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7 de dezembro de 2011

GRAVE DENÚNCIA DO PORTAL R7: DEPUTADOS RECEBERAM R$ 6,5 MILHÕES DE DESMATADORAS


Deputados que aprovaram novo Código Florestal receberam doação de empresas desmatadoras

Parlamentares se reelegem com ajuda de cerca de R$ 6,5 milhões dos ruralistas
Do R7
código-florestal-abr-20100706-gRoosewelt Pinheiro/6.jul.2010/ABr
Deputados participam de reunião da comissão especial da Câmara que aprovou o novo Código Florestal,
em julho deste ano


Dos 18 deputados federais que integraram
 a comissão especial do Código Florestal, 
em julho deste ano, 13 receberam juntos aproximadamente R$ 6,5 milhões doados por empresas do setor de agronegócio, pecuária e até do ramo de papel e celulose durante campanha à reeleição, de acordo com as declarações disponíveis no site 
do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Dentre os que arrecadaram verba em empresas do segmento ruralista, apenas 
um não conseguiu se reeleger. Em julho, quando o projeto foi submetido à análise desta comissão, o novo código foi aprovado por 13 votos a 5. Ambientalistas 
criticam a reforma por tornar o Código Florestal menos rígido e abrir brechas 
para anistiar desmatadores.
Pelos dados no TSE, as doações feitas pelas empresas desmatadoras foram concentradas nas campanhas dos deputados que votaram a favor. Dos 13, 
apenas dois não receberam ajuda do agronegócio, sendo que um foi barrado 
pela Ficha Limpa e o outro acabou não conseguindo se reeleger. Os outros 11 deputados federais ganharam juntos pouco mais de R$ 6,4 milhões.
O montante doado por empresas desmatadoras financiou aproximadamente 32,5% dos gastos totais da campanha eleitoral destes 11 parlamentares. Somados, os valores declarados – contando todas as doações - chegam a R$ 20 milhões. Em média, a bancada ruralista custeou 30% da campanha com este dinheiro.
Entre os que votaram a favor da mudança está o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Ele não só apoiou à reforma como também é o relator do novo 
Código Florestal. Rebelo garantiu sua permanência no cargo após receber mais 
de 130 mil votos no Estado de São Paulo. O deputado declarou ter utilizado aproximadamente R$ 172 mil vindos de cooperativas que representam cafeicultores, citricultores e agropecuaristas.
Apesar de relator da comissão especial, 
Rebelo foi um dos que menos recebeu ajuda 
no grupo dos 13 ruralistas que votaram a 
favor. No topo da lista está o deputado 
federal, também reeleito, Marcos Montes 
(DEM-MG). 
Ele ganha dos colegas tanto por ter recebido 
o maior montante de investimento quanto 
pela parcela que esse dinheiro representou 
nas suas receitas durante a campanha.
Montes arrecadou cerca de R$ 1 milhão só
 de pecuaristas, usineiros e exportadores 
de papel. Esta quantia corresponde à 
metade das doações totais recebidas pelo, então, candidato, que foi de R$ 2 milhões.
O parlamentar do DEM não é um caso isolado. O segundo da lista também 
conseguiu um valor próximo. Duarte Nogueira (PSDB-SP), que concorreu à 
reeleição para deputado federal em São Paulo, angariou R$ 955 mil de empresas interessadas na aprovação do novo Código. O tucano, que em sua página no 
site da Câmara dos Deputados declara ser engenheiro agrônomo, agricultor e pecuarista, é o preferido pelas indústrias de papel. Pelo menos quatro nomes 
de empresas diferentes deste segmento constam em seus dados no TSE.
Bancada "verde"
Pelo lado da bancada ambientalista, dois dos cinco que votaram contra o novo 
código também custearam a campanha com verba doada pelas mesmas empresas, mas, para estes, o valor foi inferior aos dos outros colegas. A dupla recebeu 
no total R$ 150 mil.
O verde Sarney Filho (PV-MA), por exemplo, declarou ter utilizado R$ 30 mil transferidos por uma empresa que já foi notificada pelo MPF (Ministério Público Federal) por revender carne e outros derivados do boi cuja origem é a criação 
ilegal de gado em áreas desmatadas.
O segundo deputado que, apesar de ser da bancada ambientalista, conta com doações do agronegócio é Ricardo Tripoli (PSDB/SP). Ele registra R$ 120 mil.
Agronegócio
A Bunge Fertilizantes, uma das principais empresas do agronegócio, é um 
exemplo de que a doação para campanhas de deputados não foi feita de 
forma aleatória. A empresa é a que mais vezes aparece nas declarações 
dos deputados da bancada ruralista.
Ela contribuiu com as despesas de oito dos 13 que votaram a favor do novo 
código e que concorreram à reeleição. Destes, sete receberam o valor igual 
de R$ 70 mil e um ganhou R$ 80 mil, o que resulta em R$ 500 mil distribuídos somente entre políticos da comissão especial.
No total, a Bunge doou pouco mais de R$ 2,5 milhões para candidatos que participaram do processo eleitoral. Portanto, 20% do total destinado por essa empresa às campanhas políticas ficaram no grupo de ruralistas da comissão 
especial, já que a soma de doações feitas para estes oito candidatos alcançou
 R$ 500 mil.
Trâmite
Quase um mês após o fim das eleições, os deputados ruralistas que participaram 
da comissão já ensaiam uma investida para incluir o polêmico projeto na pauta 
do plenário ainda este ano. Na última quarta-feira (3), estas lideranças se 
reuniram em um restaurante de Brasília para traçar uma estratégia para conseguir uma brecha na pauta da Câmara dos Deputados. Se aprovada novamente, a 
reforma é encaminhada para o Senado e depois para o presidente, que decide
 se a reforma deve ser sancionada ou não.
Outro lado
Todos os deputados citados foram procurados pelo R7. Mas, a maioria não quis comentar o assunto.
Rebelo disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se 
pronunciar sobre o caso. Já Montes e Tripoli (PSDB-SP) não foram localizados 
pela reportagem.
O tucano Duarte Nogueira foi o único que aceitou conversar com o R7
O deputado federal explicou que “não é de hoje” que recebe doações do setor agrícola. Ele afirma que tem “profunda identidade” com este segmento 
produtivo e que defendeu a aprovação do Código Florestal independentemente 
de ter recebi doações do agronegócio.
- Não há como criar expectativa de qualquer ilação de que eu fiz isso [votar a 
favor da reforma], porque recebi [doação do agronegócio]. Tanto que esta é 
minha história de vida. Tenho uma profunda identidade com o setor agrícola 
não é de agora. Se você for pegar minha primeira prestação de contas em 2006, a grande maioria das minhas doações já vinha do setor agrícola.
A Bunge Fertilizantes também se manifestou sobre as doações citadas nesta matéria. Em nota, a empresa defendeu que não há nenhuma ilegalidade no 
fato, pois “o sistema político brasileiro prevê o financiamento privado das campanhas”. Porém, a doadora também admite que escolhe políticos com 
mesma linha de pensamento da empresa, mas desmente que, nestas eleições, 
tenha financiado campanhas “em função de questões ou de projetos específicos”.
Colaborou Renan Truffi, estagiário do R7



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