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9 de outubro de 2013

A SALINIZAÇÃO DOS LENÇÓIS FREÁTICOS COM O AUMENTO DA TEMPERATURA DO PLANETA PODERÁ CAUSAR FALTA DE ÁGUA POTÁVEL


Chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um dos autores do Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), José Marengo, apresenta relatório no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Fernanda Braune
Chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um dos autores do Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), José Marengo, apresenta relatório no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Fernanda Braune

Aumento da temperatura do planeta pode afetar abastecimento de água, mostra IPCC

Publicado em outubro 9, 2013 por oDebate 
O aumento da temperatura do planeta e consequente elevação do nível do mar pode salinizar os lençóis freáticos, prejudicando o abastecimento de água. Já o degelo das calotas polares pode produzir o fenômeno inverso.
É o que explica o chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um dos autores do Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), José Marengo.
“Normalmente, as correntes oceânicas transportam energia de regiões tropicais para regiões mais ao norte, ou seja, calor. Se isto é cortado, basicamente permite que o trópico continue quente e o norte congele. Como se corta isso? Pela salinidade. As águas se movem de uma região de maior salinidade para uma de menor salinidade. Tem que ter diferenças de salinidade. Mas se toda a Groenlândia se derrete, água doce dentro de um oceano salgado, a salinidade cai. Todos ficam com a mesma salinidade, então a água não se movimenta, fica meio estancada”, explica o professor, ressaltando que esse é um cenário que pode acontecer em longo prazo, assim como a savanização da Amazônia.
Com o nível do mar mais alto, as ondas podem se aproximar mais das cidades, especialmente quando se tem um furacão. Lembrando o Katrina, que atingiu Nova Orleans em 2005, Marengo afirma que nem os países mais desenvolvidos estão preparados para esse tipo de acontecimento.
O “Resumo para Formuladores de Políticas” do AR5, apresentado por Marengo nesta terça-feira (8) no Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio) – o documento“Mudança Climática 2013: a Base das Ciências Físicas” foi divulgado na Suécia no fim de setembro – mostra que a que a temperatura da superfície global pode aumentar 1,5°C no fim do século 21 em um cenário mais brando. Em cenários mais preocupantes, poderá elevar 2°C, superando o limite considerado seguro pelos especialistas.
Chefe do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e um dos autores do Quinto Relatório de Avaliação (AR5) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), José Marengo, apresenta relatório no Rio de Janeiro. Foto: UNIC Rio/Fernanda Braune
O documento destaca que há mais de 95% de probabilidade que a ação humana causou mais da metade da elevação média da temperatura entre 1951 e 2010. Segundo Marengo, o aquecimento global é um fenômeno natural, mas que o homem o acelera, intensificando o problema.
No período destacado, o nível dos oceanos aumentou 19 centímetros. Os cenários avaliados pelo IPCC projetam aumento entre 53 e 98 centímetros até 2100.
O que se vê hoje, diz o cientista, é um esfriamento das águas de superfície e o aquecimento nos níveis mais profundos, abaixo de 700 metros. O documento destaca ainda o aumento da acidez dos oceanos relacionado ao calor. Marengo afirma que a alteração do pH já causou danos irreversíveis, por exemplo, a corais do Caribe – que esbranquiçaram, alternando o ecossistema marinho.
O caminho para conter o aquecimento é reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por exemplo, diminuindo a frota de veículos e o uso de termelétricas. O pesquisador destaca que, mesmo que todas as fábricas do mundo fossem fechadas hoje, os efeitos da produção de gás carbônico ainda seriam sentidos por 20 anos.
Os resultados científicos das análises do IPCC compõem o documento preparado pelo Grupo de Trabalho I. Já os resultados do Grupo de Trabalho II – que avalia as vulnerabilidades sócio-econômicas, consequências e adaptações necessárias – serão divulgados no Japão em março de 2014. O Grupo de Trabalho III apresentará medidas de mitigação na Alemanha no mês seguinte. A síntese do relatório será publicada em outubro do ano que vem na Dinamarca.
Informe da ONU Brasil, publicado pelo EcoDebate, 09/10/2013

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