Na noite desta terça-feira (13/11), o presidente da Abes Nacional, Dante Ragazzi Pauli, falou sobre os índices do saneamento, ao apresentador Heródoto Barbeiro, no Jornal da Record News.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, grande parte dos municípios brasileiros não tem capacidade de gestão do saneamento, deixando-a nas mãos de empresas privadas. Isso se dá porque nem todos recebem os recursos necessários para tal. O governo federal deveria garantir esses recursos, no entanto, não adianta colocar dinheiro no município se ele não tem capacidade de gestão. Hoje, tem-se uma lei que obriga a cada um regulamentar suas políticas de saneamento, mas nem todos cumprem com a legislação. Por essa razão, tem-se 71,8% dos municípios brasileiros sem políticas de saneamento.
Dante citou uma exceção nacional: a cidade de Campinas, com 98% de saneamento. Entretanto, lamentou que a metade da população brasileira não tenha rede coletora e, tristemente, a sociedade, muitas vezes, não tem conhecimento necessário para construir uma fossa. O desafio é mudar o cenário que mostra, dos 50% coletados no Brasil, nem 40% indo a tratamento. A continuar esse quadro, somente em 2060 o Brasil terá a desejada universalização do saneamento. ”Há muito a fazer e a sociedade precisa se mobilizar. É fundamental informá-la sobre a importância do saneamento”, disse.
Perguntado sobre as parcerias público-privadas (PPP), Dante afirmou acreditar que sejam uma boa opção para gerir o saneamento e aponta que o sistema de tratamento de esgoto é muito mais caro que o de água e, quando bancado pelo Estado, deveria ser tarifado, como fazem muitos países. Para encerrar, contou que “hoje, as empresas prestam o serviço controladas pelo respectivo órgão regulador e esse momento novo me deixa muito otimista”.

Texto: jornalista Carla Seabra – MTb 5302