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Manaus - O atraso escolar dos estudantes amazonenses sem acesso aos serviços de saneamento básico é, em média, de 4,78 anos em relação aqueles que têm as mesmas condiçõe
Atraso escolar no Amazonas é de 4,78 anos por falta de acesso a esgoto, diz estudo
Manaus - O atraso escolar dos estudantes amazonenses sem acesso aos serviços de saneamento básico é, em média, de 4,78 anos em relação aqueles que têm as mesmas condições socioeconômicas, mas moram em locais com coleta de esgoto. A conclusão é do Instituto Trata Brasil, no relatório ‘Benefícios econômicos da expansão do saneamento brasileiro’, divulgado no dia 19 de março.
A pesquisa sugere que a queda na eficiência dos estudantes é causada por doenças provocadas pela ausência de saneamento, como as infecções gastrointestinais, que levam a diarreia e vômito, resultantes do consumo de água contaminada. “Doentes, estas crianças e adolescentes não conseguem ir para escola , provocando o atraso escolar”, explicou o presidente do Instituto Trata Brasil, Edson Carlos, no estudo.
O relatório aponta que, no ano passado, o número de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) por infecções gastrointestinais no Estado, chegou a 4.879, das quais 1.379 poderiam ser evitadas se a população tivesse acesso à coleta de esgoto, segundo o levantamento.
De acordo com o Trata Brasil, apenas 507.229 pessoas, que representa 13,8% da população amazonense, têm acesso a rede de esgoto. Hoje, 874.331 casas no Estado não possuem ligação com nenhuma rede de tratamento, sendo que o saldo de esgoto tratado no Amazonas é de apenas 22%. “Queremos mostrar que o saneamento melhora a escolaridade e que a falta dele pode provocar uma crise de produtividade”, disse Édison Carlos.
No Amazonas, o estudo também estima que 1.523,601 (41,5%) pessoas têm agua encanada. As informações são provenientes do cruzamento de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento, do Ministério das Cidades, e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo Fernando Garcia, um dos autores do estudo, nesse sentido, se for dado acesso à coleta de esgoto e à água tratada a um estudante amazonense sem esses serviços, espera-se uma redução de 4,78 anos no atraso escolar. “A partir do momento que a pessoa fica doente, ela se afasta do estudo. Isso tem consequência para a sociedade: se ela estuda menos, seu desempenho no mercado de trabalho será pior e sua remuneração poderá ser inferior em comparação com a dos demais”, disse.
Segundo o relatório, a plena universalização dos serviços de rede de esgoto no Amazonas requer investimentos de R$ 5.850 bilhões. O valor, ressalta a pesquisa, equivale a apenas 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB), alcançado em 2011. É meta do Brasil, universalizar o acesso aos serviços de saneamento básico como um direito social até 2030.
Ranking
De acordo com o Ranking do Saneamento, divulgado pelo Instituto Trata Brasil em outubro do ano passado, Manaus ocupa a 72ª posição entre as 100 cidades brasileiras avaliadas no estudo.
Mesmo com um aumento de 1,58 pontos percentuais na oferta do serviço, com os índices de água consumida passando por processo de tratamento partindo de 21,28% para 22,86%, Manaus apresenta uma diferença de 4,67 pontos percentuais em relação a média nacional de 37,5%.
O levantamento aponta que Manaus precisa efetuar 404.995 mais ligações de esgoto para atingir a meta de 95% de universalização do serviço, até 2030.
http://www.d24am.com/noticias/amazonas/atraso-escolar-no-amazonas-e-de-478-anos-por-falta-de-acesso-a-esgoto-diz-estudo/108686
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