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6 de março de 2012

CAUSAS E POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA AS ENCHENTES EM SÃO PAULO

Enchentes na marginais de SP - Foto: Site Somos1so


São Paulo e as enchentes


Conheça suas causas, como elas têm sido tratadas pelos governantes locais, as ações dos cidadãos e os planos para reverter a situação



Oculta pelo asfalto, uma imensidão de água corre por mais de 1 500 km de rios e córregos espalhados por toda a cidade. Antes usados pelos índios como fonte de navegação e alimento, passaram a ser tratados como obstáculo ao desenvolvimento e à modernização de São Paulo conforme o aumento da povoação. "Optou-se, então, por canalizá-los e escondê-los para a construção de ruas e avenidas", explica a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik. No entanto, na época das chuvas - não há como contê-los. Completamente cheios, eles transbordam e, como suas várzeas estão ocupadas, inclusive por moradias, ocorrem as enchentes. "Elas são produto da urbanização", avalia a geógrafa Odete Seabra. 

A situação se agrava ainda mais porque o solo da capital paulista é pouco permeável - tem apenas 40% de vegetação, segundo a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. "A água não tem para onde escorrer, fica na superfície e vai direto para os rios", analisa o geólogo Álvaro Rodrigues. Na contramão desse cenário pessimista, apresentamos nesta reportagem pequenas medidas alternativas e alguns dos programas da prefeitura - em especial o Parque Linear Córrego Verde, no bairro Vila Madalena, com construção prevista para este ano, em destaque nesta e nas próximas páginas. 

Veja a galeria de fotos do Projeto Parque Linear Córrego Verde 

Castigado há mais de 40 anos pelas enchentes, o bairro Vila Madalena enxerga agora uma luz no fim do túnel: o Parque Linear Córrego Verde. O projeto - encomendado pela Secretaria do Verde e do Meio Ambiente - aposta em soluções simples, como placas drenantes e valas verdes nas calçadas. "Elas potencializam a eficiência das galerias e do reservatório de contenção de água, conhecido como piscinão, com construção também prevista", explica a arquiteta e urbanista Anna Dietzsch, autora do projeto e sócia do escritório brasileiro da americana Davis Brody Bond Aedas. 


Sem fazer nenhuma desapropriação, a iniciativa prevê ainda a ampliação das calçadas para esporte e lazer e estimular pedestres e ciclistas. De acordo com a engenheira civil Monica Porto, presidente da Fundação Centro Tecnológica de Hidráulica, São Paulo necessita desse tipo de ação. "Os piscinões não são suficientes. A cidade precisa também de solo permeável para reter as águas da chuva." 

OUTRAS AÇÕES DA PREFEITURA 
Dados do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) revelam um aumento expressivo no número de alagamentos na cidade desde 2007: passaram de 736 para 1 191 no ano passado. "Boa parte deles decorre do acúmulo de lixo nas vias públicas. Mas a situação se agrava com a falta de áreas verdes na cidade", explica Hassan Barakat, gerente do CGE. A prefeitura tenta reverter a situação investindo, por exemplo, na construção de piscinões, parques municipais e lineares, limpeza de galerias e plantio de árvores.


 No entanto, o projeto que mais se destaca é o Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais do Município de São Paulo, criado em 2010. "As inundações sempre foram tratadas isoladamente. Nunca se olhou a bacia hidrográfica e o uso de ocupação do solo. Nosso objetivo é desenvolver medidas tendo outra visão da relação entre a cidade e seus rios", explica Mario Thadeu de Barros, professor de recursos hídricos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), contratada pela prefeitura para supervisionar o projeto. "Estamos na fase de mapear as áreas de inundações para definir o que é emergencial a médio e longo prazos." 

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Anna Dietzsch e Carolina Bazo 
Enquanto cursava o mestrado em Desenho Urbano pela Harvard Graduate School of Design, em Nova York, a arquiteta e urbanista Anna Dietzsch (à frente) estagiou no Davis Brody Bond Aedas.


Fonte:  PLANETA SUSTENTÁVEL ABRIL

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