Brasil pode perder até R$ 3,6 trilhões com mudanças climáticas
Relatório brasileiro analisa impacto do aquecimento global na economia.
Estadão - 24/11/2009
Segundo o estudo Economia das Mudanças do Clima no Brasil, divulgado nesta quarta-feira, em 2050 o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro seria de entre R$ 15,3 trilhões e R$ 16 trilhões, caso não houvesse mudanças no clima.
Considerando-se o impacto das mudanças climáticas, esses montantes seriam reduzidos em entre 0,5% e 2,3%. Conforme o documento, as perdas ficariam entre R$ 719 bilhões e R$ 3,6 trilhões.
O estudo reuniu mais de 60 pesquisadores de 12 instituições e é inspirado no Relatório Stern, que fez uma análise econômica das mudanças climáticas em nível global.
Os autores abordam vários setores, como agricultura, energia, uso da terra e desmatamento, biodiversidade, recursos hídricos, zona costeira, migração e saúde.
Foram projetados dois cenários para o Brasil, que levaram em conta duas possíveis trajetórias do clima futuro desenvolvidas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Os pesquisadores afirmam que as trajetórias climáticas do IPCC são baseadas em hipóteses sobre o comportamento futuro da economia global. O estudo brasileiro tentou simular o comportamento futuro da economia brasileira com as mesmas hipóteses do IPCC para a economia global.
O cenário mais pessimista trabalha com a perspectiva de inação para conter as mudanças climáticas. O mais otimista leva em conta esforços de mitigação, que resultariam em ligeira melhora.
"Os dois cenários provam que é muito melhor antecipar essas mudanças, assumir políticas públicas de redução de emissões, que o setor produtivo se engaje na redução das emissões, que o Brasil reduza o desmatamento. Com tudo isso, estaremos reduzindo custos", disse à BBC Brasil o coordenador do estudo, Jacques Marcovitch, professor da FEA/USP.
"Se demorarem a adotar essas ações, algumas condicionadas à negociação internacional, a tendência será de perda coletiva."
Regiões vulneráveis
O documento indica que a Amazônia e o Nordeste seriam as regiões brasileiras mais vulneráveis às mudanças climáticas.
"Estima-se que as mudanças climáticas resultariam em redução de 40% da cobertura florestal na região sul-sudeste-leste da Amazônia, que será substituída pelo bioma savana", diz o estudo.
No Nordeste, a redução de chuvas causaria perdas na agricultura e reduziria a capacidade de pastoreio de bovinos de corte.
Segundo o estudo, as modificações genéticas seriam alternativa para reduzir os impactos das mudanças climáticas na agricultura, o que exigiria investimentos em pesquisa da ordem de R$ 1 bilhão por ano.
No setor de energia, seria necessário instalar capacidade extra de geração, "de preferência com geração por gás natural, bagaço de cana e energia eólica", com custo de entre US$ 51 bilhões e US$ 48 bilhões.
O documento estima ainda que as ações de gestão e políticas públicas na zona costeira somariam R$ 3,72 bilhões até 2050.
Além de analisar e quantificar os impactos das mudanças climáticas no desenvolvimento do país, também sugere ações para mitigar esses efeitos, como substituição de combustíveis fósseis e taxação de emissão de carbono, entre outras.
Os pesquisadores afirmam ainda que as políticas de proteção social devem ser reforçadas no Norte e no Nordeste, as regiões mais afetadas e também mais pobres do Brasil.
Também dizem que é possível associar metas ambiciosas de crescimento com redução de emissões e que é preciso garantir que a matriz energética brasileira se mantenha limpa e que o crescimento do PIB seja gerado também de forma limpa.
O estudo é divulgado a poucas semanas da Conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que será realizada de 7 a 18 de dezembro, em Copenhague, na Dinamarca.
A reunião de Copenhague tem como objetivo fechar um novo acordo global sobre o clima para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"O Brasil já é reconhecido como um país que tem avançado na questão econômica e na questão social", diz o coordenador do estudo. "Agora, o que pode e deve fazer é completar esses dois reconhecimentos com um terceiro, pode ser líder nas políticas de desenvolvimento que incorporam a dimensão ambiental." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Abastecimento de água e energia seria afetado
25/11 - 12:34 - Agência Estado
No Nordeste, as chuvas diminuiriam até 2 a 2,5 mm/dia em 2100, causando perdas agrícolas e afetando a vazão dos rios em bacias importantes como São Francisco e Parnaíba.
O Rio São Francisco seria um dos mais afetados. As médias dos modelos indicam para o cenário mais otimista uma diminuição progressiva de 27% para o período de 2011 a 2040, 43% para o período 2041 a 2070 e 57% no período de 2071 a 2100. Para o cenário mais pessimista, nos mesmos períodos as diminuições foram para 28%, 54% e 70%, respectivamente.
Também no Nordeste, a bacia do Rio Parnaíba, que banha Piauí e Maranhão, sofreria uma diminuição na vazão das águas de até 44%, para o cenário mais otimista, e até 90%, para um horizonte mais pessimista, entre 2071 e 2100.
Para a bacia do Rio Amazonas dentro do território brasileiro é esperada uma redução de vazão entre 20% a 30% no período de 2071 a 2100. Impacto semelhante seria sentido na bacia do Rio Paraná, que abriga a hidrelétrica de Itaipu e pode perder até 53% da vazão, até 2100.
O impacto da mudança climática no sistema hídrico deve afetar em cheio a geração de energia das hidrelétricas: é esperada uma redução na oferta de energia de até 31,5%. "Uma hidrelétrica produz, em metade de sua potência instalada, a chamada energia firme. Com menos vazão nos rios, faz sentido uma queda na produção da ordem de 30%", diz o físico José Goldemberg, da Universidade de São Paulo (USP).
Para José Machado, diretor presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), será necessário tempo para que se avalie como adaptar as bacias às mudanças climáticas. "O mais importante para estar à altura da mitigação do problema é o fortalecimento da gestão e estrutura dos recursos hídricos." Fonte: ÚLTIMO SEGUNDO
Recife já vê efeitos de alta do nível do mar
Praias paulistas ficam cada vez mais estreitas
'Não podemos esperar para começar a agir'
Fonte: Manchetes Socioambientais - ISA
INSTITUTO SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM USA, CUIDA!
Olá, Nossa empresa desenvolveu uma tecnologia limpa de produção de chuvas localizadas que é utilizada sobre os mananciais dos Sistemas Cantareira e Leste que atendem 18 milhões de habitantes da região metropolitana de São Paulo.
ResponderExcluirSemeamos nuvens com agua potável, estimulando-as a cescer e precipitar na região alvo ( normalmente uma area de contribuição para abastecimento, agricultura, umidifcação de unidades de conservação)
Trata-se de uma tecnologia que pode se tornar uma excelente ferramenta para combater os impactos negativos gerados pelas mudancas climáticas e aquecimento global, através da otimização de produção de chuvas em uma determinada região. Chuvas estas que contribuirão para diversos fins, minimizando conflitos pelo uso da agua e auxiliando na recarga de aguas substerrâneas para as atuais e futuras gerações.
vcs poderão ver algumas filmagens desta tecnologia em www.youtube.com.br buscando-se por " modclima" e tb em nosso site www.modclima.com.br
Obrigada
Majory Imai
majory@modclima.com.br