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25 de maio de 2014

A DENGUE NO BRASIL E A COPA DO MUNDO






Clodoaldo Dechichi: COPA 2014, 


SOB O “FOCO” DA DENGUE


O panorama parece se agravar ainda mais diante do déficit das prefeituras municipais

Publicado na quarta-feira,
30 de abril de 2014
Clodoaldo Dechichi

Engenheiro
Fisiologista do Futebol

Não bastassem as necessidades sérias e profundas para o país em avanços principalmente nas áreas de infra-estrutura, energia, tecnologia, pesquisa, economia, abastecimento, saneamento e esgoto, educação, saúde, transportes, habitação e segurança pública, um antigo problema da última década entra em cena com maior intensidade.


Às portas do início da Copa, uma preocupação vêm provocando destaque nos noticiários do país. Os casos de doença por dengue assustam pelos números divulgados. 

O panorama parece se agravar ainda mais diante do déficit das prefeituras municipais quanto à composição das equipes de médicos, técnicos e agentes de saúde, enfermeiros e auxiliares, dificultando as ações estratégicas de combate à epidemia, tornando o problema ainda mais dramático. 

Os hospitais das cidades afetadas parecem que não vem conseguindo atender toda a demanda de pacientes com suspeitas e confirmações da doença. A dengue atinge seu pico máximo no momento doevento mais aguardado por nós brasileiros: A Copa do Mundo no Brasil.

CRESCIMENTO DAS INCIDÊNCIAS DA DOENÇA ASSUSTA
Os registros das incidências da doença é uma forma de controlar e desenvolver planos estratégicos de combate ao mosquito transmissor Aedes Aegypti.

Abaixo estão relacionados os registros notificados em 2012 e 2013 (1). Na maioria dos estados das cidades-sedes o aumento foi verificado:

Amazonas: 1.883 casos (2012) para 4.866 casos (2013) - aumento de 158,42%
Bahia: 6.269 casos (2012) para 7.043 casos (2013) - aumento de 12,35%
Ceará: 3.481 casos (2012) para 1.711 casos (2013) - redução de 50,85%
Distrito Federal: 248 casos (2012) para 820 casos (2013) - aumento de 230,65%
Mato Grosso: 3.791 casos (2012) para 10.765 casos (2013) - aumento de 183,96%
Minas Gerais: 3.755 casos (2012) para 35.334 casos (2013) - aumento de 840,99%
Paraná: 361 casos (2012) para 12.040 (2013) - aumento de 3.235,18%
Pernambuco: 6.837 casos (2012) para 476 casos (2013) - redução de 93,04%
Rio de Janeiro: 16.398 casos (2012) para 14.838 casos (2013) - redução de 9,51%
Rio Grande do Norte : 2.310 casos (2012) para 955 casos (2013) - redução de 58,65%
Rio Grande do Sul: 32 casos (2012) para 208 casos (2013) - aumento de 550%

São Paulo: 3.464 casos (2012) para 21.691 casos (2013) - aumento de 526,19%


O total de notificações nos estados correspondentes das 12 cidades-sedes passou de 48.829 casos em 2012 para 110.747 casos em 2013, o que expressou aumento de 126,81%.

Em termos da totalidade dos estados, o Brasil obteve aumento expressivo de 190,33% de 2012 para 2013. Os números passaram de 70.489 casos para 204.650 casos, o que corresponde à população de uma cidade média, o que torna a situação verdadeiramente preocupante.

As regiões Centro-Oeste e Sudeste lideram em número de notificações, com 80.976 casos e 80.876, respectivamente, o que equivale a 79% dos casos notificados no país. Nas demais regiões foram notificados os seguintes números: Norte (18.435), Nordeste (11.943) e Sul (12.420) (1).
Na região sudeste os índices de suspeitas e confirmações da doença atingiram o maior pico. 

Na capital paulista os registros de casos dos dois primeiros bimestres de 2014 (janeiro a abril) já superam os registros de 2013 (2).

Campinas/SP, cidade sub-sede da Copa, que receberá seleções muito importantes como Portugal e Nigéria, os registros passaram de 14 mil (3,4) para 17.136 casos da doença até 28 de abril/2014 (5,6), com 4 mortes sendo investigadas (5,6), tornando-se assim a maior epidemia por dengue de sua história.

Mineirão no epicentro da dengue
Ainda em Campinas, a região Norte é a mais afetada da cidade com 4.505 casos confirmados. Em seguida vem a Noroeste, com 4.269, Sudoeste (3.552), Sul (3.010) e Leste (1.800) (5,6).

Os registros são alarmantes também em Minas Gerais. Saltaram de 5.132 casos (7) (março/2014) para 11.279 casos da doença e 10 óbitos (8) (abril/2014). A cada 15 minutos uma pessoa contrai dengue no Estado (8).

EPIDEMIA DE DENGUE PODE CRESCER MAIS DURANTE A COPA
Os noticiários destacam que, com o crescimento alarmante das incidências da doença na região sudeste em 2014, o panorama durante a realização da Copa no Brasil pode ser preocupante, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. O estado mineiro já enfrenta a maior epidemia de sua história e pode viver um quadro ainda pior (9).

Noticiário com o título “especialista alerta para ameaça de dengue no nordeste na Copa 2014”, destaca que um especialista da Universidade de Oxford chamou a atenção para as chances de ocorrência de surtos de dengue durante a Copa do Mundo e colocou três cidades do Nordeste sob alerta: Fortaleza, Salvador e Natal (10).

Em uma coluna na revista científica Nature, o pesquisador britânico Simon Hay defende que o Brasil deveria fazer campanhas de alerta aos turistas sobre os riscos da doença e aumentar as medidas de controle (10).

O mosquito Aedes Aegypti, conhecido por causar dengue e febre amarela, pode ser vetor de mais uma doença. Segundo especialistas, estrangeiros na Copa podem causar mutação no vírus da dengue (11).

Uma pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz em parceria com o Instituto Pasteur revela que o inseto pode transmitir o vírus da febre chikungunya, que chegou recentemente ao Caribe. Com a Copa do Mundo, quando o Brasil receberá turistas de todo o globo, os especialistas acreditam que o país estará vulnerável à doença com a possibilidade de mutação do vírus da dengue (12).




CONSIDERAÇÕES FINAIS
O objetivo deste texto é destacar os relatos dos noticiários atuais quanto à doença por dengue num momento atual tão importante para nós brasileiros, bem próximo à realização da Copa do Mundo no Brasil. 


Estamos a menos de 50 dias para o início deste grande evento no país do futebol. Verdadeiramente nos preparamos para a Copa? Esperamos e torcemos para que o panorama alcance sua normalidade e controle. Que o mosquito transmissor Aedes Aegypti seja derrotado nesta batalha. Estamos todos juntos neste intuito. Que a Copa do Mundo no Brasil seja a “Copa das Copas”!


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Dados da dengue no Brasil, 2013. Disponível em . Acesso em 24/04/2013
2. Em quatro meses de 2014, casos de dengue já superam registros de 2013. Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
3. Campinas registra maior epidemia de dengue da história com 14 mil casos. Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
4. Campinas confirma primeira morte por dengue em 2014. Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
5. Campinas chega a 17 mil casos de dengue na maior epidemia da história. Disponível em . Acesso em 29/04/2014.
6. Campinas registra mais de 17 mil casos de dengue. Disponível em . Acesso em 29/04/2014.
7. Minas registra quarta morte por dengue hemorrágica em 2.014. Disponível em. Acesso em 24/04/2014.
8. A cada 15 minutos, uma pessoa contrai dengue em MG; 10 morreram neste ano. Disponível em . Acesso em 29/04/2014.
9. Estado prevê nova epidemia de dengue durante o mundial 2014. Disponível em . Acesso em 24/04/2013.
10. Especialista alerta para ameaça de dengue no Nordeste na Copa 2014. Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
11. Estrangeiros na Copa podem causar mutação no vírus da dengue.Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
12. Copa do Mundo pode trazer novo vírus com mosquito da dengue. Disponível em . Acesso em 24/04/2014.
Clodoaldo Dechichi
VEJA TAMBÉM:

Risco de dengue durante Copa do Mundo é maior em três cidades - clique

A dengue e a Copa - Folha de S.Paulo

www1.folha.uol.com.br/colunas/.../1446930-a-dengue-e-a-copa.shtml

Copa do Mundo e a dengue | Revista Pesquisa FAPESP

revistapesquisa.fapesp.br/2014/04/24/copa-mundo-e-dengue/‎‎

Dengue será ameaça a turistas na Copa? - BBC Brasil ...

www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/.../131209_dengue_copa_jp.shtml







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