Crise econômica não afetará setor pesqueiro, afirma ministro
Agência Brasil 21/01/2009
O ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin, disse nesta quarta-feira (21) que o setor não será afetado em 2009 pela crise econômica internacional porque o mercado interno está fortalecido. A avaliação foi feita em entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro.
Segundo Gregolin, desde 2006 a valorização do real frente ao dólar provocou resultados negativos na balança comercial, ou seja, o país importou mais do que exportou nessa área.
“No ano passado, exportamos US$ 200 milhões e importamos US$ 500 milhões, mas eu não tenho muita preocupação em relação a isso porque foi o real valorizado que provocou esse aumento na importação. Mas isso também segurou o preço no mercado interno e garantiu um aumento do consumo. Se o câmbio prejudicou um pouco as exportações, ajudou muito o Brasil a fortalecer o mercado interno, o que faz com que o setor fique menos vulnerável. O camarão, por exemplo, 90% eram exportados e hoje 85% são vendidos no mercado interno”, afirmou.
O ministro também não acredita que a crise possa causar uma redução dos investimentos no setor por parte das empresas porque o segmento vive “um momento de muito ânimo”. Para investimentos federais en 2009, o orçamento do ministério é de R$ 470 milhões.
“A secretaria hoje já responde por uma política consolidada para desenvolver a pesca e a aquicultura. O Brasil está convencido de que é preciso uma política de Estado para desenvolver o potencial do país nessa área”, defendeu. Segundo Gregolin, o projeto de lei que dá status de ministério à secretaria deve ser aprovado logo no início do ano pelo Congresso Nacional porque já existe um acordo entre os parlamentares.
Para o ministro, a única forma que a crise pode afetar o setor é se houver redução do consumo. O ministério tem uma campanha para incentivar o consumo do peixe e conseqüentemente reduzir o preço do produto. “Nós temos um consumo de 7 quilos por habitante ao ano, enquanto a média mundial é de 16 quilos.
Temos um fator cultural e também o preço, que na média é superior às outras carnes, mas isso está mudando. No ano passado, o preço do pescado caiu, enquanto o da carne bovina subiu”, avaliou.
De acordo com Gregolin, a redução do custo passa pelo aumento e regularização da oferta, com desenvolvimento da aquicultura, e pela organização da cadeia produtiva.“Hoje, o pescado passa por muitas mãos até chegar ao consumidor. Estamos investindo em infra-estrutura para encurtar o caminho entre o produtor e o consumidor”. (Fonte: Amanda Cieglinski/ Agência Brasil)
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