Lagoa de Marapendi sofre com poluição e mortandade de peixes, mas Inea descarta relação
Felippe Franco | Rio+ | 13/12/2012
A Lagoa de Marapendi, tradicional reserva localizada na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, sofre há tempos com a poluição, apesar de ainda ser berço de espécies nativas como peixes, crustáceos, garças e até jacarés. O despejo irregular de esgoto, no entanto, já se torna uma ameaça à fauna da região.
De acordo com o jornalista Alexandre Tortoriello, que denunciou o problema ao SRZD, a galeria de águas pluviais voltou a jorrar dejetos há cerca de dois meses.
Moradores da Associação Bosque de Marapendi (ABM), nas margens da Lagoa, precisam passar pelo canal com frequência, tornando a situação ainda mais desagradável. O marinheiro Adilson Nascimento, que faz a travessia diariamente, reclama do cheiro. "Está com um odor muito forte. Quando chove, fica pior ainda, um cheiro insuportável", protestou.
O despejo nos fundos da Rua Martinho de Mesquita, que faz esquina com a praia na altura do Hotel Windsor, foi registrado por Tortoriello. Assista:
A poucos metros da saída do esgoto, crustáceos convivem com a água poluída e, perto dali, com peixes mortos boiando sobre a água.
Procurada pelo SRZD, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente não se pronunciou sobre o caso. Já Instituto Estadual do Ambiente (Inea), em nota, afirmou que realizou vistoria e coleta de amostras nesta semana e constatou que a morte dos animais aconteceu devido à alta temperatuda da água.
"As inversões térmicas abruptas ocasionaram baixa no nível de oxigênio na lagoa que, conforme resultado da análise laboratorial de amostras de água variava de 0.8mg/l a 1,4mg/l, o que, consequentemente, causou a morte de peixes menores e menos resistentes", comunicou o Inea.
Outras análises de laboratório serão realizadas para detectar possíveis lançamentos de esgoto na Lagoa de Marapendi. Ainda de acordo com o instituto, já está sendo desenvolvido um projeto de dragagem e recuperação ambiental do Sistema Lagunar de Jacarepaguá. A previsão é que as intervenções comecem já no primeiro semestre do ano que vem.
(*) Foto do biólogo Mario Moscatelli, que também alertou a reportagem sobre o problema. Fonte: http://www.sidneyrezende.com/noticia
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