-se começar por Santo Antônio. Ele nasceu em Lisboa, em data incerta, entre 1190 e 1195. Seu nome de batismo era Fernando. Pertencia a uma família de posses, chamada Bulhão ou Bulhões. No entanto, abdicou da riqueza por volta de 1210, ingressando na ordem dos franciscanos.
Seguiu para o atual Marrocos para desenvolver trabalho missionário, mas sua saúde não se adaptou ao clima africano. Adoeceu e regressou à Europa, fixando-se na Itália. Lá, demonstrou grande talento para a oratória, o qual desenvolveu praticando ao máximo durante nove anos.
Possuía grande conhecimento da Bíblia e seus sermões impressionavam tanto os intelectuais quanto as pessoas simples. Alguns de seus escritos foram conservados e são conhecidos ainda hoje. Seu carisma conquistava multidões. A saúde, porém, continuava frágil e ele morreu com cerca de 35 anos, em 13 de junho de 1231, sendo canonizado no ano seguinte. Está enterrado em Pádua (Itália) e sobre seu túmulo ergueu-se uma basílica, que é lugar de grande peregrinação.
São João Batista
Em geral, os dias consagrados aos santos são aqueles em que eles morreram. No caso de São João Batista, acontece o contrário: comemora-se o seu nascimento, que teria sido em 24 de junho de ano desconhecido. João Batista foi profeta e precursor de Jesus Cristo. Era filho de Zacarias, um sacerdote de Jerusalém, e de Isabel, parente da mãe de Jesus
João apareceu como pregador itinerante em 27 d.C. Aqueles que confessavam seus pecados eram por ele lavados no rio Jordão, na cerimônia do batismo. Atualmente, Israel e a Jordânia disputavam a posse do local exato do rio onde São João batizava, já que isso atrai uma imensa quantidade de peregrinos e turistas.
João teve muitos discípulos e batizou o próprio Jesus. Porém, logo depois, foi atirado na prisão por haver censurado o rei Herodes Antipas, quando este se casou com Herodíades, a mulher de seu meio-irmão.
De acordo com a Bíblia, Herodes prometeu à jovem Salomé, filha de Herodíades e excelente dançarina, o que ela lhe pedisse, depois de tê-la visto dançar. Instigada pela mãe, Salomé pediu a cabeça de João Batista, que lhe foi entregue numa bandeja. O episódio teria ocorrido em 29 d.C.
São Pedro - O protetor dos pescadores
São Pedro também tem parte de sua vida registrada pelo Novo Testamento. Era um pescador no mar da Galileia, casado, irmão de Santo André. Juntamente com este, foi chamado por Cristo para se tornar “pescador de homens”. Seu nome original era Simão, mas Jesus deu-lhe o título de Kephas, que, em língua aramaica, significa “pedra”, e cujo equivalente grego tornou-se Pedro.
O nome se origina quando Simão declarou “Tu és Cristo, o filho de Deus vivo”, ao que Jesus respondeu “Tu és Pedro e sobre essa Pedra edificarei minha Igreja”, entregando-lhe as “chaves do reino do Céu” e o poder de “ligar e desligar”. Os evangelhos dão testemunho da posição de destaque ocupada por Pedro entre os discípulos de Jesus. No entanto, mesmo assegurando que jamais trairia Cristo, negou conhecê-lo por três vezes, quando seu mestre foi preso. Após a ressurreição, Pedro foi o primeiro apóstolo a quem Cristo apareceu e, depois disso, ele se tornou chefe da comunidade cristã.
A tradição, que não está relatada explicitamente no Novo Testamento, conta que Pedro teria sido crucificado em Roma. O fato tem sido muito questionado, mas as pesquisas arqueológicas têm contribuído para confirmar a tradição, deixando claro que Pedro foi martirizado a mando de Nero.
Conta-se que ele pediu para ser crucificado de cabeça para baixo, para não igualar-se a Jesus. No local onde foi sepultado, segundo a tradição, ergueu-se a Basílica do Vaticano, mas as escavações feitas no local não são conclusivas quanto ao fato de ali ser ou não o túmulo do santo.

Procissões marítimas e terrestres homenageiam o padroeiro dos pescadores em diversas cidades

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