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24 de janeiro de 2014

Cientistas descobrem nova espécie de boto no rio Araguaia


Cientistas da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) descobriram uma nova espécie de boto, a primeira descoberta desse gênero desde 1918. Eles suspeitam, no entanto, que a nova espécie encontrada já tenha vindo à tona sob risco de extinção.
No estudo publicado na revista especializada Plos One, os pesquisadores da UFAM dizem que a espécie batizada como boto do Araguaia é uma das cinco integrantes do gênero que também inclui o boto cor-de-rosa, da Amazônia. Os pesquisadores estimam que haja apenas mil botos dessa espécie vivendo no rio Araguaia.
O boto do Araguaia teria se diferenciado dos outros familiares do gênero há mais de dois milhões de anos, segundo o pesquisador Tomas Hrbek.
"Foi tudo muito inesperado. É uma área onde as pessoas veem eles o tempo todo, já que são mamíferos grandes. Mas ninguém tinha notado (que era uma outra espécie)", disse.
As diferenças com o boto cor-de-rosa seriam o número de dentes. A nova espécie também seria menor. Mas, a maioria das diferenças foram encontradas nos genes do animal.
Ao analisar amostras de DNA de dezenas de botos dos dois rios, os pesquisadores concluíram que o do rio Araguaia era mesmo uma nova espécie.
Mas, mesmo depois destas análises, ainda pode haver questionamento.
"Em ciência você nunca pode ter certeza de nada", disse Hrbek.
"Analisamos o DNA mitocondrial, o que é, essencialmente, análise de linhagens, e não há compartilhamento de linhagens. Os grupos que vimos, os haplótipos, têm uma relação muito mais próxima entre eles do que entre outros grupos. Para isto acontecer, os grupos devem ter ficado isolados uns dos outros por um período longo", acrescentou.
"A divergência que observamos é maior do que as divergências observadas entre outras espécies de golfinhos", afirmou.
Futuro
Os pesquisadores temem pelo futuro do boto do Araguaia, pois parece haver pouca diversidade genética entre esses botos devido à população reduzida. Os maiores riscos são trazidos pela ocupação humana na região.
"Desde a década de 1960, a bacia do rio Araguaia têm passado por uma pressão antropogênica significativa, devido a atividades agrícolas, fazendas e a construção de hidroelétricas", escreveram os autores do estudo na Plos One.
"Os botos estão no topo da cadeia, eles comem muito peixe. Eles roubam as redes de pesca, então os pescadores tendem a não gostar deles, as pessoas atiram neles", disse Hrbek.
Para os pesquisadores, devido a esses motivos, o novo boto deveria ser incluído na lista de espécies em maior risco de extinção.
Os golfinhos de rio, ou botos, estão entre as espécies mais raras do mundo.
Segundo a União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), das quatro espécies de botos já conhecidas, três estão na lista de grande risco de extinção, a chamada Red List.
Os botos são parentes distantes dos golfinhos encontrados nos oceanos. Eles têm bicos mais longos para poder caçar peixes no fundo dos rios, em meio à lama e lodo.
Uma das espécies mais conhecidas é o boto do Yangtze, ou baiji, que teria sido extinto em 2006.
Já o boto-cor-de-rosa do Amazonas é considerado uma das espécies mais inteligentes de todos os botos.
Fonte : Terra

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8 de março de 2013

Ibama combate o abate ilegal de botos e jacarés para pesca da piracantinga


piracantinga
piracatinga (Calophysus macropterus) – Exemplares de boto-vermelho têm sido mortos e utilizados na pesca ilegal da piracantinga, peixe que se alimenta de carne morta. Cada boto morto é usado para capturar até uma tonelada de piracatinga (Foto: Divulgação/Ampa)

Recentemente o IBAMA/AM participou da Operação “Murinzal” do ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), na reserva extrativista Auti-Paraná no Médio Solimões Amazonas, apreendeu jacarés que seriam utilizados como iscas, tracajás e pescados diversos, bem como, canoas e redes utilizadas nas infrações ambientais.
Para o IBAMA, esses resultados representam a “ponta do iceberg” de uma prática criminosa generalizada na calha do Amazonas/Solimões: a mortandade sistemática de jacarés e botos para serem utilizados na pesca da piracatinga (do Tupi ¨peixe fedido¨).
A captura deste bagre (Calophysus macropterus), conhecida no Alto Solimões por mota, abundante nos rios da região, vêm aumentando ano a ano, dada a sobrexplotação de outras espécies.
O pescado vai para a Colômbia, o maior importador de peixes da bacia Amazônica, principalmente do Alto Solimões/AM. A comercialização do produto em Letícia/CO, passou de aproximadamente 5.500t em 1988 para 10.700t em 2002( fonte INCONDER/CO). Um incremento neste período próximo a 100%.
Acompanhando a cadeia produtiva cuja a ponta final é a cidade fronteiriça, verifica-se que: 5% do pescado é de origem Colombiana, 15% de origem Peruana e os 80% restantes do Alto Solimões, no Brasil.
O Destino primeiro é Bogotá, que depois distribui para mercados como Cartagena e Medellin e de Cartagena seguem para Miami e Nova York preferencialmente.
A pesca da piracatinga é “sui generis”, com o abate de botos e jacarés para iscas. A incidência da atividade criminosa se dá de Belém do Pará à Tabatinga, em toda a calha do Amazonas/Solimões e seguem o “rito” de outras atividades ilegais na região: – são pulverizadas por várias localidades, servindo como forma de complementação de renda para a população que as pratica.
Os pescadores compram de intermediários, os jacarés (R$50,00/animal)- preferência pelo açu, ou botos (R$100,00/animal) – preferência pelo rosa, já mortos e os deixam apodrecer por 48 horas ou mais, os restos putrefatos são lançados em currais (armadilhas) a beira rio, ou, para camuflar a atividade transportam as carnes em canoas e no momento da captura prendem as carcaças entre as pernas e com as mãos pegam os bagres que se fartam na alimentação e os lançam para dentro das embarcações.
Não há dados confiáveis para quantificar o número destes animais abatidos, já que outras espécies, inclusive domésticas, são utilizados também como iscas, porém é uma atividade consolidada, que solapa a biodiversidade devido a sua escala de captura.
Para dissuadir a prática crescente de abate ilegal de jacarés e botos, as operações do IBAMA/AM serão intensificadas, em toda a região. O órgão de controle estará atuando, nos rios, junto aos frigoríficos e buscando parcerias com instituições de pesquisa para identificação dos animais utilizados como iscas de piracatinga, permitindo a visualização em qualquer parte da cadeia produtiva desse tipo de ilícito ambiental.
Henrique Tremante de Castro
Grupo de operações- DITEC/ IBAMA/AM
EcoDebate, 08/03/2013
http://www.ecodebate.com.br/2013/03/08/ibama-combate-o-abate-ilegal-de-botos-e-jacares-para-pesca-da-piracantinga/

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