Mudanças Climáticas: Nossa Vida Está em Jogo
Jovens entregam à equipe de transição reivindicações sobre meio ambiente e populações tradicionais
Cerca de 22 crianças e adolescentes que participam do encontro Mudanças Climáticas: Nossa Vida Está em Jogo entregaram nesta quarta-feira (8) a representantes da equipe de transição da Presidência da República uma carta pedindo que o próximo governo atue em favor da preservação ambiental, do reconhecimento da diversidade das populações do país, dos direitos fundamentais, da visibilidade social das comunidades, da reforma agrária e da demarcação e titulação de territórios.
O encontro reúne crianças e adolescentes de sete estados, representando povos tradicionais, quilombolas e comunidades indígenas, do Semiárido, de colônias de pescadores, de entidades ligadas aos sem-terra e, também, das grandes cidades. A expectativa é que tanto a carta como uma bandeira brasileira pintada por eles – com as palavras “Ordem e Progresso” substituídas por “Amor, Vida, Direitos” – sejam entregues à presidenta eleita, Dilma Rousseff.
O encontro Mudanças Climáticas: Nossa Vida Está em Jogo teve início no dia 6. Organizado pela Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), o evento reúne jovens do Paraná, da Bahia, de São Paulo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Pará. “Esses jovens se reuniram para contar suas histórias sobre como estão percebendo as mudanças climáticas. Com a troca de experiências, eles descobriram que os mesmos sintomas [climáticos] são percebidos em diferentes localidades”, disse um dos coordenadores do Cese, Marcelo Schneider.
Essa foi uma das conclusões a que Naiara Sales, 13, de Indaíba (MG), chegou durante as reuniões. “Onde eu moro costumava chover todo dia um pouquinho. Agora, demora muito para chover e, quando chove, vem com muita força. O sol era mais frio e agora ficou mais quente. Isso atrapalha as nossas plantações, que é de onde vem praticamente toda a nossa alimentação. Pelo visto, isso está acontecendo também em muitos outros lugares”, disse Naiara à Agência Brasil.
Segundo ela, a comunidade tradicional em que vive costuma comprar apenas óleo, macarrão e produtos de limpeza. “Como a plantação está dando menos alimento, estamos tendo de comprar mais coisas”, acrescentou. Ela reclama também da qualidade da água em sua comunidade. “Por causa da mineração, a água ficou diferente, com cor amarelada e com o gosto diferente”, disse referindo-se às consequências do despejo de produtos químicos pelas mineradoras. “Com a chuva, vai tudo para os rios, que, por sinal, estão mais secos por causa das plantações de eucaliptos [da região]”, acrescentou a jovem.
O encontro com representantes da equipe de transição teve início por volta das 10h30. Até as 11h30 nenhuma autoridade se manifestou sobre o assunto. (Fonte: Pedro Peduzzi/ Agência Brasil)/AMBIENTE BRASIL
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