A biorremediação é um processo ou estratégia que busca detoxificar o solo ou outros ambientes contaminados, fazendo uso de micro-organismos – fungos e bactérias e também de enzimas.
Por Cristina Tordin - Embrapa Meio Ambiente
O 3º Workshop em Biodegradação e Biorremediação será realizado pela Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) de 1 a 4 de dezembro , no Auditório do Instituto Agronômico – IAC em Campinas, SP. O evento vai reunir ecologistas, geneticistas e químicos especialistas de todo o mundo para discutir tópicos relativos à ecologia e ao uso potencial de micro-organismos e plantas para limpar o solo e a água.
Conforme o coordenador do encontro, o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Itamar Soares de Melo, “essa edição terá uma abordagem muito importante: a poluição de água, solo e ar, problemas que estão desafiando a comunidade internacional”. Para Melo, os estudos de biodegradação e de biorremediação requerem mais do que o conhecimento de uma ou mais disciplinas. “Existe uma necessidade crescente de técnicas e produtos que minimizem os efeitos negativos de agroquímicos no ambiente”.
“A biorremediação é um processo ou estratégia que busca detoxificar o solo ou outros ambientes contaminados, fazendo uso de micro-organismos – fungos e bactérias e também de enzimas. É um mecanismo de estimulação de situações naturais de biodegradação para a limpeza de derramamentos de óleos e tratamento de ambientes terrestres e aquáticos contaminados com compostos xenobióticos – substâncias sintéticas poluidoras. Mais segurança e menos perturbação do meio ambiente são os principais benefícios da biorremediação”, explica o pesquisador.
Biodegradação
Apesar de fundamentadas em um único processo básico – biodegradação, as técnicas de biorremediação envolvem variações de tratamentos in situ – no local e ex situ – fora do local, que pode incluir inúmeros procedimentos. Vários contaminantes podem ser tratados biologicamente com sucesso. Estes incluem petróleo bruto, seus hidrocarbonetos como gasolina – que contém benzeno, xileno, tolueno e etilbenzeno, óleo diesel, combustível de avião, preservativos de madeira, solventes diversos, lodo de esgoto e outros compostos xenobióticos ou biogênicos.
“A poluição por petróleo e seus derivados, em ambientes marinhos, tem sido um dos principais problemas ambientais das últimas décadas. Diversas técnicas físicas e químicas foram desenvolvidas para a retirada do petróleo derramado no mar ou para a redução dos seus efeitos sobre o ecossistema. A descoberta de que certas bactérias que vivem nos sedimentos marinhos, inclusive na areia das praias, e que podem degradar os seus componentes, abriu a possibilidade de usar métodos biológicos para o tratamento dos derrames”, esclarece o pesquisador.
“Além disso, continua Melo, os micro-organismos podem ser utilizados no tratamento de meios contaminados com metais. Infelizmente, os metais não podem ser biodegradados, mas os micro-organismos podem interagir com eles, adsorvendo-os à parede celular ou transformando-os de uma forma química para outra, mudando seu estado de oxidação por meio da adição ou remoção de elétrons – redução e oxidação.
Fitorremediação
A fitorremediação pode ser definida como o uso de vegetação in situ para o tratamento de solos contaminados. As plantas podem remediar esses solos por meio da absorção e acumulação dos metais pesados em seus tecidos, adsorção dos metais no sistema radicular com imobilização dos contaminantes, libertação para o solo de oxigênio e outros compostos, estimulação da biorremediação por fungos ou outros micro-organismos localizados no sistema solo-raiz.
O encontro irá reunir especialistas da Thompson Rivers University – Canadá; da Biotecnologia Biosage; da Environmental Protection Agency; da Cornell University; da University of Georgia; da North Carolina State University – todas nos EUA. Os especialistas nacionais virão da Universidade de São Paulo – USP; da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp; da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ/USP; do Instituto Agronômico; da Petrobras; da Universidade Federal de Santa Catarina; da Associação Nacional de Defesa Vegetal – ANDEF; da FMC do Brasil; do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama; da Universidade Federal do Rio de Janeiro; da Universidade Federal do Ceará; da Universidade Federal Rural de Pernambuco; do Centro de Energia Nuclear na Agricultura – CENA; do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza; do Instituto Nacional de Tecnologia; do Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT, da Universidade Estadual Paulista – Unesp; do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas – CPQBA/Unicamp e da Embrapa.
Inscrições e mais informações no site do evento.Embrapa Meio Ambiente/EcoAgência
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