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26 de julho de 2009

PARQUE VÁRZEAS DO TIETE ESTÁ DANDO O QUE FALAR (I)


Jarmuth,

Aqui vai um projeto de proteção o rio Tietê.

Um abraço,

Luciano.


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O ESTADO DE S. PAULO - pág. A3
Domingo, 26 de Julho de 2009

Proteção ao Tietê

Na segunda-feira foi anunciado que o governo do Estado de São Paulo, em convênio com as prefeituras de oito municípios vizinhos ao Rio Tietê, e dentro do projeto de preservação e proteção das suas várzeas, pretende criar o maior parque linear do mundo, com 75 km de extensão ao longo do rio e 107 km² de área total. O parque funcionará como regulador das enchentes e complementa o Projeto Tietê ao evitar que lixo e detritos produzidos pela população estabelecida irregularmente às margens do rio cheguem ao seu leito, provocando assoreamento. O parque custará R$ 1,7 bilhão.

A área de recomposição da mata ciliar no Parque Várzeas do Tietê é equivalente a 380 campos de futebol (3,8 milhões de metros quadrados). Além do adensamento da vegetação, que começa agora com o plantio de 63 mil mudas de árvores, serão construídos 33 núcleos para esportes e lazer - 77 campos de futebol e 129 quadras esportivas - para uso dos moradores de cidades da Bacia do Alto Tietê: São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim e Salesópolis.

As obras no antigo Jardim Pantanal já começaram. Nessa concentração de casebres construídos irregularmente em várzea, boa parte dos moradores viveu nos últimos anos com água pelos joelhos, mesmo em épocas de estiagem. Pelo projeto, o local, agora chamado de Vila Jacuí, terá casas remodeladas e obras de urbanização e infraestrutura. No início deste mês, o governo entregou 6.372 moradias do Conjunto Vila Jacuí B2, um esforço para transformar o antigo pantanal num bairro urbanizado.

A primeira etapa do projeto, a ser entregue em 2012, exigirá investimentos de R$ 377 milhões, sendo 30% do governo estadual e 70% financiados pelo BID. Nessa fase, as obras se estenderão no trecho de 25 quilômetros às margens do Tietê, entre a Barragem da Penha até a divisa de Itaquaquecetuba.

Mas, no lançamento do Parque Várzeas do Tietê, na segunda-feira, o governador José Serra não perdeu a oportunidade de lembrar os problemas que afetam o rio e as responsabilidades das cidades da região nesse assunto: "Não se trata de salvar o Tietê, porque ele está salvo. Temos que reanimá-lo e avançar na questão do despejo de esgoto no rio, especialmente o da cidade de Guarulhos, que despeja todo o seu esgoto ali", mencionou diretamente.

Foi uma admoestação necessária. Nos últimos 17 anos, o governo do Estado arcou com as obras de rebaixamento e alargamento da calha do rio, o que permitiu maior vazão e, consequentemente, maior dispersão dos elementos poluentes que são despejados em seu leito. Isso reduziu a poluição industrial - das 1.160 indústrias poluidoras identificadas em 1992, menos de 200 continuam degradando o rio - e inaugurou estações de tratamento para evitar o despejo in natura no Tietê.

Esse que foi considerado um dos maiores projetos ambientais do mundo não encontrou, no entanto, apoio entre as prefeituras da Bacia do Tietê. Em mais da metade dos municípios da região metropolitana o esgoto continua sendo despejado sem tratamento no rio e 250 prefeituras da Bacia do Tietê pouco ou nada investiram na proteção do rio.

Na região mais rica do País, somente a cidade de Biritiba Mirim trata 100% do esgoto coletado. Dos 34 municípios que compõem a região metropolitana, 19 não tratam o esgoto, que é lançado em córregos e rios que deságuam no Tietê. Diariamente, 690 toneladas de dejetos chegam ao leito do rio mais importante do Estado.

No caso de Guarulhos, a prefeitura local tem estado em pé de guerra com o governo estadual e a Prefeitura de São Paulo, recusando-se a tratar seus esgotos. Detentora da terceira maior população do Estado, Guarulhos anula, em boa parte, os esforços do Projeto Tietê para sanear o rio e programas como o de despoluição de córregos, conduzido pela Sabesp e Prefeitura da capital.

Portanto, quando o governo do Estado mais uma vez se lança em um novo projeto de preservação do rio e atendimento social à população carente de seu entorno, nada mais justo do que chamar à responsabilidade aqueles que mais se beneficiarão.
Fonte: O ESTADO DE S. PAULO
Enviado pelo amigo e colaborador Eng. Luciano Mendes Aguiar (especialistas em barragens, aposentado) - São Paulo - SP
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4 comentários:

  1. e qto às desapropriações?

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  2. Será que não existem leis que obriguem a prefeitura à tratar o esgoto, já que um postulante quando assume o cargo, está ciente da existência do problema? O problema é que meio ambiente no Brasil é tratado de maneira pejorativa, somos os "eco-chatos", e aí eles não estão nem aí pra "merda" que está o Tietê, motivo de piadas de mau gosto, a grande vergonha do povo paulista...
    Ah sim, claro que aprovo o projeto, parece que o Serra está abrindo o olho finalmente, e quem dera todas as prefeituras da RM tivesse um Kassab, pois este sim tem feito algo pelo meio ambiente...

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  3. paulo sérgio ribeiro03 agosto, 2009 16:45

    Tempos passados, o rio Tietê em épocas de cheias,inundava as Vázeas e formava grandes lagoas. Nestas lagoas, além da natação e demais esportes aquáticos haviam muitos peixes. Tilápias, lambaris, traíras etc...Com os despejos de esgotos, criou-se uma planta que secou as lagoas. Agora com este projeto, creio que voltará como era antes. Porém, nos sentiremos traídos se nos deixarem à margem deste projeto.

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  4. Talvez se as prefeituras da região metropolitana, como:guarulhos, itaquá,poá, etc. investirem em tratamento de esgotos, não vai sobrar dinheiro para as licitaçôes super-faturadas, os funcionários fantasma, e outras falcatruas que é bem tipico da região.

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