...e numa certa redação (Charge de Glauco)
http://twitter.com/SucenaSResk
Os desafios da mídia ambiental são inúmeros, e não se restringem ao aspecto financeiro, apesar de ter um peso significativo na sobrevida das publicações. É difícil quebrar o estereótipo de que jornalista ambiental é voluntário. Aí as questões se ampliam no aspecto qualitativo, que pressupõe manter o diferencial com a grande imprensa, ao aprofundar as pautas.
A pergunta que não pode se perder de vista é - O que é relevante ao leitor? Afinal, as máscaras verdes proliferam de forma descontrolada, já que o ambientalmente correto rende créditos. Então, como não cair nas armadilhas do chamado 'green wash" e do marketing verde apelativo. É aí que o exercício da profissão se torna uma grande maratona, porque entra a importância do jornalismo investigativo. Esses assuntos permeiam as discussões levantadas, durante o encontro Diálogos EcoMídias - Jornalismo e Publicidade Sustentável, realizado nesta quinta-feira, 3, em São Paulo, uma realização do Instituto Envolverde e da Ruschel & Associados.
A mesa Um debate sobre o papel dos jornalista e da mídia socioambiental avalia que a qualificação contínua é indispensável para a manutenção do segmento. Na opinião de Adalberto Marcondes, da Envolverde, é necessário haver uma visão mais sistêmica dos problemas ambientais no mundo, para que não se tornem temas de pico, como nas principais mídias.
'A exigência de ética é feroz pelo público da Ecomídia, sem paralelo em outra", avalia. "Qualquer um de nós que for acusado de fazer green wash - uma vez - ficará marcado como não ser de uma publicação séria. E como não virar vidraça, quando noticiar ações de empresas (que têm histórico de degradação)?", diz. Para isso, em sua análise, cada vez mais, os jornalistas ambientais devem ter conhecimentos múltiplos. Enfim, não comprar 'gato por lebre'. Vilmar Berna, editor da Revista do Meio Ambiente, defende a criação de um Código de Ética da EcoMídia.
Luciano Martins, editor do Observatório da Imprensa, reforça a constatação de que a EcoMídia também ajuda na construção e dinâmica da agenda pública. "A grande imprensa carece de transversalidade. Nossos editores de Economia, por exemplo, continuam a utilizar o Produto Interno Bruto (PIB), como padrão de crescimento", argumenta. O jornalista se recorda da experiência que teve com outros colaboradores, na publicação O Estado de Alerta, nos anos 80, que teve um papel fundamental para levantar e apurar casos como, o de Cubatão, da Vila Socó.
Para Carlos Fioravanti, editor da Revista Pesquisa Fapesp, a imersão da EcoMídia, no que tange ao meio ambiente e à ciência, pode ter como pressuposto a Teoria Ator-Rede, uma vertente da Sociologia sobre a Ciência, que começou há 20 anos, na França. "Valoriza a interação e movimento, além da produção do conhecimento como processo coletivo...É preciso fazer conexões, para que não fique na linearidade", diz. De acordo com o editor, os jornalistas (de uma forma geral) ainda não dão a devida atenção a quem pensa diferente.
Para Ricardo Voltolini, editor da Ideia Socioambiental, a saída para o jornalismo ambiental é pensar como rede. "O desafio é ocupar o espaço fora do 'm2' a que fomos designados", analisa. A visão é compartilhada por Vilmar Berna, editor da Revista do Meio Ambiente. Segundo ele, mais que concorrentes por fatias de anúncios, as mídias ambientais agregam forças, que podem ser somadas.
"Hoje a Ecomídia não sobrevive se não tiver um segundo negócio de sustentação", diz Peter Milko, editor da Horizonte Geográfico. Segundo ele, também é preciso que haja uma reeducação corporativa quanto ao tema socioambiental. "Nos últimos quatro anos, recebemos releases de todos os tipos por parte de assessorias de imprensa das empresas, como uma forma de pressão. O questionamento é até onde colocar ou não tais informações, tendo em vista o que é relevante ao leitor", considera.
Todos os pontos destacados no encontro só demonstram o quanto é essencial enxergar, no sentido mais amplo da palavra, o público-alvo ao qual nos dirigimos. Afinal, ao produzirmos matérias, construímos e possibilitamos novos significados. Interferimos, de alguma forma, em reflexões e ações. Não há espaço para leviandade ou 'um mesmismo' acomodado, ou competições predatórias de mercado. É praticamente um exercício de renovação diária a que nos impomos, para que metaforicamente, consigamos aplicar os 3Rs em nós mesmos. Ao reduzir as arestas desagregadoras, ao reutilizarmos sempre os bons princípios morais e ao reciclarmos nossas ideias, com o propósito de contribuirmos de forma consistente ao nosso leitor.
Fontes: Cidadão do Mundo - Jornal do Meio Ambiente - Vilmar Berna - REBIA
Mídia Ambiental - Os desafios de ser diferente
Comunicação Ambiental
Sucena Shkrada Resk, jornalista, SCS, Brasil -
Comunicação Ambiental
Sucena Shkrada Resk, jornalista, SCS, Brasil -
http://twitter.com/SucenaSResk
Os desafios da mídia ambiental são inúmeros, e não se restringem ao aspecto financeiro, apesar de ter um peso significativo na sobrevida das publicações. É difícil quebrar o estereótipo de que jornalista ambiental é voluntário. Aí as questões se ampliam no aspecto qualitativo, que pressupõe manter o diferencial com a grande imprensa, ao aprofundar as pautas.
A pergunta que não pode se perder de vista é - O que é relevante ao leitor? Afinal, as máscaras verdes proliferam de forma descontrolada, já que o ambientalmente correto rende créditos. Então, como não cair nas armadilhas do chamado 'green wash" e do marketing verde apelativo. É aí que o exercício da profissão se torna uma grande maratona, porque entra a importância do jornalismo investigativo. Esses assuntos permeiam as discussões levantadas, durante o encontro Diálogos EcoMídias - Jornalismo e Publicidade Sustentável, realizado nesta quinta-feira, 3, em São Paulo, uma realização do Instituto Envolverde e da Ruschel & Associados.
A mesa Um debate sobre o papel dos jornalista e da mídia socioambiental avalia que a qualificação contínua é indispensável para a manutenção do segmento. Na opinião de Adalberto Marcondes, da Envolverde, é necessário haver uma visão mais sistêmica dos problemas ambientais no mundo, para que não se tornem temas de pico, como nas principais mídias.
'A exigência de ética é feroz pelo público da Ecomídia, sem paralelo em outra", avalia. "Qualquer um de nós que for acusado de fazer green wash - uma vez - ficará marcado como não ser de uma publicação séria. E como não virar vidraça, quando noticiar ações de empresas (que têm histórico de degradação)?", diz. Para isso, em sua análise, cada vez mais, os jornalistas ambientais devem ter conhecimentos múltiplos. Enfim, não comprar 'gato por lebre'. Vilmar Berna, editor da Revista do Meio Ambiente, defende a criação de um Código de Ética da EcoMídia.
Luciano Martins, editor do Observatório da Imprensa, reforça a constatação de que a EcoMídia também ajuda na construção e dinâmica da agenda pública. "A grande imprensa carece de transversalidade. Nossos editores de Economia, por exemplo, continuam a utilizar o Produto Interno Bruto (PIB), como padrão de crescimento", argumenta. O jornalista se recorda da experiência que teve com outros colaboradores, na publicação O Estado de Alerta, nos anos 80, que teve um papel fundamental para levantar e apurar casos como, o de Cubatão, da Vila Socó.
Para Carlos Fioravanti, editor da Revista Pesquisa Fapesp, a imersão da EcoMídia, no que tange ao meio ambiente e à ciência, pode ter como pressuposto a Teoria Ator-Rede, uma vertente da Sociologia sobre a Ciência, que começou há 20 anos, na França. "Valoriza a interação e movimento, além da produção do conhecimento como processo coletivo...É preciso fazer conexões, para que não fique na linearidade", diz. De acordo com o editor, os jornalistas (de uma forma geral) ainda não dão a devida atenção a quem pensa diferente.
Para Ricardo Voltolini, editor da Ideia Socioambiental, a saída para o jornalismo ambiental é pensar como rede. "O desafio é ocupar o espaço fora do 'm2' a que fomos designados", analisa. A visão é compartilhada por Vilmar Berna, editor da Revista do Meio Ambiente. Segundo ele, mais que concorrentes por fatias de anúncios, as mídias ambientais agregam forças, que podem ser somadas.
"Hoje a Ecomídia não sobrevive se não tiver um segundo negócio de sustentação", diz Peter Milko, editor da Horizonte Geográfico. Segundo ele, também é preciso que haja uma reeducação corporativa quanto ao tema socioambiental. "Nos últimos quatro anos, recebemos releases de todos os tipos por parte de assessorias de imprensa das empresas, como uma forma de pressão. O questionamento é até onde colocar ou não tais informações, tendo em vista o que é relevante ao leitor", considera.
Todos os pontos destacados no encontro só demonstram o quanto é essencial enxergar, no sentido mais amplo da palavra, o público-alvo ao qual nos dirigimos. Afinal, ao produzirmos matérias, construímos e possibilitamos novos significados. Interferimos, de alguma forma, em reflexões e ações. Não há espaço para leviandade ou 'um mesmismo' acomodado, ou competições predatórias de mercado. É praticamente um exercício de renovação diária a que nos impomos, para que metaforicamente, consigamos aplicar os 3Rs em nós mesmos. Ao reduzir as arestas desagregadoras, ao reutilizarmos sempre os bons princípios morais e ao reciclarmos nossas ideias, com o propósito de contribuirmos de forma consistente ao nosso leitor.
Fontes: Cidadão do Mundo - Jornal do Meio Ambiente - Vilmar Berna - REBIA
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