Os sete municípios da região litorânea do Paraná terão acesso, a partir desta temporada de verão, a um mapeamento realizado pelo governo estadual das áreas e residências mais suscetíveis a um eventual desastre ambiental. A intenção é oferecer às administrações municipais um documento que aperfeiçoe a logística de atendimento à população e identifique as áreas com maior probabilidade de sofrer desocupação. Nesse plano, consta ainda um cadastro das pessoas a serem acionadas em cada órgão do governo para dar andamento às ações.
A pesquisa desse plano foi iniciada há dois anos pela Defesa Civil, Simepar, Instituto Águas Paraná e Mineropar, após as fortes chuvas que atingiram a região e que deixaram dezenas de desabrigados. “Hoje, a cidade que receber um alerta nosso terá à disposição todas as informações necessárias, como quantas pessoas realocar, o número de abrigos e os voluntários disponíveis. Nenhum estado do Brasil está nesse nível de prevenção como o Paraná”, afirmou o chefe da Coordenadoria da Defesa Civil, Edemilson Barros.
Barros explica que, caso ocorra um desastre natural, esse cadastro irá informar quem tem condições de ajudar com o envio de veículos, donativos, água potável, caminhões, macas, entre outros equipamentos. “Toda vez que o Simepar alertar para grande quantidade de chuva, nós saberemos quais áreas deverão ter interferência e quais ações serão tomadas. Sabemos quais alertas repassar aos municípios para medidas rápidas e seguras”, diz.
Ele lembrou do trabalho rápido realizado pela Defesa Civil ano passado no Litoral e afirmou que a falta de um mapeamento impediu que a ajuda fosse enviada com mais agilidade. O mapeamento foi elaborado analisando três situações: os deslizamentos de encostas, os alagamentos provocados pela dificuldade de escoar a água e as inundações causadas pela elevação do nível de rios. Foram identificados 14 mil residências e 77 mil pessoas residindo em áreas de risco.
Para formular o plano, o governo estadual dividiu o tema em caracterização do cenário; o monitoramento dos efeitos climáticos junto ao Simepar; criação de um grupo de atenção para coordenar a sistemática operacional. Foram instalados em algumas regiões sirenes para o alerta de desastres.
No documento consta um cadastro das pessoas a serem acionadas em cada órgão do governo para dar andamento às ações. Todo o trabalho deve ser planejado em conjunto com a Defesa Civil, Sanepar, Secretaria da Saúde, Copel, Corpo de Bombeiros, entre outras entidades e secretarias de Estado. A intenção é preparar os organismos estaduais num eventual desastre ambiental.
Os órgãos governamentais vistoriaram todos os municípios e localidades de risco da região litorânea. A equipe da Mineropar avaliou a particularidade de solo, de relevo e características das encostas e rochas. “Fizemos um cruzamento de informações para definir as áreas de predisposição de desastre. Assim, estabelecemos níveis de risco: moderado, alto e muito alto”, disse Marcos Fabro Dias, diretor-técnico da Mineropar. “É importante esse trabalho integrado para avaliar os fatores e definir as ações de proteção”, avaliou ainda.
O sistema de prevenção foi aperfeiçoado com o investimento que o Simepar realizou no monitoramento do clima. Foram investidos R$ 550 mil na instalação de novas estações meteorológicas para verificar o nível de chuva e elevação dos níveis dos rios. Os alertas de fortes chuvas podem ser comunicados aos municípios até 24 horas antes. “Com isso, será possível saber com antecedência as condições de chuva, vento e temperatura que irão à região litorânea. Estamos unindo esforços para diminuir o risco da população”, explicou o diretor-adjunto do Simepar e meteorologista, Cesar Beneti.
Fonte: BemParaná - http://www.geodireito.com/?p=7715