Um estudo apontou que 150 casas distribuídas em quatro ilhas no arquipélago do Bailique, em Macapá, correm o risco de desaparecer por causa da força do rio Amazonas. O laudo diz que a intensidade da maré está causando o “desmoronamento dos barrancos e das residências” no local, e classificou como “emergencial” a necessidade de relocação dos moradores para uma região segura.
O desmoronamento da costa das ilhas não ocorre por causa do nível do rio, que continua o mesmo (1,7 metro), e sim ao aumento da velocidade da maré, que atualmente está em 40 quilômetros por hora. A correnteza era medida em 10 quilômetros por hora.
O desmoronamento da costa das ilhas não ocorre por causa do nível do rio, que continua o mesmo (1,7 metro), e sim ao aumento da velocidade da maré, que atualmente está em 40 quilômetros por hora. A correnteza era medida em 10 quilômetros por hora.
O levantamento das casas em situação de risco foi coordenado pelo engenheiro Raimundo Ramos, que pesquisa o avanço do rio Amazonas há pelo menos seis anos. O estudo foi realizado em janeiro de 2014, a pedido da Caixa Econômica Federal, para servir de subsídio ao Programa Nacional de Habitação Rural, que financia a construção e reforma de casas a famílias agrícolas.
Para Raimundo Ramos, a obstrução da foz do rio Araguari provocou o avanço das águas do rio Amazonas no arquipélago. “Após o estudo ambiental chegamos à conclusão que está ocorrendo esse problema por causa do fechamento da foz do rio Araguari, provocando desvio da água para as ilhas do arquipélago. No entanto, não sabemos o motivo do fechamento. Mas esse problema fez aumentar a velocidade do rio”, informou Ramos.
O assoreamento dos barrancos nas ilhas do Bailique atinge as comunidade Carneiro, São Pedro, Vila Cubana e Igarapé Grande, conforme mostrou o estudo.
O engenheiro explica que o problema no Bailique é semelhante ao que ocorre no bairro Aturiá, onde as casas à beira do rio Amazonas estão em risco de desabamento desde 2010. A Defesa Civil Municipal chegou a estabelecer a retirada imediata de 100 famílias do bairro.
“Não vai desaparecer nenhuma ilha, o que ocorre é o deslocamento do barranco por causa da força da maré. Ainda não temos um estudo preciso de até onde vai esse desmoronamento”, afirmou.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil Municipal, Maycon Kirley, o órgão também irá realizar um levantamento para saber sobre as condições das famílias no arquipélago. “Vamos para fazer um estudo de situação de risco e caso seja necessário, iremos fazer o remanejamento das famílias para abrigos ou aluguel social até que haja uma decisão do executivo”, garantiu Kirley.
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