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16 de outubro de 2014

DILMA DIZ QUE A ÁGUA DO SISTEMA CANTAREIRA PODE ACABAR EM NOVEMBRO

Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas

Funcionário caminha pela área da represa Jaguari, que faz parte do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, no interior de São Paulo, que está 8 metros abaixo do seu nível de vazão devido à falta de chuvas - Mariana Pekin/VEJA

Água pode acabar em novembro, diz presidente da Sabesp

Dilma Pena afirmou que as previsões, porém, indicam que a chuva volta a cair a partir do dia 20. E que o órgão conta com segunda cota do volume morto


A versão original desta reportagem dava a entender que a presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou que a água do sistema Cantareira acabaria totalmente em novembro, quando ela se referia ao estoque do primeiro volume morto. O texto foi alterado para refletir com precisão a declaração da presidente.)
A presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou nesta quarta-feira que com o atual ritmo de consumo e a falta de chuva, a água do primeiro estoque do "volume morto" deve acabar em meados de novembro. Apesar de admitir a crise hídrica, ela prevê a volta das chuvas a partir do dia 20 deste mês e conta com as obras para a captação da segunda cota do volume morto no Sistema Cantareira para evitar o desabastecimento generalizado. “Temos disponibilidade suficiente para atender a população na atual situação até meados de novembro”, disse a presidente do órgão, em seu segundo depoimento à CPI da Sabesp na Câmara Municipal da capital paulista.
A previsão de Dilma está em linha com a do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que apontou o clima quente e seco na capital até o final desta semana. Depois, a chegada de uma frente fria deve provocar chuvas na região. A Sabesp está à espera de autorização judicial para usar a segunda cota do volume morto do Sistema Cantareira, que opera a 4,5% da sua capacidade. Desde o início do ano, o nível do reservatório, que abastece 6,5 milhões de pessoas da Grande São Paulo, vem caindo exponencialmente. Ela disse ainda que a companhia está fazendo uma obra capaz de aumentar o nível do Sistema Cantareira em até 12%, com a captação da segunda cota do volume morto. “Temos uma obra já licenciada, em fase de finalização, para disponibilizar 106 milhões de metros cúbicos para o Cantareira", afirmou. 
Indagada sobre frequentes queixas de falta d'água em diversas regiões de São Paulo, ela voltou a negar que haja racionamento e disse que a situação está "sob controle". No primeiro depoimento, ela negou o racionamento, mas admitiu que a empresa estava reduzindo o bombeamento de água durante a noite. A ação teria afetado principalmente as partes mais altas da cidade.
Questionada se dividia a responsabilidade do desabastecimento com o governador reeleito Geraldo Alckmin (PSDB), Dilma Pena respondeu que tanto o governador como os funcionários da companhia estão empenhados em resolver a questão. "Este problema eu divido com a diretoria colegiada da Sabesp, com os nossos superintendentes, que estão trabalhando de 12 a 18 horas ininterruptas por dia, com o governo de administração, com o governo do Estado de São Paulo e com a sociedade paulista”, disse.
Dilma Pena disse ainda que o objetivo central da companhia não é gerar lucro, mas que não falte água. "Temos uma companhia eficiente, que não visa lucro, mas usa de seu status de empresa para obter financiamentos mais baratos", disse a executiva, procurando defender a Sabesp das acusações de que a administração financeira como vem sendo conduzida se chocaria com a sustentabilidade do recurso hídrico e com a ideia de que o abastecimento de água é um serviço público fundamental. Depois, questionada sobre sua declaração de que a Sabesp "não visa lucro", Dilma esclareceu que se referiu ao fato de que a missão da companhia inclui item que diz que não pode faltar água."Essa é a primeira premissa da Sabesp,e fazemos tudo pra que não falte", disse.
Na última sexta-feira, a Sabesp enviou plano de operação aos órgãos reguladores no qual afirma que reduzirá a vazão do Cantareira para 18.500 litros por segundo a partir de novembro e que isso possibilita o aumento de ocorrências de falta d'’água. Na prática, contudo, a Sabesp já tem retirado 18.300 litros por segundo do manancial neste mês.
Justiça - Há duas semanas, o Ministério Público Federal e o Ministério Público de São Paulo entraram com uma ação civil pública na Justiça pedindo a "revisão imediata" da retirada de água do Sistema Cantareira pela Sabesp e a proibição da captação integral da segunda cota do volume morto do manancial, além da exclusão da estatal da função de assessoramento do comitê contra a crise. Além da Sabesp, a ação citava como réus a ANA e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE), órgãos reguladores.
Na sexta-feira, o juiz federal Miguel Florestano Neto, da 3ª Vara Federal em Piracicaba, acolheu parcialmente a ação e determinou que a ANA e o DAEE revissem as vazões de retirada do Sistema Cantareira pela Sabesp e proibiu a captação da segunda cota do volume morto do manancial. Segundo a decisão judicial, ANA e DAEE, que são os órgãos reguladores do manancial, deverão definir limites para as novas vazões de retiradas realizadas pela Sabesp com o objetivo de que o Cantareira chegue ao final de abril de 2015, quando começa o próximo período de estiagem, com, no mínimo, 10% do volume útil original.
http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/agua-vai-acabar-em-meados-de-novembro-se-nao-chover-diz
LEIA TAMBÉM:

Alckmin diz que água não acaba em novembro

Governador chamou de 'deturpada' a informação dada pela presidente da Sabesp - Clique e Leia



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