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13 de janeiro de 2014

SOS MACAÉ E PARQUE DA RESTINGA DE JURUBATIBA

Parque Nacional da Restinga de JURUBATIBA

EM NOME DO DESENVOLVIMENTISMO, EM UM PARQUE NACIONAL E EM SEU ENTORNO, A TENTATIVA DE CRIAÇÃO DE UM PORTO PRIVADO COM APOIO DO PV.

Assine essa Idéia em dois links:


Soffiati, Aristides Arthur - Ecohistoriador e Ambientalista

1- O trecho costeiro entre a margem esquerda do Rio Macaé e a margem direita do Rio Itapemirim é geologicamente novo. Podemos identificar nele três formações. A mais antiga é a Formação Barreiras, com idade estimada em 60 milhões anos, ou seja, menos de 10% da zona serra, que domina o noroeste fluminense. 

A segunda é representada pelas planícies aluviais, com menos de 5 mil anos. A terceira é constituída por três restingas: a de Jurubatiba, a do Paraíba do Sul e a de Marobá. A de Jurubatiba tem cerca de 120 mil anos. Como não existem formações pedregosas nesta costa, qualquer empreendimento da estatura de portos implica em grande destruição do ambiente, de forma a ajustá-lo aos interesses do empreendimento. 

Como o fundo do mar é raso, torna-se necessária a abertura de longos, largos e profundos canais de acesso, o que significa revolvimento de fundo e disposição de sedimentos também no assoalho marinho. Não havendo formações pedregosas, é preciso construí-las no mar, o que causa pressão sobre pedreiras. A retroárea aumenta mais ainda os impactos ambientais

2- A circulação de navios vai aumentar as perturbações na zona marinha, já empobrecida pelos cerca de 30 anos de funcionamento das plataformas de exploração de petróleo da Petrobras e de outras empresas. Os impactos sobre a atividade pesqueira aumentarão.

3- O porto projetado encontra-se na zona de amortecimento do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e das Unidades de Conservação do Arquipélago de Santana.

4- A cidade de Macaé já se encontra saturada com as atividades da Petrobras e de empresas associadas. A parte urbana consolidada se expande cada vez mais em direção à Região dos Lagos, promovendo a conurbação de Macaé-Rio das Ostras-Barra de São João-Unamar. 

A saturação de Macaé também está obrigando a cidade a se expandir para o interior, sobre área rural, exigindo o nivelamento do terreno com aterros. Assim, elevações estão sendo desmanteladas para fornecer material de aterro de áreas que funcionam como amortecedores de cheias e como ecossistemas aquáticos ricos em vida.

5- Nesta mesma zona costeira que se estende do Rio Macaé ao Rio Itapemirim, existem quatro complexos portuários em andamento: o de Barra do Furado, o do Açu, o de Canaã e o de Presidente Kennedy. Um terminal a mais só aumentará a sinergia negativa. A sobrecarga para a zona costeira já é grande demais para comportar novo complexo portuário.

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Contestação:

POR QUE FAZER O ERRADO SE O CERTO É 

POSSÍVEL!

Progressismo e Desenvolvimentismo a qualquer preço?

-A projeção do porto está fora da zona de amortecimento da Restinga de Jurubatiba! O projeto já divulgado pela Queiroz Galvão explicita isso de maneira clara.

-As plataformas da Petrobras operam a uma distância superior a 120 km da costa, não causando, portanto, impacto algum para a vida marinha situada próxima à plataforma continental e, quanto à atividade pesqueira, deve-se reiterar que a atividade de extração de petróleo realizada pela Petrobras exerce um impacto restrito e baixíssimo sobre à pesca. É de conhecimento público, também, que a superestrutura da plataforma de extração de petróleo favorece a aglomeração de espécies marinhos.

-A saturação supracitada é apenas um argumento de um típico desconhecedor da cidade de Macaé e do projeto do porto. Atualmente, o porto da cidade opera em regime de janelas, isto é, há uma grande fila de "supply boats" e cada barco possui uma janela de algumas horas para aportar e ser carregado. Isso gera inúmeros problemas de logística:
Primeiro, pelo fato do acesso ao porto da Imbetiba se dar através da entrada da Petrobras na Praia Campista, o que obriga a rota dos caminhões pesados atravessar uma zona da cidade altamente povoada.

Segundo, com a oferta de apenas 6 berços no atual porto de Imbetiba, algumas empresas estão "invadindo" o Mercado Municipal de Peixes para carregamento de equipamentos e material pesados, o que adensa o fluxo de carros pelo centro da cidade.

O novo porto da Queiroz Galvão, portanto, virá apenas a mitigar este gargalo estrutural macaense, pois oferecerá 14 novos berços de atracagem aos "supply boats". E, devido à sua localização estratégica, diminuirá o fluxo de caminhões pelas zonas mais densamente povoadas da cidade.

Além de tudo isso, o porto seria para Macaé uma salvação, pois a cidade ainda é amplamente dependente da atividade de extração de petróleo e, com as novas descobertas na camada do pré-sal e o paulatino esvaimento dos reservatórios na Bacia de Campos, Macaé poderá sofrer nos próximos anos uma fuga de capital! Os corpos administrativos das empresas instaladas em Macaé não pensariam duas vezes antes debandarem para outras cidades!
Com esse porto, entretanto, a cidade estaria "segura" no campo econômico por mais alguns pares de décadas.

Em suma, não há dúvidas que o porto trará consigo alguns impactos no meio ambiente local e na sociedade. Porém, existem maneiras de mitigar esses impactos ambientais e sociais através de medidas; algumas das quais já previstas pelo consórcio realizador da obra.

E, apelo, se querem impacto zero, devemos voltar a habitar em ocas e nos locomovermos em lombos de animais.

Grandes abraços liberais e progressistas,

Habitante macaense que preza pelo ambiente assim como pela saúde humana, social e financeira da cidade


Soffiati, Aristides Arthur - Ecohistoriador e Ambientalista

BLOG SOS RIOS DO BRASIL
ÁGUA - QUEM PENSA, CUIDA!

Um comentário:

  1. Temos que salvar a praia do santinho antes que os empresários do sistema hoteleiro acabem de uma vez com essa praia maravilhosa que é de todos.

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