Coordenação:
A metodologia foi introduzida pelo biólogo da Fundação Oswaldo Cruz Daniel Buss, coordenador do Agente das Águas. São analisados quatro aspectos: ambiental – a qualidade das matas ciliares, o fluxo de água dos rios e o grau de sedimentação –; físico-químico e bacteriológico – o grau de poluição das águas, indicando se há entrada de esgotos ou esterco no rio –, biológico – a presença da fauna aquática indica se o rio está saudável – pluviosidade (quantidade de chuva) e vazão do rio (quantidade de água que corre por segundo).
Os resultados do trabalho dos voluntários são elogiados por Daniel Buss: “Ao compararmos os dados levantados por eles com os resultados obtidos de novas amostras que fizemos, concluímos que 92% conferiam”. O biólogo acredita que esses voluntários poderão tornar-se técnicos no futuro.
Simples de ser aprendida, barata e eficaz, a metodologia tem um papel importante especialmente em um país com as dimensões do Brasil, onde pesquisadores e órgãos ambientais encontram dificuldades para monitorar periodicamente a qualidade das águas de todas as bacias hidrográficas do país.
Força na diversidade
O programa Agente das Águas vai além da avaliação técnica: ao realizarem as análises, as comunidades assumem o papel de cuidarem do ambiente da região, buscando o compromisso dos agentes locais (empresas, comércio, prefeituras e instituições) para que não poluam e nem deixem outros poluírem.
Os grupos capacitados têm características específicas, dependendo do lugar, mas sempre atraem pessoas de todas as idades, e não apenas jovens. Esta mistura é considerada bastante positiva pelo coordenador do Agente das Águas, Daniel Buss: “Os projetos ficam mais fortes quando há mais diversidade de público.”
Para o biólogo, a atividade tende a fortalecer as comunidades para atuarem em Comitês de Gestão de Bacias Hidrográficas. Ao serem capacitadas na geração de dados, elas qualificariam seu discurso e se tornariam atuantes no espaço público. O Agente das Águas vem sendo desenvolvido em municípios dos estados do Rio de Janeiro, do Amazonas, do Espírito Santo e do Paraná.
(Marcia Lisboa) - Fiojovem - FIOCRUZ
A participação jovem - cases
A preocupação com a preservação dos rios e o equilíbrio do ecossistema tem levado jovens a se tornarem voluntários de diferentes projetos em várias cidades brasileiras. Ao lado de adultos de todas as idades, eles formam grupos de monitores e multiplicadores que ajudam a difundir para a população a importância de fiscalizar as agressões ao meio ambiente, e, por conseqüência, a ameaça à qualidade da água.
Ao mesmo tempo em que contribuem para a preservação ambiental, os participantes investem em sua formação. É o caso de Natiele Alves da Silva, de 16 anos, moradora de Ouro Verde do Oeste (PR), que atua no programa Agente das Águas, desenvolvido pela Fiocruz com vários parceiros. “Eu me interessei em participar do projeto para ter mais informações. Confesso que não fui altruísta, mas também tenho como objetivo melhorar a qualidade da água de nosso município".
Natiele acha que o Agente das Águas ampliou seus conhecimentos e permitiu um contato com a área na qual deseja atuar futuramente, revelando habilidades até então latentes. “Tanto a minha família quanto meus amigos me incentivam a continuar participando do projeto. É uma forma de melhorar a sociedade em que vivo.”
Experiência semelhante tem seu colega Allan Bevalo de Souza, também de 16 anos. Ele se interessou em ser voluntário do Agente das Águas para ajudar a melhorar os rios do município e aprimorar sua formação. Allan acredita que o projeto vá ajudá-lo no futuro, a seus filhos e outras pessoas: “Com isto, podemos limpar os rios, preservar o meio ambiente e diminuir o aquecimento global. Se todas as pessoas participarem, elas vão pensar antes de jogar lixo, sujar os rios...”
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